Em entrevista para o jornal Estado de São Paulo, publicada nesta terça-feira (27) o ex-diretor de Política Econômica do Banco Central (BC) e economista-chefe da Asa Investments, Fabio Kanczuk, falou sobre a pequena queda de juros que vem acontecendo nos últimos meses e indicou o que a burguesia deve fazer para manter o país refém da economia internacional.
Fabio Kanczuk traduz muito bem o pensamento do mercado financeiro em relação à economia: “O BC tem a liberdade de ficar subindo ou manter o juro alto por tempo suficiente até a economia afundar e daí a expectativa ancorar. Essa é uma liberdade que o BC tem e decidiu não ir por este caminho. Então essa é uma opinião e a minha é diferente daquilo que o Comitê decidiu. A minha opção seria segurar o juro até a economia afundar e a expectativa reancorar.”
Kanczuk estava no BC desde outubro de 2019. De setembro de 2016 a outubro de 2018, ele foi secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, e depois assumiu o cargo de representante do Brasil junto ao Banco Mundial. O ex-diretor era secretário do governo ilegítimo de Michel Temer e trabalhou ao lado do então ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que deu vida ao criminoso teto de gastos.
No dia 25 de setembro o mesmo jornal golpista publicou uma matéria intitulada: “Samuel Pessôa: ‘Vamos viver momentos de estresse no governo Lula por causa da política fiscal’”. Segundo o pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), Samuel Pessôa, ficou claro que a burguesia aceitou mudar os duros termos do Teto de Gastos imposto por Temer, mas não irá permitir mudanças além das que foram aceitas.
Ou seja, a burguesia não quer que Lula gaste mais nenhum centavo com a população e com nada público no Brasil, como, por exemplo, saúde, educação, etc., pois deve-se controlar os gastos para enriquecer ainda mais os banqueiros parasitas do imperialismo. Campos Neto, o atual presidente do Banco Central, tem trocado farpas com o presidente Lula desde o início do mandato.
A política de independência do Banco Central, paralisa a economia e o desenvolvimento do país em prol da burguesia e bancos estrangeiros. Sendo assim, Lula tem dificuldade de cumprir promessas de campanha e trabalhar em favor da população. O povo, com urgência em relação à crise econômica, resultado direto do golpe de Estado de 2016, entra em choque com a política da burguesia. É preciso uma grande mobilização e organização dos trabalhadores para barrar a sanha golpista que esfola o país até hoje.