O Partido da Causa Operária e os Comitês de Luta estão em campanha pela liberdade imediata do Cacique Leonardo e em defesa da luta pela terra.
O líder indígena Leonardo de Souza está preso em regime fechado desde 2018, em uma clara violação da Constituição Federal de 1988 e que, no entanto, foi confirmado pelo Supremo Tribunal Federal em 2020 na pessoa do ministro Alexandre de Moraes, que em decisão monocrática, negou o pedido de habeas corpus da Defensoria Pública em favor do cacique.
Cacique Leonardo foi preso após reagir ao verdadeiro massacre causado por uma emboscada armada pelos latifundiários do Mato Grosso do Sul contra a aldeia indígena Guarani-Caiouá, Tey’i Kue ou Reserva Caarapó, em 2016.
Durante a emboscada, mais de cem pistoleiros encapuzados invadiram a reserva indígena com dezenas de caminhonetes, tratores com pás-carregadeiras e armas de vários calibres, causando uma verdadeira devastação.
Os abrigos de centenas de índios foram colocados abaixo e queimados, deixando um saldo enorme de feridos e a morte de Clodiodi Aquile de Souza, agente de saúde dos índios e filho do cacique Leonardo.
Cacique Leonardo foi então acusado de sequestro e cárcere privado pelo judiciário por haver conseguido tornar prisioneiros alguns dos pistoleiros que participaram do massacre, em uma completa e total inversão dos fatos como é de costume por parte do judiciário fascista.
Enquanto o cacique estava sendo levado ao cárcere em 2018, os pistoleiros que participaram do massacre na aldeia Caarapó só seriam julgados em 2022.
LIBERDADE PARA O CACIQUE LEONARDO
Trata-se de uma verdadeira perseguição política do latifúndio do Mato Grosso do Sul. A prisão do cacique Leonardo se deu em meio a uma grande disputa entre a Polícia Federal e a Polícia Militar para ver quem prenderia a grande liderança indígena.
É preciso uma ampla denúncia contra a prisão do líder indígena, contra a arbitrariedade e o fascismo com que age o judiciário, e as polícias que atuam em completa consonância com os interesses dos latifundiários.
Nesse sentido, a campanha iniciada pelo PCO e pelos comitês está a pleno vapor.
Em Dourados, alunos da Faculdade Intercultural Indígena, (FAIND, da Universidade Federal da Grande Dourados), de alunos indígenas em sua maioria, fizeram um protesto ao final de uma palestra sobre “pluralismo jurídico” apresentada aos alunos por um professor enviado da Universidade de Viena, René Kuppe.
Além do protesto, vários alunos presentes na palestra fizeram perguntas sobre o caso do cacique Leonardo, conhecido por todos ali presentes. Um dos alunos questionou o palestrante sobre qual seria a razão de manter preso e criminalizado um lutador pela terra como o cacique Leonardo se a terra é um direito garantido pela Constituição?
Para os interessados na manutenção dos monopólios privados sobre a terra, faz todo sentido. Por isso mesmo, a população, estudantes e trabalhadores da cidade, e do campo, devem se mobilizar pela liberdade do cacique Leonardo. E também, de todos os envolvidos na luta pela terra.
