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Análise Política da Semana

Dino e Gonet: uma arapuca para Lula

Confira vários dos temas abordados pelo cro. Rui na análise desse sábado!

A Análise Política da Semana com o companheiro Rui Costa Pimenta neste sábado, dia 2, discutiu muitos temas da situação política atual. O companheiro abordou tópicos variados, mantendo-se constante na análise da situação palestina e a sua influência na situação atual do Brasil, com tópicos como a perseguição ao camarada Breno Altman, as leis “antirracistas” do STF e a paralisia da esquerda pequeno-burguesa diante da questão palestina.

No início, o companheiro fez uma colocação sobre o tema das leis antirracistas passadas pelo STF com o apoio da esquerda pequeno-burguesa, e como essa linha jurídica vem importada do imperialismo. “Primeiro, temos que falar que a lei contra o racismo não foi feita para defender o negro. Ela é uma lei genérica, que abre a porta para se considerar qualquer coisa que tenha um teor que possa ser considerado racial como um crime”, disse o presidente nacional do Partido da Causa Operária.

“Não foi a cabecinha oca dos parlamentares brasileiros que inventou essa lei. A maioria dos parlamentares não sabe nem escrever. Essas leis foram importadas”, afirmou ele.

“Aqui, como estamos vendo uma série de ações dos serviços de inteligência, precisamos esclarecer para todo mundo que esses serviços organizam seu próprio lobby, muitas vezes junto às instituições brasileiras”, concluiu.

Ele complementou o raciocínio falando sobre o problema da censura, que hoje se sustenta através dessas leis, que são aplicadas muito além de suas atribuições e de maneira parcial e política, como está sendo no caso do camarada Breno Altman, que está sendo perseguido pelo sionismo com a pecha de antissemitismo, mesmo sendo de origem judaica, por repudiar e denunciar as atitudes monstruosas do Estado sionista de Israel. 

“A luta pela liberdade de expressão é uma luta pela autodefesa dos oprimidos, pois se você não puder se defender, você acabará sendo uma vítima indefesa dos acontecimentos.

“Precisamos de uma campanha nacional contra essa política de censura. Eu considero que a decisão do STF é de que eles avançaram o sinal e abriram um flanco para uma luta política em torno desse problema.

“Estamos vendo o que fazer com o caso do Breno Altman, também, de maior envergadura, pois não é possível passar em branco o que está acontecendo com ele. Evidentemente que ele é aquele caso que estão usando para abrir a porteira contra o movimento da Palestina, assim como também não tenho dúvida que o próximo alvo é o PCO.

“Vamos ver como a situação se desenvolve, mas temos que agir”, disse.

Na sua fala, Rui Pimenta menciona a nova decisão do STF sobre a imprensa, onde a Corte aceitou a interpretação de que os órgãos de imprensa podem ser co-responsabilizados pelo conteúdo de falas de terceiros que venham a ser entrevistados, por exemplo, se o que está sendo dito seja mentira, tanto quem contou a mentira, quanto o veículo que a noticiou podem ser punidos criminalmente. Essa interpretação fere o princípio jurídico da intranscendência penal, que garante que somente o condenado, e mais ninguém, poderá responder pelo fato praticado.

“Uma coisa que surpreende a gente é o poder do STF. Eles foram chamados a julgar um caso em que, em uma entrevista, um cidadão de Pernambuco acusou um militante do PT de ser um terrorista que plantou bombas em não sei aonde.

“A partir daí, houve um processo e o STF decidiu que se o jornal entrevista uma pessoa e a pessoa mentir, o jornal poderá ser responsabilizado penalmente. Responsável por aquilo que uma pessoa disse, mesmo sem ter absolutamente nenhuma ligação com o jornal.

“É um preceito jurídico inquestionável que, se alguém cometeu um crime, apenas o criminoso deve ser julgado. O crime não pode passar da pessoa do criminoso. Se eu cometer um crime, minha esposa não pode ser acusada do crime pelo simples fato de estar relacionada comigo.

“Aqui, a decisão do STF subverte completamente essa norma jurídica fundamental. Quer dizer, se um jornal, vamos supor o jornal Estado de S. Paulo, e esse alguém fala alguma coisa que configura um crime de calúnia ou de racismo, o jornal, o editor geral e os outros responsáveis podem pegar cadeia.

“Isso significa, na prática, que a partir de agora os responsáveis por qualquer jornal vão tomar um cuidado muito grande de entrevistar uma pessoa. Já não digo nem de abrir uma coluna para um colunista, que seria ainda mais grave. Vocês imaginam o tamanho do problema que eles cuidaram? Você praticamente liquida completamente a liberdade de imprensa”, pontuou.

