Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro e deputado federal pelo PL-SP, irá lançar no próximo dia domingo (16) um novo movimento de extrema-direita, com a finalidade de combater a esquerda e os movimentos populares.
O movimento, intitulado Formação Conservadora, se apresenta como “um movimento conservador preparado para retomar espaços, enfrentar as mentiras da esquerda e resgatar o Brasil”.
Ainda segundo o protótipo de manifesto divulgado no sítio, Eduardo Bolsonaro propõe a organização da extrema-direita para combater a esquerda, a qual, segundo ele, seria uma minoria organizada e que deteria o controle de todos os setores da sociedade brasileira:
“A esquerda dominou todos os setores da nossa sociedade, desde as escolas e universidades, até a grande mídia, infiltrando-se e criando uma rede de manipulação da opinião pública.
Fazendo valer a máxima de que uma minoria organizada sempre dominará a maioria desorganizada.
Vimos que apenas vencer uma eleição não foi suficiente e que o poder político é um reflexo do domínio cultural estabelecido pela esquerda.
Para impedir que o Brasil continue sendo destruído, precisamos construir uma estrutura pensando a longo prazo e formar pessoas capazes de retomar os espaços não só na política, mas principalmente na cultura”.
Vê-se então que, mesmo tendo sido derrotada nas eleições presidenciais de 2022, a extrema-direita segue a todo vapor em sua organização, com vistas a seguir na luta pelo poder político.
Cumpre frisar que não é coincidência que Eduardo Bolsonaro tenha sido escolhido como liderança para a formação desse novo movimento. No mês passado, em entrevista publicada no jornal a Folha de S.Paulo, Steve Bannon, estrategista da extrema-direita a nível mundial, defendeu Bolsonaro como sucessor do ex-presidente.
Enquanto isto, a esquerda segue paralisada. No dia 31 de março (sexta-feira), data em que os militares saem tradicionalmente às ruas para a comemoração do Golpe Militar de 1964, apenas o Partido da Causa Operária fez um contra-ato.
No que diz respeito ao governo, como regra geral as direções de PT, CUT e MST ainda nutrem a ilusão de que o presidente Lula conseguirá resolver todos os problemas pelas vias institucionais, sem se apoiar em uma ampla mobilização popular. Acreditam que o governo segue forte, que venceu um suposto golpe militar no dia 8 de janeiro. Assim, não mobilizam sua base.
Contudo, a realidade nos mostra o contrário. O presidente Lula está encurralado e asfixiado pela direita e pela extrema direita. Os bolsonaristas estão em maior número no Congresso, bem como nos Estados e Municípios. Os militares saíram completamente impunes da operação política para desmoralizar o governo que realizaram no dia 8 de janeiro. Já a direita tradicional e a imprensa pró-imperialista seguem a atacando o governo diuturnamente por conta de suas tentativas de realizar uma política econômica voltada aos trabalhadores e uma política externa nacionalista.
No entanto, a esquerda segue paralisada (para não mencionar a esquerda que é contra o governo Lula).
Se a paralisia no seio do movimento popular permanecer, há o risco de ocorrer um novo golpe militar, aos moldes do que ocorreu em 1964..
Diante disto, é fundamental o comparecimento de todos aqueles que desejam se mobilizar e lutar à III Conferência Nacional dos Comitês de Luta, marcada para os dias 9 a 11 de junho.
A Conferência, impulsionada pelos Comitês de Luta, pelo Partido da Causa Operária e por várias outras organizações populares, ocorrerá na Quadra do Sindicato dos Bancários, na cidade de São Paulo, tendo como objetivo desencadear um amplo movimento popular que debata as reivindicações centrais dos trabalhadores diante da crise, mobilizando-os contra os ataques da direita, da extrema direita e dos planos golpistas dos militares.
