Texto postado no Twitter do Coletivo Terra Vermelha a respeito de uma nota do Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG), uma entidade patronal que “justifica o trabalho escravo em vinícolas do município pela falta de trabalhadores e culpa políticas assistenciais que não deixam os trabalhadores miseráveis para se sujeitar a qualquer tipo de ‘trabalho'”.
O grupo de empresários à frente do CIC-BG que tenta “passar pano” para as práticas desumanas contra a classe trabalhadora utilizada nas vinícolas, e que defende a política neoliberal imposta a países atrasados economicamente, como o caso do Brasil, publicou uma nota de posicionamento, em fevereiro (25), a respeito das denúncias recentes de exploração de trabalhadores com uso de mão-de-obra semelhante à mão-de-obra escrava. Segundo a nota:
“O Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves vem acompanhando com atenção o andamento das investigações acerca de denúncias de práticas análogas à escravidão no município”. Ao mesmo tempo, justificam dizendo que “Situações como esta, infelizmente, estão também relacionadas a um problema que há muito tempo vem sendo enfatizado e trabalhado pelo CIC-BG e Poder Público local: a falta de mão de obra e a necessidade de investir em projetos e iniciativas que permitam minimizar este grande problema. Há uma larga parcela da população com plenas condições produtivas e que, mesmo assim, encontra-se inativa, sobrevivendo através de um sistema assistencialista que nada tem de salutar para a sociedade”.
O caso somente veio à tona porque 3 trabalhadores fugiram dos locais de trabalho e denunciaram os abusos. “Os trabalhadores denunciaram serem extorquidos, ameaçados, agredidos e torturados com choques elétricos e spray de pimenta”. Embora a imprensa burguesa tenha se esforçado para mostrar alguns desses empresários escravistas como pessoas que estão em suas posições por merecimento. A realidade é que não se incomodam em deixar pessoas nas situações mais degradantes se isso aumentar seus lucros.
Os direitos da classe trabalhadora só podem ser alcançados e mantidos mediante manifestação nas ruas. É preciso enfrentar e derrotar a burguesia, a principal inimiga dos trabalhadores. E que ninguém se engane, esse não é um caso isolado. Conforme se deteriora o capitalismo, mais os burgueses recorrem a essas práticas, como oa do trabalho escravo.