Em meio à exposição, o companheiro fez questão de falar um pouco sobre a trajetória e personalidade de Henry Kissinger, que morreu aos 100 anos no último dia 29 de novembro. O companheiro citou a trajetória macabra do ex secretário de estado dos EUA, que bombardeou violentamente o Camboja, o Laos e o Vietnã, chegando a utilizar-se do agente laranja, arma química poderosa, para tentar derrotar a resistência vietcongue. O companheiro expôs como a natureza desse tipo de figura é a do burocrata medíocre, desalmado, que é capaz de matar milhões de pessoas para manter o poder da burguesia imperialista sobre diversos países e cumprir suas tarefas burocráticas. 

“Essa semana morreu o Henry Kissinger e vi manifestações destacadas por dois lados.

“O primeiro falava que ele era um genocida, talvez o maior criminoso de guerra do século 20, enquanto o outro passava em branco, falando que fez acordos e apenas.

“Esse cidadão era o responsável pela política externa dos Estados Unidos na década de 70 e era o responsável pelos violentíssimos bombardeios no Laos e no Camboja, que era uma operação criminosa igual a que estamos vendo na Palestina, mas em escala superior.

“É importante destacar que esse cidadão fez o que fez seguindo a política norte-americana, que no Vietnã havia promovido um morticínio inacreditável, tendo matado de 1 a 3 milhões no Vietnã. Eles tinham a capacidade de soltar bomba sobre a população civil do Vietnã em uma escala inacreditável.

“Foi uma tentativa do imperialismo de conter os trabalhadores com a mais intensa violência. Nós não deveríamos dizer que são sanguinários, pois isso seria para enaltecer as pessoas. Isso daqui é um sistema de burocratas a serviço do grande capital que são capazes, sem nenhuma emoção maior, de cometer crimes inimagináveis. Não por serem sanguinários e violentos em si, mas porque, para eles, é um jogo burocrático. Para conter o comunismo, alguém fez as contas e despejaram uma quantidade incontável de bombas. É a mesma coisa que os nazistas faziam nos campos de concentração. Uma coisa horrorosa.

“Eles são peças de uma engrenagem que é monstruosa. Muita gente vai falar que o Kissinger era um grande estrategista político, mas não tem nada a ver. Eles são uma manifestação da mediocridade humana”, ressaltou.

O companheiro ainda complementa essa questão esclarecendo que esse tipo de crime contra a humanidade não é obra de indivíduos, mas sim do imperialismo que produz os piores horrores do nosso tempo:

“O imperialismo, em um século e pouco de história, já cometeu uma quantidade muito espantosa de crimes. O Vietnã nem é o pior crime e depois do Vietnã ainda tivemos outros casos. Iraque e Afeganistão, por exemplo, fizeram a mesmíssima coisa. Iugoslávia, Rússia, sem falar na América Latina, que são os reféns do imperialismo norte-americano.”

Entrando na questão palestina, o companheiro Rui passa a comentar a evolução positiva que tivemos na Palestina, além de alertar para alguns entendimentos errados que muitos que estão acompanhando o caso estão tendo. Ele alerta para a concepção errada que muitos tem sobre a capacidade do Hamas de enfrentar Israel. 

“O Hamas não é um grupo de guerrilheiros minúsculo. Ele tem condições de fazer frente a ofensiva sionista.

“O que nós vimos até agora mostrou isso daí. O que muita gente não considera é o seguinte: quando a resistência palestina era liderada pela OLP, a OLP atuava principalmente fora da Palestina.

“Em uma época, tiveram bases na Jordânia, em outra época no Líbano, e Israel conseguiu expulsar de ambos lugares. Mas só o Hamas tem 40.000 combatentes, sem contar as outras organizações armadas. O número especulativo é que, dentro da Palestina, se chegue à marca de 100.000 combatentes.”

“Seguindo com a exposição, Rui começou a trabalhar o tema do ponto de vista da situação nacional, onde chamou atenção para a situação de paralisia que sofre a esquerda nesse momento tão importante de luta no Oriente Médio. Em uma fala sobre a esquerda o companheiro afirmou o seguinte:

“Enquanto estão matando 5.000 crianças na Palestina, uma vereadora do PSOL acha mais importante atacar um dos dois grandes monumentos da língua portuguesa do que lutar contra o mar de sangue sendo derramado na Palestina por motivos claramente racistas. Esses partidos perderam a noção.”

O companheiro seguiu por colocar o problema da Polícia Federal e a sua ligação com o Mossad, que evoluiu para novos desenlaces absurdos e farsescos, com o retorno das alegações de que o Hezbollah estaria se preparando para cometer atentados no Brasil, algo verdadeiramente absurdo.

“A polícia federal, como já está completamente claro, o governo Lula não tem nenhum controle. O caso da operação do Hesbolá orientada pelo Mossad, que é um fracasso, era uma operação para convencer os brasileiros de que estamos ameaçados pelo terrorismo árabe.

