As mulheres compõem cerca de 50% da população nacional e da classe trabalhadora nacional. Daí que a unidade entre homens e mulheres seja indispensável para criar um movimento de luta e revolucionário realmente forte.
Essa unidade não pode ser conseguida, porém, sem que o movimento dos trabalhadores levante um programa em defesa das reivindicações democráticas e econômicas próprias das mulheres, tais como o direito integral de divórcio, o direito de aborto, isonomia salarial, condições de trabalho adequadas às mulheres, licença maternidade, direito a creche pública e gratuita no bairro ou local de trabalho, condições de amamentação e atendimento médico apropriado.
Um estudo recente realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), apresentado no último mês de março, revela que, na categoria bancária, as mulheres ganham, em média, 22,2% menos que os homens. Além disso, quando o quesito é a mulher negra a diferença dispara para 40,6%.
Quando, ainda, o assunto diz respeito do seu tempo livre, seja para dedicar-se ao lazer ou para alguma atividade intelectual, cultural, ou mesmo em relação ao tempo com o sono a procura de descanso, ou alívio para as pressões agora ainda mais intensas por causa do aprofundamento da crise capitalista, a situação da mulher é muito pior. Enquanto os homens ainda conseguem descansar ao sair do trabalho, as mulheres são obrigadas a se dedicar a outra tarefa ainda mais custosa, pois não reconhecida e não remunerada: o trabalho doméstico, onde se configura a dupla jornada de trabalho.
É preciso deixar claro de imediato que somente um governo dos próprios trabalhadores atenderá integral e efetivamente estas reivindicações.
Para isso, portanto, é necessário que as organizações de luta dos trabalhadores mobilize, não só as mulheres, mas o conjunto dos bancários para lutar por uma pauta de reivindicações que contemple os interesses das mulheres trabalhadoras, tais como:
Criar imediatamente uma comissão de mobilização das mulheres, como reuniões regulares, para discussão dos problemas das mulheres e organização das reivindicações; estabelecer a publicação regular de um jornal dirigido às mulheres da categoria a nível nacional; fazer um levantamento das condições de trabalho; convocar, imediatamente, uma conferência nacional das mulheres para discutir e mobilizar em torno dos problemas das mulheres.
A luta da mulher por sua emancipação e libertação, assim como a luta pela emancipação de toda classe trabalhadora, passa tanto pela luta por conquistas democráticas, como a garantias de direitos iguais, emprego, salários iguais, saúde, educação, quanto pela luta contra a burguesia e seu Estado opressor, contra a exploração capitalista, pelo fim da exploração do homem pelo homem.