A luta no campo tem se intensificado nos últimos meses e a perseguição também, somente neste ano ocorreram prisões do companheiro José Rainha, indígenas no MS, dentre outros.
A Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental denuncia as perseguições jurídicas impostas contra quatro camponeses presos e perseguidos políticos desde 2021.
Seguem alguns trechos da denúncia: “O judiciário condenou os 4 jovens a quase 5 anos de prisão, num processo farsa que tramitou aceleradamente, cheio de arbitrariedades. Toda acusação se baseia em depoimentos de policiais que passaram meses cercando e provocando o acampamento, impedindo a entrada de alimentos e medicamentos; todas essas violações descumprindo uma ordem judicial que proibia os militares de atacar o acampamento. A PM reforçou seus efetivos aquartelados na sede da fazenda Nossa Senhora Aparecida, humilharam e agrediram camponeses vizinhos, invadiram casas, cortaram cercas, suspenderam atendimento médico e vacinação, no auge da pandemia”.
“Os policiais perseguiram, atropelaram e prenderam Ezequiel, Luis Carlos, Estéfane e Ricardo e depois que eles já estavam rendidos, os agrediram e ameaçaram. Os militares mentiram que foram emboscados pelos camponeses e que a jovem Estéfane atirou contra eles. Os policiais destruíram a câmera de uma das viaturas e plantaram rádios, um revólver e cartuchos de espingarda nos pertences dos 4 acampados”.
“Mas não existe justiça no Brasil! Não da parte do velho Estado. Na audiência em que os 4 acampados foram condenados, a juíza prejudicou os advogados de defesa e proibiu a participação virtual de organizações democráticas, apesar dos julgamentos serem públicos. No boletim de ocorrência consta que com eles foi encontrado um rádio, depois aparece mais um aparelho; sempre sem individualizar com quem estava. Apesar disso, o judiciário federal recebeu a farsa, alegando haver “prova material idônea, produzida adequadamente e regularmente”. Antes, outros dois camponeses do acampamento Manoel Ribeiro já haviam sido condenados por posse ilegal de armas, também em tempo recorde e sem o devido processo legal.
Como mostra os trechos da carta da LCP, os camponeses foram acusados sem provas, um expediente corriqueiro da polícia, onde não há investigação de absolutamente nada. O pobre e o preto é acusado e condenado à revelia da lei. No Brasil os oprimidos dependem da boa vontade dos juízes e desembargadores.
É preciso uma ampla mobilização e organização dos trabalhadores rurais e suas organizações para fazerem frente à ofensiva do estado capitalista e suas instituições que massacram o povo pobre do campo.