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Le Caciquê

Descobrimos: “Raoni” não é tupi, é francês

O índio de estimação de Macron não descansa em sua missão de proteger as riquezas do Brasil para os estrangeiros. Seria ele um francês disfarçado?

O que faz uma “grande liderança indígena” diante do esmagamento do seu povo? Ou dos seus povos irmãos, tendo em vista a enorme quantidade de tribos no Brasil. Deveria esse grande líder percorrer os territórios dos índios, reunir forças, organizar as tribos em torno de uma luta? No caso do índio Raoni, a luta se resume a viajar para os países que oprimem a população mundial e pedir ajuda financeira aos capitalistas para lutar contra o seu próprio país. Aliás, pelo tanto que ele viaja pra Paris, chegamos à conclusão de que seu nome se pronuncia fazendo biquinho no final, como quem pronuncia “Sarkozy”, “melodie” ou “rosie”. Trata-se de uma figura impulsionada há muitas décadas pelo imperialismo para defender seus interesses na Amazônia.

Na última semana, Raoni foi a Paris se encontrar com ninguém menos que o presidente francês Emmanuel Macron, sendo recebido no Palácio de Eliseu. O objetivo, acredita quem quiser, teria sido o de “preservar as florestas tropicais, garantir o respeito aos direitos dos povos indígenas, esse é o trabalho da sua vida, sua luta pela humanidade”. Como todos sabem, essa é a grande preocupação de Macron, tão preocupado com a humanidade que está fazendo o seu próprio povo pagar caro por uma guerra que nada lhe diz respeito.

Mas os encontros de Raoni com “la bourgeoisie” não ficam por aí.

Em 2022, a Globo dedicou um bom espaço no seu programa jornalístico de domingo para levantar a bola de Raoni. Mesmo ano em que se encontrou com tanto com o Papa quanto com o presidente francês Emmanuel Macron. Na matéria, se aproveitam do espantalho de Bolsonaro para pintar Raoni como uma espécie de “antifa” de cocar. É interessante que foi reproduzida uma fala de Bolsonaro na ONU, onde ele coloca que “muitas vezes, alguns desses líderes, como o cacique Raoni, são usados como peça de manobra por governos estrangeiros na sua guerra informacional para avançar seus interesses na Amazônia”. De fato, é disso que se trata, Afinal, o assédio dos países imperialistas sobre as riquezas da Amazônia é público e notório já há muitas décadas. No caso de Bolsonaro, a denúncia não passa de uma bravata, pois sua política na presidência foi qualquer coisa, menos nacionalista. Mas o que não faltam na região são brasileiros e estrangeiros financiados por grandes capitalistas.

Como se contasse resumidamente a biografia de Raoni, a matéria fala da amizade entre ele e o cantor inglês Sting, que reuniu em Nova Iorque no começo dos anos 1990 artistas como Elton John, Caetano Veloso e Tom Jobim, entre outros, para “arrecadar fundos para a demarcação de terras indígenas. E foi justamente essa parceria com o artista pop que alavancou a carreira internacional de Raoni, que serviu para dar o status de “ambientalista” para Sting, afinal o que seria mais “autêntico” do que posar ao lado de um nativo com um adorno enorme no lábio? A campanha de arrecadação serviu então para criar a ONG Rainforest Foundation Fund, criada por Sting, sua esposa e o cineasta belga Jean Pierre Dutilleux, que havia apresentado Raoni a Sting. Como boa ONG filantrópica, atua interferindo na política de países como Camarões, República Democrática do Congo, Malásia, Belize, Bolívia, Peru e Brasil, entre outros.

Levantar dinheiro no exterior, aliás, parece ser o trabalho principal de Raoni, que consegue a proeza de levantar recursos para “salvar o mundo” justamente com aqueles que mais destruição e sofrimento espalham pelo planeta. Como 171 profissional, Raoni mistura o atual discurso ambientalista do imperialismo com um linguajar “ingênuo”, como numa fala dele na mesma matéria: “se continuar com as queimadas na floresta, o vento vai aumentar, o Sol vai ficar muito quente, a Terra também.. todos nós, não só os indígenas, todos nós vamos ficar sem respirar”. Vale lembrar que uma das atuações mais marcantes de Raoni nos últimos anos foi a campanha contra a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte no Pará. Assim como Sônia Guajajara, Raoni acha que os brasileiros não precisam de energia elétrica. Pelo menos os que estão aqui no Brasil, porque os dois não param de viajar o mundo e usufruir à vontade da tecnologia do “homem branco”.

Raoni não passa de um capacho do imperialismo e usa de uma suposta autoridade perante os índios brasileiros para tentar entregar o país para os estrangeiros. Como os índios estão praticamente abandonados no país, distantes do acesso aos meios de comunicação e sob a mira dos latifundiários, fica fácil estabelecer essas tais “lideranças indígenas”. Basta ter um capitalista estrangeiro financiando sua campanha de autopromoção. Se Raoni exerce alguma liderança real entre algum grupo indígena, pior ainda. Enquanto enche a boca para denunciar o Brasil mundo afora, não perde uma oportunidade para puxar o saco de Macron na França, para onde tem viajado bastante nos últimos anos. Enquanto ajuda a respaldar a farsa ecológica dos franceses, fecha os olhos para o fato de que a França mantém uma colônia, nos moldes “tradicionais”, bem na amada Amazônia. E, vejam só, inclusive explorando por lá o “maldito” petróleo. Como diz um famoso meme: “enfim, a hipocrisia”. Ou melhor, “le hypocrisie”.

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