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Marcelo Marcelino

Membro Auditoria Cidadã da Dívida Pública (ACD) nacional, sociólogo, economista e cientista político, pesquisador do Núcleo de Estudos Paranaenses – análise sociológica das famílias históricas da classe dominante do Brasil e membro do Partido da Causa Operária – Curitiba.

Política

Auditoria Cidadã e a defesa da soberania nacional

A única saída para o governo Lula e para os próprios trabalhadores e o povo será a via do enfrentamento nas ruas

O neoliberalismo avançou muito desde os seus primórdios entre o final da década de 1970 e início dos anos 1980, capitaneado pelos EUA e pela Inglaterra. O esgotamento fordista de produção, o fim do acordo de Bretton Woods, as crises do petróleo desde o início dos anos 1970 criaram cisões profundas no sistema capitalista e empurraram para fora o ordenamento econômico e político da ordem keynesiana global acordada no pós-segunda guerra. Em contrapartida, as tecnologias de informação e comunicação propiciaram muitos avanços no processo de construção de plataformas digitais a partir do desenvolvimento tecnológico nas áreas da telemática a partir da década de 1970.

A liberalização e a desregulamentação dos mercados financeiros internacionais ocorridos também a partir desse período passaram a ser uma exigência dos capitalistas frente à crise de acumulação e reprodução do capital. E, para os países dependentes, como o Brasil, qual seria o papel a cumprir a mando do imperialismo na nova ordem global neoliberal?

A crise da dívida externa, a hiperinflação e a ausência de uma política de desenvolvimento econômico e social foram os desdobramentos das políticas impostas pelos condicionantes geopolíticos e pela burguesia nacional, arrivista e subserviente aos ditames do imperialismo, e que resultaram em desigualdades sociais colossais combinadas com pobreza extrema após mais de duas décadas de ditadura civil-militar-empresarial no país, onde o desenvolvimento nacional foi sendo dilapidado, a partir do último período autoritário entre o governo Geisel e Figueiredo.

A redemocratização passa a ser conduzida pelo Consenso de Washington entre meados e o final da década de 1980, e o receituário neoliberal impõe sua cartilha de medidas econômicas que favoreçam o mercado financeiro e a globalização para os ganhos das grandes corporações transnacionais pela via das políticas dos países periféricos na agenda do FMI e do Banco BIS.

Desta forma, o principal instrumento da globalização econômica financeira passa por planos econômicos balizados pelo mercado financeiro internacional. O Plano Real de 1994 começa a funcionar como prática corrente da engrenagem do Sistema da Dívida Pública, em que o endividamento é parte integrante do processo de enriquecimento dos donos dos títulos da dívida pública no Brasil e no exterior. Para remontar esse quadro é necessário estabelecer algumas conexões importantes entre o governo de Fernando Henrique Cardoso e o retorno golpista com Temer e Bolsonaro.

A terceira Conferência Nacional dos Comitês de Luta teve uma repercussão extremamente positiva para a organização popular na direção do enfrentamento contra a direita liberal e a extrema direita no Brasil. O golpe de 2016 colocou em marcha um amplo ataque contra a esquerda e principalmente a população brasileira; que de Temer passou para Bolsonaro o bastão da imposição dos ditames do desmanche ultraliberal organizado pela classe dominante historicamente golpista e entreguista em conluio com o imperialismo. 

A mesa de discussões da auditoria cidadã e da soberania nacional, composta pelo presidente do PCO Rui Costa Pimenta, o ex-governador e ex-senador Roberto Requião do PT-PR e o representante da Auditoria Cidadã da Dívida Pública (ACD) Rodrigo Dávilla, apresentou de maneira clara os principais problemas brasileiros, e, portanto, os pontos cruciais que devem ser atacados para o enfrentamento da crise econômica. A crise econômica brasileira não é fruto apenas da degradação estrutural do capitalismo, mas sim, da decorrência dos desdobramentos do golpe de Estado e do emparedamento que a direita impôs a esquerda institucional do governo Lula. 

A única saída para o governo Lula e para os próprios trabalhadores e o povo será a via do enfrentamento nas ruas a partir dos problemas centrais levantados pelos representantes da mesa do último final de semana em São Paulo. A taxa de juros do Banco Central comandado por Campos Neto, a independência do mesmo Banco Central à revelia dos interesses nacionais, a criminosa privatização da Eletrobrás no apagão das luzes do governo Bolsonaro que precisa ser urgentemente revertida, o resgate da Petrobrás enquanto empresa 100% nacional e a perseguição na direção de maiores investimentos e novos projetos de pesquisa e exploração de petróleo pela empresa mais avançada do mundo em tecnologia de prospecção do petróleo em águas profundas. Todas essas demandas e muitas outras discutidas na última conferência nacional devem nortear os trabalhos da organização para a luta política nacional que se avizinha. Afinal; o golpe foi estancado, mas ainda borbulha nos bastidores da burguesia e do imperialismo e o antídoto a esse veneno golpista ultraliberal à espreita somente poderá ser aplicado pelo povo, impondo uma derrota a essa burguesia espúria que se alimenta através da miséria do povo e do desmanche do país.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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