A direção dos Correios anunciou a criação de um “plano estratégico” que tem como meta inserir 40% de mulheres e 30% de negros em todos os níveis de gestão até o final de 2024. “Estamos atuando para tornar nossa empresa mais justa e inclusiva e, assim, contribuir para a equidade também no Brasil”, afirma o presidente da empresa, Fabiano Silva dos Santos.
Além disso, o programa de bolsas de estudo de graduação para os profissionais de nível médio dos Correios, ou seja, carteiros, atendentes e operadores de triagem, disponibilizou 100 vagas. Destas, 10% são destinadas a pessoas com deficiência e 40% para negros, quilombolas e índios.
A iniciativa não resolverá absolutamente nenhum dos problemas que a categoria apresenta neste momento. Há cerca de um mês, os ecetistas, por meio de seus sindicatos, afirmaram que entrariam em greve por melhorias no acordo coletivo. Apesar de terem recuado, os problemas dos trabalhadores dos Correios não desapareceram, a categoria ainda é profundamente afetada pelo que o golpe fez contra a estatal.
Nesse sentido, a direção dos Correios está utilizando os problemas dos negros brasileiros para esconder os verdadeiros problemas que a empresa precisa resolver. Afinal, direcionar cargos de gestão para pessoas negras e para mulheres não fará alterará em nada o salário dos ecetistas. Apenas passará o papel de oprimir os trabalhadores para as ditas “minorias sociais”.
Não faltam exemplos de como esse tipo de política é inócuo: a vice-presidente dos Estados Unidos é negra (e mulher); no Supremo Tribunal Federal (STF), também temos mulheres e negros. E o que essas pessoas fizeram para os oprimidos? Nada além de oprimi-los ainda mais.