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Regime autoritário

A Lei Antiterrorismo, os bolsonaristas e a esquerda

A esquerda pequeno-burguesa, histérica com a situação política, chega ao ponto de apoiar um aparato legal que serve para atacar os trabalhadores

Após a invasão das sedes dos Três Poderes por parte de grupos bolsonaristas, setores da esquerda pequeno-burguesa começaram a defender que os direitistas deveriam ser processados conforme a Lei Antiterrorista. Trata-se de uma monstruosidade jurídica, uma lei de defesa do Estado contra o povo. Ela parte do princípio de que o Estado e o povo são coisas contraditórias, enquanto que, em uma república democrática, isso não poderia ser feito.

Caso estivéssemos em uma monarquia medieval, o mesmo seria natural para o regime, já que seria de interesse da classe dominante defender o reino do povo. Mas em um regime democrático, não. Finalmente, um governo que diz defender o povo não é nada se coloca a defesa do Estado acima da defesa do povo

A Lei Antiterrorismo, extremamente retrógrada e reacionária, é um fenômeno importante da crise. Ela foi aprovada durante o governo Dilma Rousseff, mas não foi feita pelo PT, tampouco pela ex-presidenta. Ela foi feita pela direita e referendada por Dilma, mas a maioria dos deputados do PT foi contrário à sua aprovação.

Isso porque a lei diz, por exemplo, que se você invadir um prédio público com determinada motivação, você será retratado como um terrorista. O que colocaria diversos membros do PT e de movimentos como o MST como terroristas. Ou seja, é uma lei absurda que foi feita para caçar especificamente a esquerda.

É, portanto, uma grande contradição a esquerda estar apoiando essa lei agora em decorrência da situação política, afirmando que os bolsonaristas são terroristas. Agora, o cidadão que defecou em cima de uma mesa no Palácio do Planalto é um terrorista. Decerto que é algo ruim, realmente abjeto, mas não chega perto do terrorismo propriamente dito.

A esquerda entrou em uma espiral de loucura, caracterizando todos os bolsonaristas como terroristas quando, no final, ninguém estava nem mesmo armado, algo que inauguraria uma nova forma de terrorismo. Caso fossemos rigorosos com as palavras, um terrorista é aquele que usa de uma violência grande – como atos de sabotagem, explosões de prédios públicos e coisas do tipo – para incutir o medo nas pessoas.

A Montoneros, uma organização de guerrilheiros na Argentina, por exemplo, explodiu o prédio da Polícia Federal na cidade de Buenos Aires, um prédio de cinco andares, que veio todo ao chão. Ato que, apesar de, de fato, terrorista, representa a luta de um grupo contra uma ditadura, que é muito mais terrorista. Em outras palavras, o termos “terrorismo” não significa grande coisa.

Nos últimos 20, 30 anos, o terrorismo foi associado a uma espécie de religião criada pelo imperialismo para fazer todo tipo de atrocidade pelo mundo. Ninguém sabe ao certo de onde veio o atentado em Nova Iorque, em 2001, mas, independente disso e a partir daí, criou-se uma categoria especial de seres humanos que não merecem o menor amparo legal e muito menos qualquer tipo de compaixão, são uma espécie de vermes sociais que devem ser exterminado implacavelmente por todo mundo.

Agora, a extrema-direita brasileira é a nova facção terrorista no mundo, algo que não ficará sem consequência, pois, assim, você empurra toda a situação política brasileira para a direita: ao acusar a direita de terrorista, nada vai acontecer, mas toda e qualquer manifestação política um pouco mais agressiva cairá na categoria de terrorismo e será perseguida pelo Estado e suas forças repressivas.

No fim, os capitalistas nunca vão para a cadeia. Quanto mais duras são as leis, independente da intenção, mais duras elas agirão contra a população trabalhadora, a população pobre. Não é à toa que, ao mesmo tempo em que a legislação brasileira vem se tornando cada vez mais autoritária, 99,99% dos presos são pobres.

Um exemplo de como isso acontece é com a lei da violência contra a mulher. Decerto que, comparando com a classe operária, a burguesia bate muito mais nas mulheres, algo que pode ser constatado pela diferença da violência em protestos de empresários, de direitistas no geral, para a violência nos protestos operários. Mesmo assim, pouquíssimos ricos são presos por conta desse tipo de lei.

Enfim, o problema do terrorismo é um problema grave, é uma deterioração do clima político no País, um ataque aos direitos das pessoas. A classe média histérica perdeu a compostura porque está morrendo de medo de meia dúzia de malucos, clima que foi criado, em grande medida, pelos jornais e pela própria esquerda que chama o fascista Alexandre de Moraes para combater qualquer coisa.

Enquanto isso, Moraes não conseguiu deter minimamente os bolsonaristas. Afinal, de Janeiro de 2022 a Janeiro de 2023 ele não conseguiu nenhum resultado com todo o seu jogo de cena. O pior prejuízo que causou – esse para a esquerda – foi a derrubada das redes sociais do Partido da Causa Operária (PCO) em junho do ano passado, o movimento de extrema-direita não perdeu nem um fio de cabelo, está firme, forte e saudável. Por que agora seria diferente?

Não, Xandão não está fazendo nada. A esquerda diz que ele salvou a democracia enquanto ele não tem nem o mínimo de poder político para combater os militares, os principais agentes de desestabilização do governo Lula. Antes disso, Moraes colocou o País numa verdadeira ditadura, riscando uma série de pessoas do mapa.

Ninguém deve acreditar em histéricos, nem na gritaria de uma turma que não tem nenhum argumento, que só repete os insultos lançados pela imprensa burguesa. Estamos vivendo em um estado de exceção, essa é a realidade. E a esquerda é a base de tudo isso, é a cobertura política e ideológica do regime que ataca os direitos dos trabalhadores.

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