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Autoritarismo

Flávio Dino, a covardia da truculência

Flávio Dino é cantado em verso e prosa por jornalista que só faltou vestí-lo com roupa de super-herói e o descrever voando pelos céus.

Moisés Mendes publicou um artigo entusiasmado no Brasil 247, nessa terça-feira (16), no qual tece inúmeros elogios a Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública na atual gestão. O artigo é intitulado A coragem de Flávio Dino. Nele, Mendes conclui que “O humor de Dino, o sarcasmo bem dosado, sua rapidez de raciocínio e a capacidade de confrontar o fascismo com as suas ignorâncias e ódios, tudo isso é bravura”.

O texto diz que “O ministro Flávio Dino disse não temer os fascistas. Talvez tenha um pouco de medo, o que é natural, mas o que ele quis dizer mesmo é que a bravura não pode ser mais fraca do que o temor num ambiente de ativismo permanente de uma extrema-direita ameaçadora e violenta”.

Onde estava toda essa coragem de Dino que não enfrentou o pai do fascismo, o imperialismo, quando ajudou a entregar Base de Alcântara para os Estados Unidos em 2019?

Para Mendes “Dino não precisa ser traduzido, mas o que ele transmitiu é que, mesmo sabendo dos riscos que corre, prefere reafirmar que enfrenta o fascismo com destemor”. Não foi bem assim em 2014, quando Flávio Dino apoiou Aécio Neves, que ao ser derrotado, já deu andamento ao golpe para derrubar Dilma Rousseff. Mais tarde, em 2018, Dino apoiou o antipetista raivoso Ciro Gomes.

O que fez Dino contra o Golpe que destitui Dilma? O agora ministro esteve dentre aqueles que logo trataram de “virar a página do golpe”, ou, em outras palavras, capitulou para o bolsonarismo.

Palavras memoráveis

Moisés Mendes, em sua empreitada, diz eufórico “Vamos reler o que o ministro da Justiça escreveu em rede social, porque merece ser emoldurado nas paredes de gente que andou ou ainda anda com muito medo: 

“Eu não tenho medo. Minha perna não treme, minha voz não treme, minha mão não treme quando estou enfrentando um fascista. Podem botar um fascista, 10, 20, 30. Eu tenho esse espírito de missão. Nós precisamos conter o nazifascismo no Brasil. E aí você pode inclusive ridicularizar o nazifascismo”.

Porém, quando teve que encarar não 10, 20 ou 30 fascistas, quando viu um vídeo de um general andando calmamente entre os invasores no 8 de janeiro, disse: “Eu, sinceramente, conheço muito pouco o general Dias. Mas, de tudo que ouvi, não acredito que o general tenha agido mancomunado ou de conluio com criminosos”. Essa vai ficar bonita, quando emoldurada.

O jornalista acredita que falta nos outros aquilo que enxerga em Flávio Dino como na incrível coleção de frases abaixo:

“Flávio Dino sabe que a coragem foi uma virtude ausente em muitas áreas, principalmente nas que, por dever e prerrogativa, têm a missão de enfrentar delinquentes políticos.

O espírito de missão, ministro Flávio Dino, foi cumprido de forma burocrática por muitos colegas com estrela no peito e que deveriam ter afrontado a bandidagem que se apropriou do Estado.

Faltou coragem, ministro, porque muitos dos que se acham corajosos se acocoraram para os militares e deram passagem a manezinhos, manezões e terroristas”.

Só temos que dizer ao jornalista que toda essa excitação de Flávio Dino no cargo de ministro, toda essa virilidade, está devidamente respaldada pelo imperialismo. Quando não havia esse apoio a coisa era bem diferente, como já foi dito: apoiou Aécio, apoiou Ciro Gomes, pouco ou nada fez quando o imperialismo atacava Dilma Rousseff. Dino capitulou para o bolsonarismo e apoiou Rodrigo Maia na Câmara, conforme publicamos.

Que coragem é necessária para se indicar o açougueiro do Carandiru, Nivaldo César Restivo, para chefiar a Secretaria Nacional de Políticas Penais? Ou um Edmar Camata, lavajatista favorável à prisão de Lula, para ficar à frente da Polícia Rodoviária Federal? Não fosse a pressão da esquerda, a coisa teria ficado por isso mesmo. Estranha maneira de encarar os fascistas a desse ministro.

Quando o imperialismo apoia…

No caso dos presos rebelados no Rio Grande do Norte devido às condições desumanas de encarceramento, a própria imprensa burguesa tratou de desmascarar a farsa da ajuda, como publicou o portal Terra: “Não é verdade que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, liberou R$100 milhões para melhorar as condições de presos no Rio Grande do Norte, como alega um vídeo que circula nas redes. De acordo com o detalhamento dos gastos feito pelo governo potiguar, R$26 milhões desse montante serão destinados a ações que podem beneficiar em alguma medida os detentos. Os demais R$74 milhões serão usados na compra de armamentos, equipamentos e viaturas e no custeio da Força Nacional de Segurança”. Bem “democrático”, como se pode ver.

Dino se vangloria, após a cassação do mandato de Deltan Dallagnol, de ter aprofundado a truculência da Lei da Ficha Limpa, um dispositivo inconstitucional que anula aquilo que a população decidiu nas urnas.

“Pois é. É da minha autoria, quando deputado federal, a emenda que em 2010 determinou a aplicação da Lei da Ficha Limpa a magistrados e membros do Ministério Público”.

As energias de Flávio Dino, no momento, estão em atacar a liberdade de expressão a qual ele afirma ter sido sepultada pelas big techs. Muito de acordo com os interesses do imperialismo, que está tratando de aprovar leis repressoras e mais censura para a Internet em todo o mundo.

Final apoteótico

Os dois últimos parágrafos coroam essa verdadeira ode a Flávio Dino. Diz Moisés Mendes: 

“Mas são novos tempos. Que a sua coragem contagie os que se encolheram e estão tentando reagir nesse cenário de resgate da democracia criado com a ajuda dos que não se acovardaram. Sem coragem, com a perna tremendo, não há missão que prospere em tempos de exceção e de ameaças.”

O ímpeto com o qual Flávio Dino se atira sobre a liberdade de expressão, sua truculência, ainda mais que tem o apoio do imperialismo, nos faz ver que, se depender dele: “Missão dada, é missão cumprida”.

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