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Preparando intervenção?

Cartel da imprensa golpista volta suas baterias contra Nicarágua

Decisão do governo Lula de não assinar denúncia farsesca contra Nicarágua acendeu um alerta vermelho nos principais jornais golpistas brasileiros

Há poucos dias, o governo brasileiro recusou-se a assinar, durante reunião do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, uma denúncia contra supostos crimes cometidos pelo regime de Daniel Ortega, presidente da Nicarágua. Uma negação à política imperialista, que ataca constantemente o governo nicaraguense, a decisão acertada de Lula enfureceu alguns representantes do imperialismo no Brasil.

Foi o caso do Estadão, que publicou um editorial intitulado Lula e os ditadores ‘companheiros’, detonando a atuação do governo na ONU. “Como é que o presidente Lula da Silva pode endossar uma denúncia grave como essa contra um amigão que o chama de ‘irmão e companheiro’?”, afirma, sem qualquer comedimento, o jornal golpista.

Após declarar a sua absoluta abjeção à decisão de Lula, o artigo continua atacando o governo da Nicarágua, defendendo a posição de que o Brasil deveria denunciar com veemência os “crimes contra a humanidade” de Ortega:

“O Brasil não podia se abster no caso da Nicarágua, ainda que fosse sob o argumento, invocado pelo Itamaraty, de que a declaração conjunta não abria “canais de diálogo” com a Nicarágua. Ora, não se pode falar em “diálogo” sem que haja antes, da parte de quem agride, a iniciativa de interromper a agressão. Não há como igualar algozes e vítimas, como faz o Brasil sob Lula”

Ao contrário do que diz a propaganda imperialista, o governo Ortega é um dos principais inimigos do imperialismo na América Latina e, recentemente, tem tomado medidas necessárias para impedir que os Estados Unidos invadam o seu território, como expulsar as ONGs golpistas de seu território. Algo que, por óbvio, não agrada os direitistas de plantão do Estadão.

Nesse sentido, o editorial do jornal faz parte de uma grande campanha orquestrada contra Ortega pelo imperialismo que, no caso do Brasil, busca pressionar Lula à direita para condenar a Nicarágua por acusações absolutamente farsescas. Uma tentativa, consequentemente, de desestabilizar o governo nicaraguense. O resto da imprensa burguesa brasileira prova isso.

Quase idêntico ao do Estadão e publicado horas antes, o editorial da Folha de S. Paulo, intitulado Ditador companheiro, reproduz os mesmos ataques à decisão do governo brasileiro.

“Lula foi eleito para governar para todos, não apenas para petistas e aliados ideológicos. Isso exige que enterre de vez suas simpatias por ditaduras amigas, pois agora representa o Estado brasileiro”, diz a Folha.

Para não ficar para trás, o Globo faz o mesmo e, em seu editorial Lula precisa condenar ditadura na Nicarágua, o jornal faz o mesmo que seus clones, aproveitando a ocasião, assim como os demais, para atacar não só a Nicarágua, mas também, Cuba e Venezuela.

“É conhecida a tolerância — para não dizer apoio — dos governos petistas a ditaduras tidas como ‘amigas’. Na América Latina, isso tem se traduzido na inexplicável vista grossa para os crimes cometidos pelos governos de Cuba, Venezuela e Nicarágua”, afirma o Globo.

Boric, o filho caçula da imprensa pró-imperialista

Vale destacar outra semelhança entre os artigos citados: como se fosse um filho caçula, o preferido pelos pais, Boric é descrito como o exemplo que Lula deveria seguir. Tratando-se de uma figura profundamente imperialista, eleita pelos Estados Unidos para frear a mobilização popular chilena, o “esquerdista” não hesitou em condenar Ortega, ficando, na matéria de política internacional, mais uma vez ao lado do imperialismo contra os povos oprimidos da América Latina.

A Folha, com toda sua simpatia, caracteriza Boric como “uma esquerda menos fossilizada” congratulando a sua posição contra a Nicarágua. Merval Pereira, em sua coluna Transtorno de imagem, vai além e elogia ainda a política criminosa da independência do Banco Central chileno, vigente há 33 anos. O Estadão, assumindo familiaridade com a obra de Lênin, se mostra mais agressiva – como de costume – e diz:

“Pouco importa que governos esquerdistas acima de qualquer suspeita, como os do Chile e da Colômbia, firmaram o documento crítico ao regime de Ortega. Quando o esquerdismo se torna “doença infantil”, patologia desse lulopetismo de grêmio estudantil, qualquer manifestação de racionalidade é desde logo denunciada como ‘desvio’”, aponta o jornal.

O preparo de uma intervenção imperialista na Nicarágua

Quando os principais agentes do golpe de Estado no Brasil – a Folha, o Estadão e o Globo – atacam com tanta vontade o governo nicaraguense, é preciso levantar um alerta vermelho. A campanha em prol de uma eventual intervenção imperialista armada na Nicarágua aumenta cada vez mais, foi esse o sentido da votação na ONU, por exemplo. E mais: a imprensa brasileira está nessa jogada e, como provado acima, não demora para condenar aqueles que levantam as suas cabeças contra a ditadura imperialista na América Latina.

Contra isso, é preciso iniciar uma ampla campanha em defesa da Nicarágua contra o imperialismo. Trata-se de um governo de esquerda que, há décadas, batalha contra os Estados Unidos para impedir que uma ditadura aos moldes da ditadura de Somoza – como mostra o próprio exemplo peruano – seja instaurada em território nicaraguense mais uma vez.

O governo Lula agiu de maneira correta ao posicionar-se contra o imperialismo, mas não é o suficiente. Deve ir além e apoiar abertamente o governo Ortega, desmascarando categoricamente a campanha fraudulenta dos Estados Unidos para deixar claro que qualquer tipo de intervenção, armada ou não, em território nicaraguense é um golpe.

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