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O que realmente é a inflação?

Inflação um Projeto do Capital

A inflação atual não é resultado de qualquer guerra, ou consequência dos efeitos da pandemia sobre as cadeias de suprimentos, como alardeiam os economistas ao serviço do poder.

O que realmente é a inflação? A oscilação do conjunto dos preços da economia em ritmos com cadência variada, hora aceleram ou estacionam e desaceleram em um gradiente. Economistas e imprensa burguesa e seus articulistas, tratam esse fenômeno como pura e simplesmente na esfera econômica e como algo negativo a toda a sociedade. Rigorosamente os analistas a soldo do baronato tendem geralmente a utilizar argumentos que a economia é uma estrada de mão única, onde os seus efeitos podem ser benéficos ou maléficos a todos igualmente. Nada mais distante da realidade da vida social.
A inflação é um mecanismo de controle social das camadas assalariadas, ou das massas sem salário. Quase como um substituto da ameaça do chicote do feitor nas plantetions no período colonial-escravista, típicos do pré-capitalismo, onde inexistia o assalariamento, obrigando compulsoriamente a força de trabalho a servidão automática. A inflação se estabelece objetivamente como um instrumento “material”, para submeter em certo sentido o conjunto das camadas em particular, as camadas trabalhadoras à uma contínua ameaça, sob chantagem para dispor dos meios de vida necessários a reprodução social
A economia não atua de maneira homogênea e linear, igual e isonomicamente para todas as camadas sociais. O termo “sociedade” no capitalismo é um termo genérico, um axioma destinado a ocultar as diferenciações e suavizar os conflitos entre classes sociais antagônicas. Não é crível que vivemos como em uma participação societária, como numa espécie de sociedade de ações na qual se distribui ola lucratividade de acordo com a participação acionária dos indivíduos, Margareth Thatcher, a dama de ferro do neoliberalismo puro-sangue inglês, talvez tivesse razão ao afirmar categoricamente, que não reconhecia a existência de uma sociedade, só reconhecia indivíduos. Tendo a concordar parcialmente com tal afirmação, não há sociedade, entretanto , discordo do seu empirismo, não há indivíduos isolados, mas há classes e camadas sociais em feroz luta antagônica. A “ciência” econômica, que tem mais de misticismo e manufaturamento de ideologias do que propriamente de ciências, inexistia, quimicamente pura, independentemente destas morfologia das classes que compõe a sociedade e da sua luta. As teorias são nela formuladas para desorientar, manipular, induzir algumas classes e para orientar, induzir e coordenar outras sob distintos interesses destas forças em luta. Portanto, a “ciência” econômica burguesa enquanto tal inexiste, não passa escrupulosamente de um aglomerado de crendices mistificadoras da realidade social visando esconder por detrás de fórmulas axiomáticas a realidade “nua e crua” da existência das classes e da sua luta sob um sistema de exploração do trabalho assalariado.
Assistimos a sofisticada operação sistemática, realizada pela imprensa burguesa, de que as ações dos operadores da política econômica e os governos capitalistas, são “sérias” e consideram critérios “técnicos” da “ciência” econômica, servem para o desenvolvimento nacional e destina-se no sentido do bem estar , uniformemente, de toda a “sociedade”. A sofística mentira de que propagam no senso comum que os governos capitalistas são pluriclasistas e existem igualmente para todos os cidadãos. Não passa, todavia de uma utopia reacionária, de um sortilégio, uma encarnação, uma alienação, não há tão pouco pode haver os mesmo interesses: os assalariados, camadas pobres e médias baixas de um lado e as empresas e seus proprietários bilionários do outro, classes antagônicas que se movem sob seus interesses antagônicos, embora nem sempre o façam com consciência.
Não há governo capitalista na sociedade burguesa, que não passa de uma ditadura burguesa, neutro, não há nele uma comunidade de interesses homogêneos. O ideário da primavera burguesa e de “igualdade, liberdade e fraternidade” que embalou as revoluções democrático liberais da burguesia que pôs abaixo as monarquias e estabeleceu a independência da colônia de velho tipo, se decompôs com o capitalismo em seu estágio imperialista em franco decadentismo.
Marx, como um anatomista na sua obra máxima “O Capital: Crítica da Economia Política”, usando o “bisturi” metrológico da dialética sob a bancada da concepção do materialismo e com o microscópio da sua classe, o Proletariado, destrinchou as entranhas deste modo de produção social, Não nomeou sua obra de “O Social”, “A Sociedade”, “O Trabalho”. Marx entendeu que só há o domínio do capital. O capital é o “poder” que Maquiavel desmascarar. O capital é a verdadeira divindade da ilusão.
A inflação não é um acidente extraordinário, ou uma disfunção sistêmica que ocorre incontrolável e excepcionalmente, como querem nos fazer crer os mágicos mambembes da economia do capital, ela não é um fenômeno metafísico, para além da realidade do mundo físico, distante dos escaninhos do poder. A inflação é parte da morfologia do capitalismo desde seus tempos primordiais. Destina-se ao empobrecimento generalizado das camadas trabalhadoras e extratos médios, assalariados ou não, inseparável desde do seu leito original de desenvolvimento do capitalismo.
Marx a analisou em seus termos, ” a assim chamada acumulação primitiva”. Para Marx a acumulação primitiva não está delimitada aos primórdios do capitalismo, é um equívoco considerar os mecanismos de acumulação primitiva, como a dívida pública que ilustra bem sua atemporalidade assim congelados no tempo e espaço, para Marx são mecanismos permanentes da acumulação de capital, ou não teria afirmado que a compressão dos salários é um dos elementos deste mesmo movimento de acumulação primitiva.
A inflação é a compressão não só de salários, mas de toda renda que está sob o domínio do capital. A inflação é o retorno do capital a si mesmo. É a verdadeira face do pesadelo social. Ela não é um derretimento coletiva e uniforme da “sociedade” em seus salários e da sua renda. Nem é o fenômeno descrito pela teoria econômica em sua arte de enganar, ludibriar, manipular e canalizar as forças econômicas e energias sociais. Economistas que servem ao poder capitalista são ilusionistas, sacerdotes do véu ilusório lançado pela místico “capital”. Não é à toa que Marx descrevia o capital como uma “abstração real”, pessimamente traduzido em português como abstração racional, ou pior, razoável, por mal-intencionados ou ignorantes teóricos de sua doutrina.
O capital é abstrato e real como um ser divinal sanguinário, exigindo a todo tempo sacrifícios em sua oferta. Porém, ao invés da imolação das vítimas com golpes de punhal em um altar macabro, temos o sacrifício permanente da do desemprego, da fome, das dívidas catapultadas com juros estratosféricos impagáveis, o custo de vida em geral.
A inflação atual não é resultado de qualquer guerra, ou consequência dos efeitos da pandemia sobre as cadeias de suprimentos, como alardeiam os economistas ao serviço do poder. A inflação é o projeto do capital de retornar ao seu caminho original. A inflação é o elo que entrelaça o futuro e o passado, em relação dialética e simétrica, assim como o passado e o futuro. Afinal, o capitalismo começa com a “grande inflação” que destruiu o feudalismo europeu e agora consome multidões.
A inflação que destruiu o feudalismo europeu, poderá destruir, em associação com a crise de capital sobrante/excedente e com a crise de superprodução de mercadorias, o capitalismo?

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