Mais de 1,5 milhão de trabalhadores franceses participaram, no último dia 7 (terça), do sexto e maior dia de greve nacional, neste ano, contra a reforma previdenciária anunciada pelo presidente Emmanuel Macron e pela primeira-ministra Elisabeth Borne no início de janeiro.
Só em Paris, segundo os sindicalistas, havia mais de 700 mil pessoas nas ruas.
As escolas ficaram fechadas (60%), e os serviços ferroviários e de fornecimento de combustíveis foram interrompidos, principalmente em Paris e arredores. Caminhoneiros e coletores de lixo também aderiram à greve, dentre outros setores.
Roubando do povo trabalhador
O pretexto do governo Macron para ampliar a idade mínima para aposentadoria, de 62 para 64 anos e o tempo de contribuição, de 42 para 43 anos, – dentre outras mudanças -, é que as medidas são necessárias para garantir a viabilidade financeira do sistema, uma vez a expectativa de vida aumenta e o número de aposentados se torna cada vez maior, com cada vez menos trabalhadores contribuindo para a previdência social.
Segundo o ministro do Trabalho, Olivier Dussopt, a mudança geraria uma economia de € 18 bilhões (quase R$ 120 bilhões) aos cofres do país até 2030. Uma desculpa comum dos patrões e dos seus governos em todo o mundo, que visam “economizar” com os trabalhadores para sustentar o parasitismo dos banqueiros e de outros monopólios.
Onda de mobilizações
Macron quer aprovar a “reforma” no Parlamento até o fim de março, diante do que setores mais combativos dos sindicatos ameaçam com mais greves, que podem ser mais longas ou até por tempo indeterminado.
Esses protestos se somam a uma onda de greves em diversos países na Europa, principalmente no Reino Unido.
Por todos os lados, os trabalhadores começam a reagir diante do aprofundamento da crise, impulsionada pelo apoio da burguesia europeia à política de bloqueios e sanções à Rússia e de apoio militar e financeiro ao governo capacho de Zelensky, na Ucrânia.
Uma política ditada pelos EUA na defesa dos interesses dos grandes monopólios da indústria da guerra, petrolífera, bancos; um reduzido grupo de abutres capitalistas que estão lucrando com a guerra.
Os trabalhadores de todo o Mundo, a começar dos países desenvolvidos, estão percebendo que sem uma ampla mobilização, nas ruas, não será possível barrar a ofensiva que o grande capital, em meio à crise histórica do capitalista, realiza contra as condições de vida do povo trabalhador, não só dos países pobres, mas inclusive das potências imperialistas.