Esta semana o Ministério da Defesa da China anunciou que será realizado um exercício militar naval em conjunto com a Rússia e a África do Sul. De acordo com o ministério chinês, o único objetivo da operação conjunta é realizar um treinamento para a proteção das rotas do transporte e das atividades econômicas marítimas na região.
Entretanto, o exercício naval dos três países mostra ao mundo a consistência da aliança entre esses país e o poderio militar que eles possuem. Trata-se de uma importante demonstração de força exatamente na semana em que se completa um ano de guerra na Ucrânia. Uma guerra em que o imperialismo usa a Ucrânia com a intenção de enfraquecer a Rússia.
Diante da imponente atividade militar, os países imperialistas logo se posicionaram questionando a operação. Eles temem a aliança desse bloco que apesar de atrasados possuem um grande poderio militar e ascendência política em sua região.
Josep Borrell, chefe da diplomacia da União Europeia, se posicionou dizendo que os exercícios navais planejados não eram “a melhor ideia”. Já lançando um tom de ameaça diante da ação dos três países. E principalmente se dirigindo à África do Sul, que é pressionada pela União Europeia para sair de sua posição de neutralidade diante da guerra da Ucrânia e impor sanções à Rússia.
Esse é o segundo exercício naval entre as marinhas dos três países amigos, que vai acontecer na região leste de Durban e da Baía de Richards, na África do Sul, nos últimos dias do mês de fevereiro.
Essa ação militar trilateral entre os países que fazem parte dos BRICS coloca em foco a questão do fortalecimento desse bloco de países, que progressivamente ameaça a hegemonia imperialista no mundo. É um passo militar que aponta para como os BRICS ainda podem se fortalecer e consolidar uma posição de força e resistência contra o imperialismo norte americano e europeu.
O momento em que vemos os EUA enfraquecidos e a iminência de expansão de uma guerra pela Europa, é um momento que favorece o fortalecimento dos BRICS. Precisamos lembrar que o presidente Lula se recusou a vender munição para a Ucrânia, seguindo uma política que defende o fim da guerra, e pretende montar um grupo de países para negociar a paz na Ucrânia. Grupo este que exclui os Estados Unidos e a União Europeia, países diretamente envolvidos na manutenção da guerra.
É importante destacarmos que a direção política seguida por Lula, em favor da paz na Ucrânia, é uma política que se coloca contra a posição norte-americana e demonstra que Lula não está submetido ao imperialismo como muitos setores da esquerda brasileira estão alardeando.
Na análise política do último sábado, o companheiro Rui Costa Pimenta esclareceu detalhadamente como fatos concretos desmentem essa avaliação. A ofensiva de Victoria Nuland, subsecretária de Estado dos EUA, pressionando os países da América do Sul para tomarem posição definida de apoio aos ucranianos, é uma prova de como a política de Lula não segue a trilha imperialista como os EUA gostariam.
Esse posicionamento de Lula de independência dos norte-americanos é mais um passo político para o fortalecimento dos BRICS e luta contra o imperialismo. Precisamos agora ver a esquerda mobilizar as massas para seguir essa política nas ruas.