Davi Kopenaua, que é ligado ao imperialismo, teve atendia sua solicitação, feita à FUNAI, para que se proibisse a imprensa de acessar as aldeias indígenas para cobrir a situação dos ianomâmis. De acordo com ele, o dano “socioemocional” de uma exposição indevida seria comparável às mazelas físicas.
Tais pedidos por parte do capacho do imperialismo ensejaram uma portaria restringindo o acesso ao território. Na prática, ela tem a função de censurar a imprensa e impedir reportagens denunciando a situação dos índios, noticiando a intervenção do governo Lula, etc. Não se trata de nenhuma proteção real a estsa população.
Afinal, quem, em sã consciência, poderia afirmar que uma matéria jornalística é tão grave quanto o quadro que os ianomâmis enfrentavam – que passava por desnutrição, diarreia, malária e tuberculose?
Trata-se, finalmente, de um expediente reacionário para suprimir a liberdade de imprensa ainda mais. Qual seria outra justificativa real para impedir o acesso de jornalistas a um território que se tornou assunto número 1 no país no mês passado e que segue tendo uma importante repercussão? E que dano emocional é esse, sendo que esses índios que estão em situação de miséria nem veem televisão?
Na realidade, ele tem medo de que haja uma investigação independente sobre os acontecimentos nos territórios ianomâmis. Tudo o que se tem noticiado sobre a situação dessas tribos é o que foi dito na imprensa burguesa. Poderia haver, por exemplo, uma investigação de uma imprensa independente sobre a situação dos garimpeiros, que estão sendo duramente perseguidos pelo Estado e submetidos a situações desumanas para sustentar a demagogia com a questão ambiental. Ou poderia haver investigações que mostrassem – por que não? – que os fatos não transcorreram como apresentados pela grande imprensa. Em todo caso, para evitar esse tipo de contestação, o lacaio do imperialismo achou por bem pedir ao governo para que impedisse o direito de jornalista de acessarem os territórios – e tal pedido foi aceito de muito bom grado pelas instituições “democráticas”.
A justificativa de uma espécie de dano ou trauma emocional é absurda. O que gera dano é a terrível situação material a que eles estão submetidos – não por culpa do garimpo, mas por conta da impossibilidade de explorar os recursos minerais do próprio solo. É dever de quem está verdadeiramente preocupado com os índios denunciar esta situação.
Ao contrário do que faz o funcionário do imperialismo, Davi Kopenaua, não se deve fazer demagogia barata com a questão do índio. É preciso pôr o problema às claras: não será a proteção “socioemocional” contra as filmagens da imprensa que protegerá o índio. Isso é pura fanfarronice para se aproveitar da histeria do momento e cassar as liberdades mais básicas. Também não será com essa campanha reacionária e direitista de perseguição aos garimpeiros, e muitos deles nada mais são que trabalhadores, que o problema do índio será resolvido.
É preciso, portanto, que eles tenham o direito de explorar sua própria terra, extrair minério dela – fora da demagogia barata que é feita de que os índios seriam “guardiões da floresta” ou qualquer outra bobagem do tipo para impedir o desenvolvimento dessas tribos. O Estado, além de garantir esse direito à exploração, deve expulsar as ONGs imperialistas – que em nada contribuem e só servem para cooptar pessoas como Kopenaua – dos territórios indígenas e dar aos índios os meios técnicos necessários para explorar o solo e para se desenvolverem: desde máquinas agrícolas até instrutores. Tal é a única solução real. Impedir o trabalho jornalístico em territórios indígenas não resolverá absolutamente nada, é só mais uma medida repressiva da burguesia.