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Mobilizar o povo

Como conter a sabotagem econômica

Lula deve ir aos trabalhadores e mostrar a eles quem são os inimigos do povo que estão sabotando o desenvolvimento do Brasil

Nesse domingo (02), a Folha de S. Paulo publicou uma série de pesquisas estatísticas sobre indicadores relativos ao governo Lula. No levantamento, a Datafolha, consórcio do jornal golpista, analisa, entre outras coisas, a percepção do povo em relação à situação econômica brasileira. O veículo afirmou que o porcentual de brasileiros que dizem acreditar em uma piora da situação econômica do País nos próximos meses aumento em março, indo de 20% para 26%. Enquanto isso, entre aqueles que acreditavam em uma melhora do quadro, houve uma queda de 49% para 46%.

Além disso, em comparação ao Datafolha anterior, lançado há cerca de três meses, houve um aumento de 8% entre aqueles que falam em aumento do desemprego (de 36% para 44%). Sobre a sua situação econômica pessoal, 56% disseram que irá melhorar (contra 59% na última pesquisa) e 14% acreditam que vá piorar (antes, 11%).

Decerto que os dados apresentados pela Folha, um dos principais apoiadores e responsáveis pelo golpe de 2016 e pela prisão de Lula, não correspondem exatamente à realidade. Afinal, é do interesse do jornal difamar Lula e seu governo. Sem contar no fato de que é difícil tirar uma conclusão realista sobre um governo que mal completou seus três meses de idade.

Entretanto, tais números demonstram uma tendência importante que, por meio de uma análise concreta da situação política nacional, parece ser mais ou menos o que de fato está acontecendo no País.

Fato é que a política econômica de Lula não está atingindo os objetivos que o próprio presidente esperava e prometeu durante a sua campanha. Todavia, e a contra-gosto da imprensa burguesa, isso não é, diretamente, responsabilidade de Lula, mas sim, da própria burguesia que, desde antes do dia primeiro de janeiro, tenta sabotar o governo de esquerda para obrigá-lo a atender aos seus interesses.

Aqui, não faltam culpados para o crime: por um lado, temos a política genocida do Banco Central que, sob direção de Campos Neto, bolsonarista amigo do mercado financeiro, deixa o País refém de sua própria taxa de juros, capturando metade do orçamento federal para os vampiros da especulação. Ao seu lado, temos Tebet e Juscelino Filho que, de dentro do governo, tentam impôr a política dos banqueiros a Lula.

Do outro lado, temos o Congresso Nacional e o Senado que, neste momento, estão em uma dura batalha para decidir quem é que vai controlar o governo por meio da tramitação das Medidas Provisórias, as quais estão, em sua maioria, até hoje paralisadas. Algo que impede, por exemplo, a concretização do novo Bolsa Família.

O problema também está dentro das principais empresas brasileiras. Durante o golpe, a Petrobrás, por exemplo, foi completamente desmontada, sendo boa parte da petroleira entregue aos tubarões do capital financeiro. Agora, é Jean Paul Prates, amigo da política imperialista, quem comanda a estatal e, de lá, pouco faz para reverter o processo de privatização do que é uma das maiores e mais importantes empresas de toda a história do Brasil.

De fora do País o quadro também é o mesmo. A política internacional progressista de Lula tem lhe deixado cada vez mais distante do imperialismo, como mostra a aprovação do comércio bilateral em reais e iuanes com a China. Apesar de não ser um grande problema no momento, isso pode e, ao que tudo indica, irá resultar em sanções econômicas duras contra o Brasil.

A imprensa burguesa, como visto pelas manchetes e editoriais não só da Folha, como também do Globo, do Estadão e de demais jornais golpistas, está a todo vapor em sua campanha contra Lula. Sem falar nos militares que, no dia 08 de janeiro, mostraram que estão a um triz de iniciar uma campanha golpista ainda mais séria contra Lula. Algo que pode, eventualmente, resultar em uma nova ditadura militar.

Frente a essa verdadeira operação de sabotagem, Lula deve apelar à e se sustentar sobre a principal força de seu governo: a mobilização da classe operária brasileira. Somente o povo é capaz de enfrentar os golpistas, pois só o povo possui força política suficiente para derrotar a gigantesca máquina da burguesia que, no final, não funciona sem os trabalhadores.

O caso da Eletrobrás é muito representativo disso. Lula, como já afirmou em diversas ocasiões, considera a privatização da Eletrobrás um crime de lesa-pátria e, portanto, quer retorná-la às mãos do povo brasileiro. Entretanto, na situação em que se encontra, fazer isso é quase impossível. Primeiro que nem o Câmara, nem o Senado e nem qualquer instância do Judiciário farão qualquer coisa para ajudar o governo a retomar a Eletrobrás. Afinal, seus interesses são os mesmos dos capitalistas. Em segundo lugar, em decorrência da legislação direitista do Brasil, se o governo quiser comprar as ações privadas, precisa pagar o dobro do preço do mercado, o que é simplesmente insustentável. É uma verdadeira sinuca de bico que não pode ser resolvida de maneira institucional.

Nesse sentido, o presidente deve ir à televisão, ao rádio e aos meios de comunicação da esquerda denunciar essa corja de inimigos do povo brasileiro. Estando no governo, Lula tem plenas condições de encabeçar uma campanha nacional contra as privatizações, as reformas do golpe, a política de juros do Banco Central e, enfim, tudo aquilo que é contrário aos interesses do povo. Afinal, não possui somente o aparato estatal, como também o poder de mobilizar o Partido dos Trabalhadores (PT) – o maior partido de esquerda da América Latina – e a Central Única dos Trabalhadores – a maior central sindical da América Latina.

Dessa maneira, Lula conscientizará o povo acerca das tarefas que ele precisa cumprir para garantir que consiga desenvolver a economia do País e, consequentemente, aumente a qualidade de vida dos trabalhadores. Caso contrário, surgem pesquisas como a da Folha que, independente da hipérbole, mostram que o povo está desalinhado com o que o governo quer e deve fazer.

Finalmente, poderá convocar o povo às ruas da maneira mais eficiente possível: amplos setores das massas terão consciência da necessidade de travar uma luta contra as medidas golpistas. Impulsionando não só uma luta imediata por seus direitos, como também a luta da classe operária brasileira como um todo.

Essa é a única maneira de conter a sabotagem econômica que está sendo levada adiante contra o governo. É desmascarando as intenções e as ações da burguesia que ficará claro quem é o verdadeiro inimigo do povo. Algo que tem a potência de resultar em uma das maiores mobilizações populares já vistas na história do Brasil para reverter e enterrar, de uma vez por todas, o regime golpista ainda vigente no País.

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