“A primeira pergunta que todo brasileiro fará é o porquê de estarem organizando um atentado terrorista no Brasil; o que o Brasil teria a ver com isso. Fica óbvio que é uma farsa total.”

Falando em Polícia Federal, o companheiro Rui Costa Pimenta passou totalmente para um balanço dos acontecimentos nacionais, onde dissertou sobre a indicação de Flávio Dino ao STF, e como essa decisão foi um erro, fruto de uma campanha de pressão intensa sobre o governo, como evidenciado pela indicação de Paulo Gonet para a PGR, ato que em nenhum cenário poderia ter sido uma escolha nem remotamente voluntária do governo Lula.

“Depois de ter passado quase um ano falando que indicaria o Messias, Lula indicou o Flávio Dino para o STF após uma campanha da Globo e outros meios.

“Até aí podemos falar que é uma negociação do tipo das negociações estranhas que o Lula faz, mas a indicação do senhor Paulo Gonet mostra mais da situação. Quando Bolsonaro estava para escolher o PGR, a deputada do PL, Bia Kicis, levou um candidato para Bolsonaro aprovar, alegando que era um direitista raiz, religioso e de extrema direita: Paulo Gonet.

“Qual que é a possibilidade de que o Lula tenha voluntariamente escolhido esse Paulo Gonet para ser o PGR, uma posição extremamente sensível ao governo? Nenhuma. Ele não escolheu esse cidadão.

“A conclusão óbvia, infelizmente, não pode ser fundamentada, mas 95% da política é feita nos bastidores.”

Ao concluir sua intervenção, o presidente do PCO passou a comentar a agressiva guinada do governo Lula em direção ao ambientalismo, fator preocupante na política do governo. Sobre a fala do presidente da República na COP28, onde este fez um discurso recheado de demagogia ambiental, com direito a choro ao passar a palavra para Marina Silva, Rui Pimenta assinalou que:

“Uma coisa que chama a atenção é a intensidade com a qual o Lula está desenvolvendo a demagogia ecológica. Primeiro ele fez uma declaração na COP dizendo que o ano de 2023 foi o ano mais quente dos últimos 125 anos, aí eu parei e pensei: como ele sabe?

“Ele tá falando o que, do ano 1900? Será que tinha alguém lá, na península arábica, medindo a temperatura naquela época? E na África? É uma afirmação totalmente desprovida de significado real. Já vi gente falando que foi o ano mais quente da história da humanidade, mas com que termômetro mediram a temperatura dez mil anos atrás? O homem da pedra lascada tinha algum tipo de termômetro?

“Depois ele disse que quem tem que falar da floresta é a Marina Silva, porque ela é da floresta e até chorou. O negócio está completamente fora de controle. Você sabe que é demagogia, ele disse que precisa explorar o petróleo para gastar na transição energética; tudo bem, você não precisa acreditar que isso seja verdade.

“É um bom motivo para convencer a explorar, mas o Lula está vendo possibilidade no negócio do hidrogênio verde, porque os europeus cometeram suicídio econômico quando começaram a boicotar a Rússia. Transição energética não é uma coisa real, então os europeus estão falando sobre o hidrogênio verde. Tudo bem, é um negócio, o que vamos falar? Ao mesmo tempo o Lula foi admitido na OPEP+ e ele disse que vai defender, por lá, que usem o dinheiro do petróleo para a transição energética. 

“Isso tudo dá a ideia de um governo que está tentando avançar debaixo de um fogo intenso, que perdeu nas indicações, e vamos ter claros: é entregar o negócio para o inimigo. Tem quem ache que o Alexandre é o herói da democracia, mas isso daí é uma alucinação do pessoal. Não é real. Temos que ver a situação porque a coisa está muito ruim.”

Por último ele comentou as dificuldades que o governo vai ter que enfrentar na presidência do G20, onde ele terá que se posicionar sobre diversas questões chave da política internacional como Palestina e Ucrânia, onde não será possível ter posições muito ambíguas:

“O Brasil assumirá a presidência do G20 e terá que opinar sobre questões que são muito sérias, como Ucrânia e Palestina, e terá que ter uma capacidade de malabarismo muito grande.

“Não sei se dará certo. O governo sofrerá uma pressão muito grande para deslocar sua posição. Diante disso, uma questão que seria essencial para a política brasileira é justamente uma questão muito importante na política internacional, que é a Palestina.

“Vamos falar a verdade: é o único terreno que temos a possibilidade de manifestar se não as massas, mas aquelas dezenas de milhares de pessoas mais politicamente ativas. Seria uma forma do governo fazer o que ele se recusou a fazer desde o primeiro dia: mobilizar o pessoal. É um tema candente.”

O vídeo completo está disponível no canal da Causa Operária TV no YouTube, onde pode ser assistido gratuitamente na íntegra pelo link: Dino e Gonet: uma arapuca para Lula – Análise Política da Semana, com Rui Costa Pimenta – 02/12/23

 

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