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Perigosos são os sionistas

Israel é terrorista, Hamas é resistência

Entidade máxima do sionismo, CONIB pressiona o governo a não tecer nenhuma crítica a repressão genocida de Israel, trabalho facilitado pelo centrismo suicida de Lula

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, voltou a tecer comentários negativos à luta armada dos palestinos pela libertação de seu país. A fala de Lula foi feita no último dia 13, perto da chegada dos brasileiros repatriados da Palestina, que por uma decisão política do estado sionista permaneceram no inferno da Faixa de Gaza em meio aos bombardeios generalizados perpetrados por Israel.

“Nessa guerra, depois do ato provocado, e eu digo um rastro de terrorismo do Hamas que provocou um ato, as consequências, a solução do Estado de Israel é tão grave quanto foi a do Hamas”, disse o presidente, sem explicar de que forma uma ação armada de um movimento de resistência e voltada contra militares, pode ser igual ao terror israelense contra os palestinos, para minar a determinação palestina em resistir?

Apoiados pelo imperialismo, Israel possui um dos exércitos mais bem armados do planeta e segue despejando toneladas de bombas indiscriminadamente contra o que resta de território palestino, matando principalmente crianças. Na carnificina agora em marcha, 11.240 palestinos foram mortos até o último dia 14, dos quais 4.630 crianças e 3.130 mulheres, grupo que compõe mais de 69% das vítimas de Israel.

A declaração extremamente infeliz dada por Lula estabelece como iguais situações totalmente desiguais. Os massacres promovidos por Israel são feitos pela necessidade do imperialismo de oprimir o povo árabe ao máximo e com isso, estabelecer um controle férreo sobre região.

Os palestinos, por sua vez, lutam simplesmente para não serem oprimidos. Considerando o tamanho da brutalidade com que são tratados, alguém poderia argumentar que seus métodos são demasiadamente pacíficos para a opressão que sofrem, mas, de qualquer forma, não há equiparação possível entre a ação empreendida pelo Hamas e a odiosa barbárie infanticida israelense.

Ainda, as críticas feitas por Lula ao partido palestino baseiam-se em uma ação sobre a qual pouco se sabe e cada dia mais, a verdade que vai aparecendo sobre os eventos do dia 7 de outubro é amplamente desfavorável a Israel e reforça a colocação do Hamas, de que o grupo só visava alvos militares. Mesmo que tudo tivesse ocorrido como a propaganda israelense diz e o Hamas tivesse saído à caça de militares e civis sem fazer distinção sobre quem seria sequestrado, só a conivência política pode considerar 7.760 crianças e mulheres mortas equivalente à iniciativa dos grupos armados palestinos. O posicionamento de Lula na defesa – ainda que inconsciente – da opressão contra o povo palestino, na medida em que se torna um apoio velado ao sionismo. 

“Porque eles estão matando inocentes sem nenhum critério”, continua Lula, “joga bomba onde tem crianças, tem hospital, a pretexto de que um terrorista está lá. Não tem explicação. Primeiro, vamos salvar as crianças, as mulheres, aí depois faz a briga com quem quiser fazer. Então, eu acho que a gente deve agradecer ao trabalho extraordinário que o Itamaraty fez”, disse Lula durante a mesma fala, o que sem dúvida é positivo.

Para ser consequente com “salvar as crianças e as mulheres”, é preciso se posicionar claramente contra a limpeza étnica em marcha, o que não é feito, a pretexto de uma aparência muito superficial de ponderação na posição do governo brasileiro, operação que não apenas é mal-sucedida, como também acarreta problemas para o Palácio do Planalto.

Farejando a debilidade do presidente, a sionista Confederação Israelita do Brasil (CONIB) foi ao X criticar a fala de Lula no mesmo dia 13. Segundo a entidade máxima do sionismo no País, “Israel vem fazendo esforços visíveis e comprovados para poupar civis palestinos, pedindo que eles se desloquem para áreas mais seguras”, o que só pode ser entendido como uma declaração cínica.

Só o cinismo explica declarações francamente grotescas, como a de que o Estado sionista está “fazendo esforços” para poupar civis palestinos, algo comprovado principalmente por mais de 4,6 mil crianças e 3,1 mil mulheres. O bloqueio genocida e total à Gaza, o bombardeio desenfreado de hospitais são outras evidências da desfaçatez da entidade sionista.

Ainda, é bem verdade que as Forças de Defesa de Israel (FDI) pediram aos palestinos para saírem do norte da Faixa e deslocarem-se ao sul. O que os cínicos sionistas da CONIB omitem é que ao fazê-lo, a população palestina foi alvejada pelos bombardeios criminosos da FDI.

A nota da entidade prossegue ainda criticando o governo Lula, afirmando que “a comunidade judaica brasileira espera equilíbrio das nossas autoridades e uma atuação serena, que não importe ao Brasil o terrível conflito no Oriente Médio”, o que pode ser traduzido como uma pressão para que o Planalto não faça nenhum crítica ao massacre do povo palestino. Finalmente, é a própria vacilação do presidente Lula que cria as condições para que os sionistas se sintam confiantes para pressionar o governo.

“O Hamas se esconde covardemente atrás das mulheres e crianças de Gaza. A morte desses civis palestinos é uma arma importante da estratégia do Hamas, que o próprio grupo reconhece que pratica. Além de equivocadas, falas como essa do presidente da República são perigosas”, diz a nota, em mais um momento de cinismo detestável, mas que chama atenção para o fato de os grupos armados palestinos terem o que dizer ao denunciar a opressão e a limpeza étnica. Já os sionistas nada tem a seu favor, exceto as mentiras e a pressão do imperialismo.

A nota na íntegra pode ser consultada em: https://twitter.com/coniboficial/status/1724176041172750673.

A despeito de todas as mentiras escatológicas, é esse tipo de pressão que o centrismo de Lula alimenta. Evidenciando fraqueza, os inimigos da classe trabalhadora e do povo brasileiro aproveitam o momento favorável para avançar contra o governo, e tentar impedir qualquer moção mínima de apoio ao martirizado povo palestino, as verdadeiras vítimas do terror sionista.

É preciso abandonar a política centrista e apoiar de maneira consequente a defesa dos palestinos contra seus algozes. Seja no cenário externo, seja no interno, a política desorientada e os ataques ao Hamas, longe de tornar Lula aceito, animaram seus inimigos. Urge uma profunda guinada nas colocações do Planalto, para uma defesa concreta da Palestina, apoiando a resistência armada e contra o Estado genocida de Israel.

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