A demagogia identitária, ao invés de solucionar as questões enfrentadas pelos negros no Brasil, demonstra claramente sua cumplicidade com a opressão, desviando o foco do verdadeiro inimigo dos negros: o imperialismo. Em uma matéria tendenciosa, a CNN usa dados estatísticos para sugerir que um “empoderamento” do negro pode extinguir o racismo e as disparidades na contratação em relação aos brancos.
Segundo o veículo de comunicação imperialista, apenas 1% dos grandes executivos das empresas são negros, apesar de a população negra representar mais de 56%. A matéria destaca exemplos deste “empoderamento”, como negros nos cargos de direção das empresas e indica uma fonte associada a esses CEOs como crucial no combate ao racismo e na luta pela “democracia racial” no Brasil.
No entanto, é crucial lembrar que a maioria da população é composta por trabalhadores, muitos deles vivendo em condições desumanas, sem acesso à educação, saúde, saneamento básico, energia e telecomunicações. A condição material desses trabalhadores, em meio ao desemprego incentivado pelo imperialismo, os torna reféns de suas necessidades urgentes.
A verdadeira política de combate ao racismo vai além da promoção de executivos negros. Esses líderes empresariais não serão os responsáveis por erradicar o racismo, pois muitas vezes são incentivados a explorar o trabalho de outros negros dentro de suas próprias empresas. A política identitária, portanto, não é consequente na luta de classes e não aborda as questões urgentes enfrentadas pelos trabalhadores, explorados e oprimidos pelo imperialismo.
A raiz do problema abordada no artigo da CNN não se concentra na verdadeira causa, propositadamente, para confundir a classe operária sobre quem é seu real inimigo. O artigo sugere que a falta de gerentes e executivos negros é a raiz do racismo, ignorando o sistema de exploração do trabalho que promove bolsões de miséria no Brasil, patrocinados por grandes empresas e monopólios imperialistas. Essas práticas parecem servir como fachada para a política de espoliação do povo trabalhador.