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Ataques nas escolas

Como um disco riscado, Flávio Dino só sabe defender a censura

Novo ataque em escola no Paraná fez o ministro da Justiça retomar a sua campanha pelo aumento da censura e da repressão

Nessa segunda-feira (19), um ex-aluno do Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, no Paraná, entrou na escola alegando que solicitaria seu histórico escolar e matou a tiros dois estudantes, uma menina de 17 anos e um menino de 16, que faleceu no hospital. O ex-aluno, de 21 anos foi imobilizado por um professor da instituição e, com a chegada do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar, detido e encaminhado para Londrina.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Paraná, foram apreendidos com o autor do ataque uma machadinha, carregadores de revólver e a arma utilizada no atentado. Além disso, o órgão trouxe à tona, por meio de informações da família do agressor, que ele é esquizofrênico e está passando por tratamento para essa condição.

O caso em questão é semelhante a outros que ocorreram também neste ano. Em São Paulo, um menino de 13 anos esfaqueou quatro professoras e matou uma delas em 27 de março. Já no dia 5 de abril, em Santa Catarina, um ataque deixou quatro crianças de quatro a sete anos mortas.

Apesar de trágicos, todos os casos apresentados foram utilizados para aumentar cada vez mais o clima de repressão no País. Segundo determinado setor da burguesia, para combater os atentados às escolas, é preciso dar mais recursos à polícia – a principal assassina do povo – e fortalecer as leis autoritárias.

Nos casos anteriores, Flávio Dino, ministro da Justiça, caiu de cabeça nessa campanha, sendo um dos principais, senão o principal defensor de que o Estado deve se tornar cada vez mais autoritário para impedir que esse tipo de coisa aconteça.

Colocando nos termos corretos, o ministro quer um Estado cada vez mais fascista contra os mais de 200.000.000 de brasileiros para combater o fascismo de três ou quatro malucos. Seguindo a política do imperialismo de perseguição aos direitos democráticos do povo, Dino ainda defende que esse combate seja feito principalmente de maneira a impor uma censura cada vez maior nas redes sociais. Dessa vez, não foi diferente:

“É óbvia a relação entre crescimento de ataques contra escolas com apologia do ódio e proliferação de grupos neonazistas na internet. Esse é o ambiente social que impulsiona os psicopatas, inclusive os que se escondem atrás da suposta defesa da “liberdade”. Liberdade de matar?”, disse Flávio Dino em sua conta no Twitter.

Tal qual faz a imprensa burguesa, Dino apresenta a tese absurda de que a liberdade de expressão resulta, na realidade, na morte. As palavras, para o ministro, seriam capazes, de alguma forma ainda não explicada, de se materializar e assassinar pessoas. Algo que seria impulsionado a níveis catastróficos por meio das redes sociais.

Deve ficar claro que tal raciocínio não passa de uma tentativa barata de justificar uma ofensiva cada vez maior contra os direitos democráticos do povo. Finalmente, as redes sociais existem há pouco mais de duas décadas, mas assassinatos sempre ocorreram e, inclusive, no passado, ocorriam com muito mais frequência. Qual seria, então, o nexo entre uma coisa e outra?

É absurdo pensar que as publicações de meia dúzia de pessoas com alguns parafusos a menos na Internet fossem o suficiente para impôr uma censura generalizada sobre todo o conjunto da população. Pois é isso que Dino quer: definir tudo que pode ou não pode ser dito nas redes por meio, por exemplo, do PL das Fake News, do qual ele é um amante.

Para a infelicidade do ministro e para a felicidade geral da nação, a campanha em prol da censura está começando a entrar em decadência. Um setor da burguesia agora já não está mais convencido de que esse é o melhor caminho para massacrar a população, algo visível pelas recentes declarações do Estadão e da Folha de S. Paulo que, em editoriais, criticaram as recentes sanhas ditatoriais do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Nesse sentido, o caso não despertou grande revolta como os outros dois citados neste artigo, demonstrando, inclusive, que toda a preocupação envolvendo os ataques nas escolas por parte da direita e da imprensa burguesa não passa de demagogia.

Finalmente, não é possível combater a extrema-direita – se é que o episódio no Paraná se trata disso – por meio de censura e autoritarismo. Pelo contrário, isso apenas fortalece esse setor, que tende a ganhar mais popularidade por se apresentar como um elemento antissistema.

Somente a organização popular pode enfrentar a extrema-direita, e somente a luta pelas reivindicações do povo e, em última instância, pelo socialismo, podem criar as condições necessárias e suficientes para que nenhuma pessoa sinta a necessidade de entrar em uma escola e despejar todo o seu rancor e desespero de uma maneira completamente desregulada e violenta.

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