Restam menos de um ano para o início das eleições municipais brasileiras, e na principal cidade do País, São Paulo, o Partido dos Trabalhadores abriu mão de sua própria candidatura para apoiar o suposto candidato “progressista” Guilherme Boulos (PSOL).
No entanto, o “radical” Guilherme Boulos, conhecido pela campanha golpista contra o governo do PT, do “Não Vai Ter Copa”, e pelas suas relações abertas com integrantes do imperialismo, está cada vez mais longe daquilo que deveria ser uma candidatura de esquerda para São Paulo.
Nesta segunda-feira (11), o pré-candidato à prefeitura de São Paulo decidiu rebater a fala de prefeito Ricardo Nunes (MDB), que havia afirmado que Boulos seria um “radical”. Buscando se distanciar de tudo que possa apresentar algum ar de combatividade, Boulos decidiu se apoiar nas declarações de seu novo amigo, Bill de Blasio, ex-prefeito de Nova Iorque (uma das cidades mais importantes dos Estados Unidos) e membro do Partido Democrata, o partido central do imperialismo norte-americano.
Bill de Blasio afirmou que se aproximou de Boulos nos últimos meses e que gostou do pré-candidato assim que o conheceu. Como uma história de amor a primeira vista, o representante do principal partido do imperialismo mundial afirmou que, mesmo sem saber sua história ou personalidade, irá apoiar o candidato do PSOL. Por fim, o democrata ainda colocou:
“Para mim, ele parece um grande ursinho de pelúcia progressista”.
Concordando com a declaração de Blasio, Boulos adicionou:
“Eu disse para ele [Blasio] que tinha algumas pessoas, aqui em São Paulo e no Brasil, que achavam que eu era muito extremista, radical, violento. Aí vocês viram a resposta dele, né? Quase um ursinho carinhoso”, declarou rindo.
A amizade entre o membro do Partido Democrata e Boulos também proporcionou a ocasião onde o norte-americano foi levado para conhecer uma unidade das Cozinhas Solidárias do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), visitando um apartamento do grupo, no qual Blasio afirmou ficar “emocionado”.
Blasio foi o primeiro prefeito do Partido Democrata a ser reeleito em Nova Iorque desde Edward Koch em 1985, o qual também foi apoiador da campanha que elegeu Joe Biden, atual presidente dos Estados Unidos e representante principal da burguesia imperialista.
Segundo a imprensa burguesa, Boulos e Blasio já tinham se reunido em setembro, nos Estados Unidos. Os dados divulgados foram que na ocasião os dois trocaram experiências sobre temas como urbanismo, sustentabilidade e combate ao racismo.
Dessa forma, Guilherme Boulos torna-se oficialmente o candidato do Partido Democrata, o principal partido do imperialismo norte-americano, para as eleições municipais de São Paulo. O caso demonstra que Boulos nada tem a ver com a esquerda e os trabalhadores, mas sim com os interesses do imperialismo para o Brasil. Cada novo episódio deixa explícito que o financiamento das ONGs a Guilherme Boulos e demais grupos do PSOL são os responsáveis por ditar a política do partido.
Tal fato revela ainda que a decisão tomada pelo PT em abandonar sua candidatura pela de Boulos foi um enorme erro político, permitindo que a principal cidade do País possa ser entregue a um representante dos interesses do imperialismo.