Em abril de 2019, o governador do Paraná e entusiasta de privatizações, Ratinho Júnior, havia deixado claro que a Copel e a Sanepar seriam “intocáveis” em seu governo, não saindo das mãos do povo paranaense e brasileiro. Em compensação, a realidade mostra que o compromisso com a população nunca estará no radar dos políticos da burguesia, sendo seu único compromisso com os capitalistas.
Ao longo dos últimos meses, diversas manifestações de rua foram realizadas pelos militantes paranaenses do Partido da Causa Operária contra a privatização da Copel com a seguinte palavra de ordem: “A Copel é nossa!”. No entanto, chegou a hora de virar os olhos também para a Companhia de Saneamento do Paraná.
Em nota, a Confederação e a Federação Nacional dos Urbanitários, CNU e FNU, acusaram a entrega da Sanepar para os capitalistas de ser “mais uma ação predatória típica de governos privatistas”. De forma acertada, acusam, também, a gestão de ignorar que a água é um bem pertencente a todos, não podendo ser propriedade de grupos de especuladores “que trabalham somente na lógica do lucro”.
Vale destacar que os dados apontam que a questão financeira da Sanepar beira a excelência segundo a própria imprensa burguesa. De acordo com uma matéria veiculada no Valor Econômico, a Companhia de Saneamento Paranaense se destaca entre as empresas com o melhor desempenho nos critérios de avaliação definidos pelo governo federal, sendo eles o grau de endividamento, o retorno sobre o patrimônio líquido, a margem líquida e a suficiência de caixa. O que o governador Ratinho Junior faz, ao prostituir um patrimônio do povo paranaense para os carrascos desse próprio povo, é trair seu eleitorado e se posicionar ainda mais como um inimigo dos trabalhadores do Paraná.
Desde abril deste ano, as movimentações de entregar a Sanepar têm sido mais intensas e agora, em julho, se intensificaram ainda mais. A primeira parte da empresa já foi entregue aos acionistas há menos de uma semana, no dia 14 deste mês, e a estratégia dos capitalistas é seguir abocanhando mais parcelas com o mínimo de alarde possível, visando abaixar a resposta política e a quantidade de manifestações contrárias.
Ainda mais do que antes, é preciso que os trabalhadores paranaenses e de todo o país se mobilizem contra os inimigos dos trabalhadores que querem pôr as mãos no que é da população porque, no fim, todos sabemos o que acontecerá se for efetivada a entrega da Sanepar: o encarecimento da coleta de esgoto e demais tarifas, a exclusão dos consumidores presentes nos setores mais pobres e a demissão em massa de empregados que possuam melhor conhecimento técnico, caindo, consequentemente, os serviços prestados à sociedade.
A Sanepar é e deverá continuar sendo do povo!