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Oriente Médio

Com derrota em Gaza, Israel aumenta repressão na Cisjordânia

Imprensa israelense mostra nível da violência que Israel impõe ao povo palestino

A violência do colonialismo israelense tem escalado tanto que sua própria imprensa se vê obrigada a reportar parte dos abusos cometidos contra o povo da Palestina. O diário israelense Haaretz tem publicado diversas matérias que expõem o modo de funcionamento do Estado sionista. Na terça-feira, uma delas abordou a situação na Cisjordânia: “Com todos os olhos voltados para Gaza, os palestinos da Cisjordânia enfrentam uma violência sem precedentes“.

O que a reportagem traz à tona é que as restrições e violências sofridas cotidianamente pelos palestinos na Cisjordânia foram intensificadas após a etapa atual do conflito entre as forças armadas israelenses e os grupos armados palestinos, dentre os quais o Hamas se destaca. Mas cabe lembrar que temos pelos menos outros três grupos combatendo os sionistas na Faixa de Gaza, a Jihad Islâmica, a Frente Popular para a Libertação da Palestina e a Frente Democrática para a Libertação da Palestina. Fato que o Harretz faz questão de ignorar. Mesmo chamando de guerra entre “Israel” e Hamas, o diário expõe fatos importantes, que devemos repercutir.

A matéria comenta sobre o episódio semanal do podcast “Haaretz Weekly”, que contou com a participação de Hagar Shezaf, correspondente do diário na Cisjordânia. O corresponde relatou com preocupação os abusos cometidos contra os palestinos, temendo as consequências disso para os israelenses em geral.

Um dos pontos destacados por Shezaf foram as detenções em massa de palestinos a partir de 7 de outubro. O governo sionista, imediatamente após os ataques da resistência palestina, cancelou sumariamente as autorizações de trabalho de milhares de habitantes de Gaza, que se viram numa situação absurda. Se voltassem para Gaza, fariam isso debaixo do criminoso bombardeio da aviação israelense; ficar em “Israel”, não tinham autorização; o que restou para a maioria foi tentar ficar na Cisjordânia e torcer para uma resolução da situação. Eis que passaram a ser presos na Cisjordânia, presos porque suas licenças haviam sido canceladas pelo governo sionista. Ou seja, presos porque “Israel” decidiu aumentar na casa das centenas o número de reféns palestinos que mantém.

O correspondente do Haaretz relatou que a situação nas prisões israelenses piorou ainda mais com a superpopulação. No seu relato citou que a situação dos abusos contra os palestinos detidos é tamanha e tão aceita pelo Estado sionista que soldados chegaram a publicar na internet vídeos de alguns desses abusos. Citou ainda ter descoberto a morte de dois palestinos numa detenção israelense, um diabético e outro com câncer. Relatou que conversou com a família do prisioneiro diabético e acabou acidentalmente revelando a morte dele, pois sua família não tinha qualquer informação dele. Segundo Shezaf, ele morreu porque não recebeu a medicação que tomava regularmente. Em outras palavras, foi assassinato pelos sionistas.

Outro problema agravado na atual etapa foram as colheitas de azeitonas, produto tradicional da Palestina e da qual depende a subsistência de muitos palestinos. Neste ano têm se intensificado os ataques de colonos israelenses, geralmente apoiados pelas forças armadas, afugentando os palestinos que tentam realizar as colheitas. Uma ferramenta utilizada por jovens sionistas é avisar em grupos no WhatsApp sobre colheitas sendo realizadas, o que funciona para que os sionistas se reúnam para agredir os palestinos e impedir sua atividade de subsistência. Shezaf relata que em determinada área da Cisjordânia chegaram a espalhar panfletos anunciando uma “Grande Nakba”, em referência à expulsão de centenas de milhares de árabes palestinos que ocorreu com a criação de “Israel”.

Entrevista de ativista palestino para o Mintpress News também expõe a brutalidade sionista na Cisjordânia, neste caso especificamente na cidade de Hebron.

Estar em uma prisão é mais seguro que ser um palestino em Hebron

A violência israelense na Cisjordânia aumentou após o fracasso da operação de ocupação da Faixa de Gaza, onde os sionistas não conseguiram derrotar as forças da resistência palestina. Agora, na Cisjordânia, Israel aumentou seus ataques, aterrorizando palestinos, expulsando pessoas de suas terras, derrubando suas casas e matando a população.

No entanto, na região, existe uma grande mobilização popular. Os presos libertados das prisões israelenses pela trégua imposta pela resistência armada palestina foram recebidos por gigantescas manifestações na Cisjordânia: atos massivos comemorando a volta dos prisioneiros palestinos (principalmente crianças e mulheres) e o fracasso militar de Israel. Da mesma forma, os funerais dos palestinos assassinados pelos israelenses estão se transformando em grandes demonstrações palestinas, uma verdadeira mobilização das massas.

Isso confirma que existe uma revolta popular na Cisjordânia, onde a Autoridade Palestina (controlada pela Fatah) não consegue mais conter o povo de sair às ruas contra Israel. Analistas internacionais destacam a possibilidade de surgir na região uma nova Intifada (insurreição das massas palestinas). A Fatah, que colabora com o governo de Israel, está sendo ultrapassada por setores do próprio partido, como Cova dos Leões, que defende a luta armada e a frente única dos grupos da resistência. A Cisjordânia é um barril de pólvora e coloca em risco a dominação israelense.

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