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Nações Unidas

Israel está na ONU ilegalmente

Coordenador da Fepal explica porque Israel se mantém ilegalmente na ONU

Este Diário entrevistou recentemente Ualid Rabah, coordenador da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal). Rabah deu grande destaque ao fato de que a ilegalidade da permanência de Israel na Organização das Nações Unidas (ONU) é um motivo importante para que o Brasil rompa suas relações com o estado sionista. Como ele explica, o desrespeito à última resolução da ONU que pedia uma “pausa humanitária” não é nenhuma novidade para Israel.

Ualid Rabah explica que “quando a gente fala em ruptura das relações diplomáticas, políticas, comerciais e militares com Israel, nós não estamos de birra com isso”. Comparando o regime israelense com o apartheid sul-africano, ele lembra que “a África do Sul viveu a mesma experiência, e a comunidade internacional boicotou, sancionou o regime supremacista branco na África do Sul pelo seu crime de apartheid”.

A Convenção Internacional da Punição e Supressão ao Crime do Apartheid condenou diretamente o regime sul-africano, citado como exemplo de estado que estava incorrendo no crime, que é descrito detalhadamente no documento. No âmbito da ONU, já se discute há muito tempo o fato de que Israel impõe um estado de apartheid. Como exemplo, a Comissão Econômica e Social para a Ásia Ocidental emitiu um relatório em 2017 onde aponta abertamente que se trata de um “regime de apartheid”. Obviamente os sionistas rejeitaram o documento, que seria “propaganda nazista”.

O coordenador da Fepal traçou um breve histórico dos documentos condicionantes para a admissão de Israel na ONU, mostrando que os sionistas não cumpriram nem com compromissos vinculados à sua própria admissão:

“No dia 9 de dezembro de 1948, foi aprovada a convenção do genocídio, e ela tipificou muito claramente o genocídio. A 10 de dezembro de 1948, foi aprovada a Carta das Nações Unidas. E, finalmente, em 11 de dezembro de 1948, foi aprovada a primeira resolução da história humana que reconhece o genocídio, que é a 194, que determina o retorno de refugiados e reconhece a limpeza étnica. Isso é fundamental: num dia, o genocídio, do outro dia, das Nações Unidas, e, no outro, a do retorno dos refugiados.”

“Esses três elementos são, depois, condicionantes de uma resolução enumerada 273/3, de 11 de maio de 1949, que é a da admissão de Israel, proposta pelos britânicos. Ela não passaria, então teve cláusulas condicionantes isso tudo que eu citei, mas a resolução 81 da partilha, portanto, restaurar a Palestina para pelo menos 42,9% do seu território, e a 194, que é a do retorno. Portanto, a restauração demográfica da Palestina histórica. Israel aceitou. É a única resolução da história da ONU de admissão de um Estado-membro sob cláusula condicionante. Israel não acatou até hoje.”

A resolução 273 de maio de 1949, que decidiu admitir Israel como membro da ONU, ressalta num dos seus parágrafos o seguinte:

“Recordando suas resoluções de 29 de Novembro de 1947 e 11 de Dezembro de 1948 e tomando nota das declarações e explicações feitas pela representação do Governo de Israel perante o Comitê Político ad hoc (criado para este fim) em respeito à implementação das resoluções citadas”.

Israel entrou na ONU já tendo que se explicar sobre os crimes contra o povo palestino e tendo que prometer que não cometeria genocídio. Mesmo assim, Israel é citado duas vezes na resolução como “um Estado amante da paz”. Uma contradição flagrante com a realidade reconhecida pela própria ONU. Como Rabah coloca na entrevista ao DCO: “Israel, além de nunca ter acatado uma só resolução da ONU, está ilegalmente na ONU. Portanto, o Brasil não pode ter relações com esse país.”

O coordenador da Fepal também comentou sobre os supostos prejuízos que o Brasil sofreria ao romper relações com Israel:

“Por fim, se alguém estiver preocupado com os prejuízos econômicos com Israel, também se enganam. Em 2021, 2022 e até setembro deste ano, a balança comercial do Brasil com Israel era deficitária em 1,3 bilhões de dólares; portanto, em 7 bilhões em desfavor do Brasil. Uma balança comercial que não vai mudar. E eu pergunto: o que nós ganhamos com isso? Absolutamente nada: desemprego para o Brasil, porque nós estamos em déficit.

E o que a gente compra de Israel é: arapongagem, armamentos, munição e sistemas, que são testados sobre o povo palestino, depois vendidos para o mundo. E se nós podemos comprar francamente, com todo respeito a nossos irmãos paraguaios, no Paraguai. Não precisamos de Israel para isso.”

Como citado até em termos econômicos os acordos com Israel não beneficiam a economia brasileira. É o que cada vez mais gente se pergunta Brasil afora, o que falta mais para que o país rompa relações com essa aberração que é o estado sionista, racista e genocida de Israel?

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