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Fora imperialistas!

Burkina Faso dá um mês para militares franceses se retirarem

Burkina Faso expulsa militares franceses que estavam atuando no país desde 2015.

Burkina Fasso, assim como outros nove países do norte da África, pertence à região de Sahel, entre o Saara e a costa atlântica. Burkina Faso, Chad, Eritrea, Gambia, Guinea-Bissau, Mali, Mauritania, Niger, Senegal e Sudão. A maioria dos países  do Sahel foi colônia francesa até meados de 1960, quando vários países tornaram-se independentes politicamente. 

Os países desta região africanal, quando aparecem nos noticiários internacionais, são frequentemente tratados como localidades já exauridas pela pobreza e exploração colonial, pelo clima nada favorável à agricultura e  por desastres naturais, geralmente relacionados à secas prolongadas, responsáveis por milhares e milhares de mortes. Em alguns momentos, campanhas tipo “Teleton” fazem estardalhaço para ajudar esses seres humanos cuja humilhação e necessidades urgentes e extremas acabam se transformando em revolta.  Outra informação importante é que vários grupos terroristas ligados ao ISIS ou à Al Qaeda tem diversas ramificações  e adesões entre as populações locais, como o Boko Haram, por exemplo. A violência é constante e se materializa de várias formas. Na última semana, dias 12 e 13/01, 50 mulheres foram sequestradas por grupos islâmicos radicais em Burkina Fasso, na aldeia de Soum. 

Uma leitura rápida do título desta matéria pode causar entusiasmo em nossos leitores: mandar a França para casa é algo que tem nosso apoio. A colônia expulsando o poder/ajuda militar do colonizador europeu é digno de admiração. 

A permanência dos soldados franceses tornou-se impopular no Mali e em países vizinhos, assim como também se tornou motivo de descontentamento entre franceses, inconformados com as perdas de soldados e recursos em ataques terroristas. Por isso, em 2022, Macron anunciou que as tropas sairiam do Mali, após a França se negar a se sentar para negociação de acordos de paz, ação que era apoiada pela população local. Outro fator que deixou os franceses muito raivosos foi a decisão do governo malinês de contratar mercenários do grupo Wagner para agir contra os jihadistas.  Agora, também retornarão à terra natal os soldados que estavam em Burkina Faso.

Em Burkina Fasso, a violência impera desde 2015. Al Jazeera informa que o número de vítimas fatais em conflitos  chega a 2.000. Este era o subtítulo de manchete que noticiava, ao mesmo tempo, a morte de 50 militares de Burkina Fasso num ataque e, também, a libertação do ex-presidente eleito, Roch Marc Christian Kabore. golpeado e retirado do cargo por um golpe militar, liderado pelo Tenete Coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba. Este comandante também golpeado por militares descontentes após 8 meses no governo do país. Desde 22 de setembro de 2022, o militar e  Presidente do Movimento Patriótico para a Salvaguarda e Restauração, Ibrahim Traoré, é também o Presidente de Burkina Fasso. 

A sucessão de golpes , suas causas e seus efeitos para a política e a vida do povo de países da África Ocidental, é um tema que exige de nós, brasileiros, maior atenção. Embora aparentemente caótica para os estrangeiros, a sucessão de acontecimentos e governantes de Burkina Fasso e da região do Sahel pode servir de exemplo para reflexões sobre os modos como as lutas anti-imperialistas estão acontecendo no continente africano, principalmente em países pobres e pequenos. Questões motivadoras para debates sobre o tema envolvem o cenário geopolítico atual, no qual os países imperialistas ocidentais estão perdendo poder e influência sobre suas antigas colônias, muitas das quais se aliam à Russia e China, países dos quais obtém ajuda para enfrentar não apenas os jihadistas, mas também os imperialistas, expulsando suas tropas de seus territórios.

EUA saíram do Afeganistão depois de 20 anos. França se retirando de Mali e Burkina Fasso. Africa do Sul se negando a aderir às sanções e campanhas  político midiáticas contra a Rússia.  Lavrov visita Africa do Sul para discussão de acordos e colaborações em várias áreas. A China também é bastante atuante no continente africano, através de projetos que auxiliam no desenvolvimento econômico e social da região. Certamente, vale a pena acompanhar com mais atenção este fato e os que se seguirão em sua esteira. Fora imperialistas!

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