Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Diário de Cuba

Como funciona o armamento popular em Cuba

"Em que país do mundo o governo deixaria as armas em tão fácil acesso pelo povo? Isso levaria a uma rebelião popular para derrubar o governo"

Diariamente, a imprensa imperialista produz uma série de mentiras e distorções sobre Cuba. Procuram retratar o país como se fosse uma ditadura sanguinolenta, que oprime impiedosamente os seus cidadãos em nome do poder de um pequeno grupo.

Àqueles que desconfiam minimamente dos grandes capitalistas e do monopólio da comunicação sabem que tudo isso não passa de propaganda política contra o regime socialista cubano. Eduardo Vasco, correspondente do Diário Causa Operária (DCO) em Cuba, desmente essas farsas, mostrando aos leitores deste Diário como é, de fato, a vida em Cuba.

Nesta edição de Diário de Cuba, Vasco comenta e esclarece aspectos essenciais do cotidiano dos cubanos, respondendo perguntas sobre a educação, as datas comemorativas, o armamento do povo, a habitação e a alimentação. Confira a entrevista na íntegra logo abaixo:

Diário Causa Operária: O que você tem a falar da educação em Cuba?

Eduardo Vasco: A educação em Cuba é reconhecida até mesmo pelos órgãos imperialistas como uma das melhores do mundo. São 99,7% de cubanos alfabetizados, segundo o próprio Banco Mundial. As crianças todas usam uniformes e costumam voltar da escola sozinhas, sem os pais, ou com os colegas, porque se sentem seguras. Entrei em algumas escolas e elas são antigos casarões da oligarquia cubana e espanhola transformadas em propriedade social pela revolução. Também são muitos os estudantes universitários e o incrível é que qualquer pessoa que você conhece já frequentou a universidade, como um ambulante que vende livros velhos e estudou Letras ou o filho de um taxista que é médico.

Diário Causa Operária: Além do Dia da Vitória, que datas são comemoradas nacionalmente pelos cubanos?

Eduardo Vasco: Os cubanos têm um forte sentimento nacional, eles conhecem de cor toda a história do país, principalmente a relacionada com a luta pela independência e pela revolução socialista. Então o aniversário de nascimento e morte dos heróis nacionais, assim como datas em que acontecimentos importantes dessas duas guerras tiveram lugar, são sempre celebradas. No dia 11 um canal de TV transmitiu um documentário pela manhã e um filme de noite em ocasião do aniversário de 150 anos da morte de Ignacio Agramonte, um importante personagem da luta pela independência. Tivemos agora as comemorações pelo Dia Internacional dos Trabalhadores e em 26 de julho haverá uma enorme celebração pelos 70 anos do Assalto ao Quartel Moncada. Além disso, todo 1° de janeiro é celebrada a vitória da grande revolução de 1959.

Diário Causa Operária: Como é a política de armamento em Cuba?

Eduardo Vasco: Todos os cubanos sabem manejar armas. O serviço militar é de dois anos e, além disso, há regularmente exercícios cívicos militares, em que civis voluntários participam de treinamentos simulando a invasão do país e a sua defesa. A posse e porte de armas individual são proibidos, contudo, as organizações populares são obrigadas a fornecer armamento para cada cubano em caso de necessidade e essas armas estão guardadas nos bairros. Portanto, o acesso é muito fácil. Conversei com algumas pessoas e elas me falaram que essas armas poderiam facilmente ser utilizadas pelo povo caso este quisessem derrubar o governo, mas que o governo confia que o povo não fará isso e por isso as deixa disponível. Em que país do mundo o governo deixaria as armas em tão fácil acesso pelo povo? Isso levaria a uma rebelião popular para derrubar o governo. Imaginem os franceses com acesso a armas em meio a essa indignação popular contra Macron! Em Cuba, o povo tem acesso às armas e não as utiliza contra o governo porque é o próprio povo que está no governo.

Diário Causa Operária: Como é resolvido o problema da habitação em Cuba?

Eduardo Vasco: Cuba tem um pequeno déficit habitacional, principalmente em Havana. Devido ao bloqueio, o país não consegue comprar matérias-primas para produzir coisas básicas como materiais de construção, então a esmagadora maioria dos imóveis em Havana foi construída antes da revolução. E está deteriorada, porque a reforma é difícil. Mas nenhum cubano vive na rua, porque esses casarões se transformaram em habitações coletivas onde vive uma família ou mais, em cortiços, etc. Quando o governo precisa reformar uma casa, ele envia os moradores para uma habitação provisória e depois os devolve ao lar reformado. Mas, neste momento, a maioria das reformas está paralisada e alguns cubanos tentam guardar dinheiro para pequenas reformas nas casas.

Diário Causa Operária: O que, em termos de alimentos, material de higiene etc., é fornecido diretamente pelo governo?

Eduardo Vasco: os cidadãos têm uma caderneta de produtos básicos subsidiados pelo Estado a um preço muito mais barato: azeite, arroz, ovo, feijão, frango, sabão, pasta de dentes. E leite para as crianças (antes era para todos, mas o bloqueio reduziu a distribuição). Recebe-se a cada 15 dias e então se pode ir em dias específicos aos mercados onde a caderneta é válida, por isso há filas neste momento.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.