A cruzada de Alexandre de Moraes e do STF contra a liberdade de expressão no Brasil segue a todo vapor. Depois de ter bloqueado redes sociais de diversos setores que o criticaram ao longo dos últimos anos, incluindo nisso, as redes sociais do PCO. Agora, a justiça brasileira suspendeu as contas do Twitter do apresentador Monark e do deputado eleito Nikolas Ferreira (o mais votado no estado de Minas Gerais). O perfil Te Atualizei, da jornalista Bárbara Coelho, e a página do deputado bolsonarista José Medeiros, também foram suspensos.
Ao entrar nas páginas citadas, o aviso que se vê é que as contas foram retidas. Ou seja, estão bloqueadas por exigência legal externa, e não por decisão da plataforma. Trata-se da cassação dos direitos não só dos donos das páginas bloqueadas, mas também dos milhões de pessoas que as acessavam todos os dias. Monark tinha 1,4 milhões de seguidores e Nikolas Ferreira tinha mais de 2 milhões de seguidores. Ambos tinham perfis verificados pela plataforma.
A decisão dos bloqueios é tão arbitrária que é difícil até de encontrar algum veículo jornalístico capaz de explicar qual a razão para tais ações. Algumas páginas da esquerda pequeno-burguesa afirmam que o perfil de Monark teria sido derrubada por ele ter declarado apoio às manifestações bolsonaristas do dia 8 de janeiro. No entanto, ele se colocou contra os atos repetidas vezes, inclusive no programa que ele fez com o companheiro Rui Costa Pimenta em seu canal do Rumble. A realidade é que ele havia feito críticas ao ministro Alexandre de Moraes e foi punido por causa disso. O mesmo ocorreu em todos os outros casos.
Esses bloqueios repentinos e arbitrários são uma demonstração de que a liberdade de expressão foi totalmente abolida no Brasil. Em prol de impedir que o juiz Alexandre de Moraes seja criticado por seja lá quem for, a censura passou a ser utilizada de forma escancarada. A justificativa absurda é que Moraes está combatendo os supostos “terroristas”, se você critica Moraes, então você está do lado dos “terroristas”. O mesmo se apresenta na campanha de calúnias que um setor da esquerda pratica contra o jornalista Glenn Greenwald, que criticou Alexandre de Moraes por seus ataques contra a liberdade de expressão no Brasil e agora é vítima de uma das campanhas mais baixas que já se viu por parte da esquerda nacional, sendo equiparado a bolsonaristas e à extrema-direita.
No Brasil, é preciso lutar de forma ativa contra essa censura criminosa praticada pelo STF. Primeiramente, pela questão de princípios, de que a liberdade de expressão deve ser ampla e irrestrita para toda a sociedade. E, em segundo, porque essa política está apenas aprofundando a crise do governo Lula. A perseguição, por ser apoiada por uma parte do PT e da esquerda, está sendo associada ao governo e isso indispõe contra ele a população.
Lula deveria defender uma política democrática, de respeito aos direitos do povo e não de censura e perseguição. Para viabilizar seu governo, é preciso criar uma política social que atenda às necessidades do povo. Ainda que não seja o governo Lula que esteja diretamente promovendo a perseguição e a censura, estar associado com essas ações de Alexandre de Moraes apenas dá combustível para a ofensiva da extrema-direita e afasta o governo da população.
E, em meio à crise em que se encontra o governo, não é possível permitir uma política que aprofunde a crise e que indisponha a população contra o governo. A esquerda precisa se descolar dessa política e denunciar a censura e os crimes do STF e de Alexandre de Moraes.