Em 22 de junho de 1941, foi iniciada a invasão da União Soviética (chamada Operação Barbarossa) pela Alemanha nazista. Uma das operações mais violentas, talvez a mais, de toda a história humana. Os nazistas ocuparam uma parte considerável do território da União Soviética, facilitados pela polícia stalinista contrarrevolucionária, chegando mesmo às portas de Moscou. Durante a ocupação nazista brutal da parte ocidental da União Soviética, o nazista, na região que hoje é a Ucrânia, um torneiro de futebol, o principal time da região era o Dínamo de Kiev, um time composta por um grupo de trabalhadores de uma padaria.
Durante a ocupação, o Dínamo de Kiev mudou de nome para F.C. Start, para atenuar um tanto da hostilidade da população local e para provar a suposta superioridade ariana sob os eslavos, os alemães também entraram no campeonato. O Start venceu todas as partidas contra times de outras regiões ocupadas, até que em 17 de julho de 1942, enfrentou um time composto de soldados alemães.
A partida adquiriu ainda mais importância, não somente o amor pelo esporte, mas agora um confronto entre dois opressores e oprimidos. Os jogadores subnutridos do Start, a quem os invasores consideravam uma sub-raça, golearam os arianos, 6×0 no placar para o delírio do público. Humilhados, os alemães disputaram outra partida, desta vez o Flakelf, time composto por membros da Lufwaff, força aérea alemã. Em 6 agosto uma nova vergonha para os alemães e mais uma alegria para o povo oprimido, mais uma goleada, 5×1 para o Start.
Uma vitória inesquecível
Incrédulos, os alemães marcaram uma revanche, queriam vencer para demostrar a suposta superioridade. No dia 9 de agosto o novo jogo acontece, diante de um estádio lotado, o Zenit. Os jogadores do Start haviam sido advertidos que deviam cumprimentar os adversários com a saudação nazista, os jogadores em ato de rebeldia gritaram outra coisa.
Começa a partida, a inferioridade alemã é evidente, o juiz é o 12º jogador alemão, mas nem mesmo isso é suficiente. A revanche termina com uma nova goleada, 5×3 para o Start e alegria geral para público que pôde ver os nazistas serem subjugados no esporte e sua suposta superioridade destruída completamente. Os jogadores não comemoram a vitória, pois sabiam das represálias.
Os nazistas, como bestas feras, não toleraram a derrota. A Gestapo, dias depois do jogo, prendeu os jogadores, enquanto trabalhavam na padaria. Quatro deles foram mortos, sob a acusação de pertencerem a um órgão da polícia secreta soviética. Os jogadores foram torturado, Nikolai Korotkykh, Nikolai Trusevich, Ivan Kuzmenko e Alexei Klimenko, morreram e os outros, devidos as suas condições físicas, não mais puderam jogar futebol. Depois da Guerra, o Start voltou a chamar-se Dínamo de Kiev, um monumento foi construído em homenagem aos que morreram.
Eis aí um dia especial na história do esporte, quando o futebol permitiu que os oprimidos humilhassem seus opressores diante de todos.
