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Crise humanitária

Imperialismo mantém sanções contra Síria em meio a terremoto

Após dois terremotos, seguidos de fortes réplicas, mais de 7.000 pessoas foram mortas na Turquia e na Síria, conforme as estimativas mais recentes

Após dois terremotos, seguidos de fortes réplicas, mais de 7.000 pessoas foram mortas na Turquia e na Síria, conforme as estimativas mais recentes. Além dos mortos, os tremores causaram destruição generalizada e aprisionaram milhares sob escombros. O frio do inverno soma-se à situação dos milhares de feridos e desabrigados, dificultando os esforços para encontrar sobreviventes.

As condições no terreno

A situação é especialmente desesperadora no lado sírio da fronteira. Após 11 longos anos de guerra civil por procuração do imperialismo, o território está devastado e, especialmente as regiões Norte e Leste, estão controladas por rebeldes, dificultando enormemente esforços coordenados para resgatar mortos e feridos em meio aos escombros.

Outra consequência da guerra são as pesadas sanções ocidentais, capitaneadas pelos EUA, destinadas a estrangular economicamente a Síria, mantidas mesmo após os terremotos. Mas, quem acredita que os EUA — maior potência imperialista do planeta — está realmente preocupado com a opressão do povo sírio pelo governo de Bashar al-Assad? Não é um contrassenso manter as sanções até mesmo de material médico e maquinário pesado, necessário para salvar a vida das pessoas presas em meio aos entulhos, quando se afirma lutar pelos direitos humanos e as causas humanitárias? 

O que dizem os imperialistas

Os Estados Unidos disseram estar “empenhados” em ajudar os residentes “de ambos os lados” da fronteira turco-síria devastada por terremotos mortíferos, mas Washington descartou tratar diretamente com o governo sírio.

O porta-voz do Departamento de Estado Ned Price disse aos repórteres na segunda-feira que os EUA entregarão ajuda à Síria através de organizações não-governamentais (ONGs) sem se envolver com o governo do presidente al-Assad, o qual não reconhece como legítimo.

“Seria bastante irônico – se não mesmo contraproducente – estender a mão a um governo que brutalizou seu povo ao longo de uma dúzia de anos”, disse Price, que não ruborizou por um segundo sequer, após pronunciar tamanha hipocrisia.

“Em vez disso, temos parceiros humanitários no terreno que podem fornecer o tipo de assistência após estes terremotos trágicos”, completou.

Price disse na segunda-feira que os EUA já mobilizaram assistência para ajudar as pessoas afetadas em ambos os países. 

Mas o desastre parece ter feito pouco para suavizar a posição de Washington em relação a Damasco. O governo dos EUA demanda a renúncia de Assad desde 2011, quando uma revolta foi capturada pelo imperialismo e se transformou em guerra civil prolongada, que já matou centenas de milhares de pessoas na Síria e em outros países da região, como o Iraque.

Embora alguns aliados dos Estados Unidos no Oriente Médio tenham criado laços com Damasco nos últimos anos, Washington disse que não mudaria sua oposição em relação a Assad sem a total submissão Síria aos ditames do império, sempre utilizando a escusa de que o governo sírio “infringe os direitos humanos”. 

Na segunda-feira, o American-Arab Anti-Discrimination Committee (ADC), um grupo de ativistas com sede nos EUA, pediu o levantamento “imediato” das sanções dos EUA para facilitar a entrega de ajuda à Síria.

“Elogiamos e agradecemos às organizações existentes no país que fornecem ajuda humanitária e alívio imediato às pessoas na Síria, na Turquia e em toda a região. A realidade é que mais ajuda e alívio são necessários, e o tempo é essencial”, disse o diretor-executivo da ADC, Abed Ayoub, em uma declaração. E ele está correto.

“O levantamento das sanções abrirá as portas para uma ajuda adicional e suplementar que fornecerá ajuda imediata aos necessitados”, concluiu.

Mas Price disse que Washington não mudará sua política de trabalhar com parceiros não-governamentais para ajudar os sírios. Ou seja, pouco importa quantos sírios venham a perecer, devemos manter a política de estrangulamento econômico – eis a posição do imperialismo “humanitário”. “Este é um regime que nunca demonstrou qualquer inclinação para colocar o bem-estar e os interesses de seu povo em primeiro lugar”, disse ele aos repórteres com seu habitual cinismo imperialista.

Imperialismo pseudo-humanitário

Como já foi denunciado amplamente, as ONGs vinculadas ao imperialismo que atuam na região, além de insuficientes para salvaguardar a vida das vítimas dos tremores, também atuam para desestabilizar os governos nacionalistas. Ou seja, além dos EUA cinicamente bombardearem, implementarem sanções à Síria e financiarem organizações como o Estado Islâmico, em nome da luta contra o “autoritarismo” de Assad, em nome da “democracia”, “liberdade” e “direitos humanos”; agora continuam impondo um bloqueio econômico criminoso, em meio a uma crise humanitária, em nome da mesma “democracia”, “liberdade” e “direitos humanos”.

Enquanto os EUA defendem abstrações democráticas para encobrir os interesses imperialistas, os verdadeiros sírios, esses de carne e osso, continuam morrendo sob os escombros, de frio, fome e falta de assistência hospitalar adequada em nome dos interesses estadunidenses e europeus.

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