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Diante da guerra civil

“Comunistas” do Sudão querem paz controlada pelo imperialismo

Nota do partido comunista, replicada pelo PCB, pede desarmamento e restabelecimento do exército oficial controlado pelo imperialismo

No sítio na internet do PCB há uma nota do Partido Comunista do Sudão sobre os acontecimentos no país africano: “A posição política do Partido Comunista Sudanês diante do conflito”.

A nota alega que o partido é “um dos principais atores políticos da resistência”, não é o que parece, ao ler a nota. A principal “reivindicação” exigida é a do desarmamento da população:

“Neste contexto, o Partido Comunista vê a urgência em dissolver rapidamente todas as milícias, recolher as armas espalhadas pelas cidades e zonas rurais e reconstituir o exército profissional nacional unificado.”

O Sudão passa por uma guerra civil ao menos desde 2019, quando houve um golpe militar no país. As forças armadas derrubaram Omar al-Bashir, militar que governava o país desde 1989.

O golpe foi impulsionado pelo imperialismo e as Forças Armadas estão sob o controle dele, em particular dos norte-americanos. Nada muito diferente da tradição dos golpes militares de direita ocorridos na história.

Desde então, o país segue dividido numa guerra civil envolvendo essencialmente dois setores dos militares. Para o partido comunista, as duas forças em disputa seriam “hostis ao povo sudanês”. Durante o golpe, o partido afirmava que as forças militares de transição, que tomaram o poder após o golpe, tinham as mesmas faces do regime anterior. No fim das contas, a posição do PCS é a de que os dois lados são iguais.

Por isso, diz o partido, alguém, não sabemos se é o lado ruim ou o outro lado ruim da guerra, deveria “dissolver as milícias e recolher as armas”. Trata-se de uma posição esdrúxula, para dizer o mínimo. Se estamos diante de uma guerra entre duas forças da direita, como simplifica o PCS, quem terá a legitimidade e o poder para realizar tal operação?

A própria nota responde, talvez sem querer, a pergunta ao pedir “reconstituição do exército profissional nacional unificado”. Diante da guerra civil, um partido que se apresenta como revolucionário quer entregar o monopólio das armas ao exército oficial. E esse exército, inclusive pela próprio lógica exposta a nota do partido, está controlado pelo imperialismo, pelos golpistas, e está mesmo.

Se é assim, a posição do PCS é de acabar com a guerra civil e entregar de vez o país para um governo pró-imperialista, abrindo mão de qualquer ação na luta que está em curso.

“O Partido Comunista Sudanês pede a união de nosso povo, de todas as forças nacionais, forças de mudança radical e comitês de resistência em torno dos objetivos da revolução, restaurando a paz, a segurança e a estabilidade. Essa é a demanda do momento e a única forma de emergir da crise atual, para recuperar o processo revolucionário e estabelecer a autoridade do povo no poder.”

A boa e velha união nacional. Nada como a paz, a segurança e a estabilidade, o problema é que o país está em plena guerra civil e nenhum processo revolucionário, como quer o PCS, vai emergir apenas por ele está pedindo. Para que haja um processo revolucionário, o partido deveria atuar diante da realidade, a guerra civil que se desenvolve.

O pedido de união nacional não é nada mais que entregar o país aos golpistas. Quem mais teria condições de realizar tal tarefa? As milícias são desfeitas, as armas entregues e o exército retoma a paz e a união nacional. A receita perfeita não para um processo revolucionário, mas para a contrarrevolução.

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