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Reinaldo Azevedo recebe Boulos

Entre identitarismo e “fascismo”, o povo prefere o “fascismo”

Boulos confunde a propaganda e o apoio do imperialismo ao identitarismo com popularidade

No dia 20 de março, segunda-feira, foi ao ar, no canal de Reinaldo Azevedo no YouTube, no podcast Reconversa, uma entrevista com Guilherme Boulos, deputado federal pelo PSOL.

Azevedo, jornalista que ficou famoso na imprensa golpista por inventar o termo “petralha”, afirmou que o canal foi um convite do próprio YouTube, ou seja, do Google, para “contribuir para qualificar o debate na internet”. Essa informação no início do programa é importante, pois fica claro que as ideias defendidas ali, inclusive pelos convidados escolhidos para a entrevista, são as ideias dos grandes monopólios imperialistas internacionais.

Junto com Reinaldo Azevedo, o podcast é apresentado por Walfrido Warde, empresário e advogado, dono do IREE, uma espécie de ONG com financiamento de vários órgãos imperialistas ou ligados ao imperialismo. As relações de Boulos com Walfrido Warde, que este explicou ser uma amizade de mais de 20 anos, foi analisada pelo DCO em alguns artigos.

Durante a entrevista, Guilherme Boulos dá sua opinião sobre uma série de questões políticas. Vamos no ater aqui ao problema do identitarismo. Ao ser perguntado sobre a defesa do PSOL das chamadas “pautas de costume”, Boulos afirma o seguinte: “o crescimento da extrema-direita é um subproduto e resultado do avanço necessário dessas pautas.”

Essas “pautas de costume” são o identitarismo. Segundo Boulos, trata-se do que as pessoas falam sobre os negros, as mulheres, os LGBTs etc. O deputado crê que essa política seja popular e que ela está realmente se impondo socialmente.

Em primeiro lugar, a ideia de que o chamado “politicamente correto” estaria se impondo só pode passar pela cabeça de uma pessoa da classe média universitária esquerdista. A política de tentar calar as pessoas pelo que elas dizem é uma das coisas mais impopulares que a esquerda pequeno-burguesa defendeu em sua história. E é por isso, justamente, que muitas pessoas estão criando verdadeira aversão pelo identitarismo.

Boulos acredita que o crescimento da extrema-direita é um resultado da maior aceitação dessas ideias do identitarismo. Ou seja, como a cada dia mais pessoas aderem às ideias descritas acima, há uma parte conservadora da sociedade que se agrupa em torno da extrema-direita como reação a essa tendência.

A ideia é um absurdo em si porque se fosse assim, a extrema-direita não estaria crescendo, mas estaria em franca decadência.

Essa confusão expressada por Boulos é muito comum na esquerda identitária. Como a burguesia imperialista apoia e impulsiona, neste momento, o identitarismo, a esquerda acredita que ele é maioria na sociedade. Como a Rede Globo faz propaganda disso na TV, os principais jornais defendem essa ideologia e até mesmo as instituições do Estado fazem demagogia identitária, Boulos acha que a maioria da sociedade adotou essas ideias, quando, na realidade, é justamente o oposto.

Se a extrema-direita está crescendo devido ao identitarismo, não é pelo motivo que Boulos aponta. O crescimento é uma reação justamente a uma política identificada com a burguesia, uma política que tenta impor à maioria das pessoas uma ideologia reacionária, anti-popular.

Se fosse pelo motivo apontado por Boulos, teríamos que concluir que a esmagadora maioria da população estaria se tornando de extrema-direita. Afinal, se a extrema-direita está crescendo, é porque ela está ganhando cada vez mais adeptos.

No entanto, isso é muito diferente de dizer que o povo é fascista.

O que acontece é que o fascismo aproveita esse descontentamento e consegue faturar politicamente fazendo demagogia. Reinaldo Azevedo e Boulos dizem ironicamente que o fascismo passou a defender a liberdade de expressão, mas não conseguem entender porque isso acontece.

Isso ocorre porque a extrema-direita tem uma política demagógica, se colocando como crítica à ideia do “politicamente correto”.

Não é surpreendente que Boulos acredite nisso, afinal, ele mesmo é parte dessa política do imperialismo de incentivar uma ideologia falsamente de esquerda. Não à toa, Boulos foi um dos convidados do Google e de Reinaldo Azevedo para “qualificar o debate na internet”. Suas ideias são as mesmas de um dos monopólios imperialistas mais poderosos.

Boulos participou do terceiro episódio do podcast e os dois primeiros contaram com a participação de Silvio Almeida e de Marina Silva. O “debate qualificado” segundo a empresa imperialista do Google é essa esquerda identitária.

Para Boulos e a maioria da esquerda pequeno-burguesa, a defesa dos direitos e a luta dos negros, das mulheres e dos LGBTs transformaram em uma política moralista de censura, de tentar calar os outros impondo suas ideias. Essa é a ideologia imperialista do identitarismo, não tem nada a ver com a luta pelos direitos dos oprimidos.

Instituto que paga Boulos é ligado ao governo dos EUA e golpes na América Latina

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