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CINEMA E REVOLUÇÃO

11/02/1948: Morre Sergei Eisenstein, o cineasta da revolução

A força da Revolução Russa de 1917 transformou o modo de fazer cinema no mundo

Einsenstein

Com a Revolução Russa nasce o pai da montagem cinematográfica, Sergei Eisenstein, realizador de filmes clássicos que transformaram a forma de fazer cinema no mundo, que experimentou e criou outras formas de fazer cinema. Não se trata de pura coincidência, a revolução operária impactou diretamente nas Artes. Esse foi um período em que nasceram diversas expressões estéticas e artísticas. 

O cinema soviético se impôs ao mundo com seus grandes cineastas, como Eisenstein, que em 1925 lançou o inquestionável clássico filme mudo ¨O Encouraçado Potemkin¨, trazendo o uso de uma montagem e narrativa até então inédita no cinema. Um filme político, que, dividido em cinco episódios, conta dramaticamente a história do levante de 1905 no navio de guerra Potemkin da Rússia Czarista. Aquele já seria um presságio da Revolução de 1917. Os marinheiros, cansados de serem maltratados, se insurgem contra os oficiais e progressivamente a situação foi fugindo ao controle dentro do navio. Considerado uma obra-prima do cinema mudo, o filme, concebido como propaganda revolucionária, trouxe cenas que transformaram definitivamente a linguagem cinematográfica.

O cineasta soviético realizou ainda outras grandes obras do cinema, como os filmes mudos A Greve e Outubro, assim como os filmes históricos Alexandre Nevski e Ivan, o Terrível. Eisenstein desde bem jovem apresentava tendências artísticas, tinha grande interesse pelo teatro, artes plásticas e cinema. Mas, como filho de engenheiro, ingressou na universidade no curso de engenharia, que abandonou em 1918 para alistar-se no Exército Vermelho. É então no exército que inicia sua carreira como cenógrafo no Teatro Operário, que visava criar uma arte de origem proletária. Por esse caminho, começou a estudar direção teatral e as teorias de Meyerhold, grande teórico da vanguarda teatral, e, com isso, se aproxima também do cinema. Eisenstein participava do movimento de uma arte revolucionária, que pretendia espalhar a revolução. Era nesse ambiente que o cineasta situava seu trabalho, um cinema político, a serviço da revolução. Para ele, a arte era revolucionária não só pelos temas abordados, mas também pelas suas próprias formas que deveriam ser inovadoras.

É assim que Eisenstein, além de grande cineasta, se torna um importante teórico sobre os modos de se fazer cinema, as formas de montagem cinematográfica e as relações dessa arte com as transformações sociais. Com sua teoria da montagem, ele criou diversos métodos que são utilizados até hoje por importantes cineastas do mundo inteiro. Um exemplo de uma de suas montagens excepcionais está no filme A Greve, quando aparece uma sequência de cenas de um matadouro de gados intercaladas com imagens de trabalhadores sendo fuzilados por soldados czaristas. A montagem traz com grande impacto a ideia de que os operários eram considerados simplesmente carnes mortas.

Com a ditadura stalinista, Eisenstein começou a ter grandes problemas com a censura soviética, que o levaram a assinar um contrato com a Paramount e a mudar-se para os Estados Unidos. Sua estadia lá não deu certo e então seguiu para o México, onde realizou algumas filmagens. Depois da sua experiência no exílio, regressou à União Soviética e continuou tendo muitas dificuldades em levar seu trabalho adiante, com suas filmagens sendo interrompidas pela censura. Foi quando passou a dedicar-se a escrever textos teóricos; antes ainda, filmou “Alexander Nevski” (1938), o seu primeiro filme sonoro. Em seguida, com “Ivan, o Terrível” (1943), iniciou um ambicioso projeto biográfico da figura do Czar Ivan IV da Rússia, que teve a segunda parte do projeto, “A Conjura dos Boiardos”, censurada e banida até à morte de Stalin, em 1953.

Já contamos 75 anos da morte desse grande cineasta revolucionário. No entanto, sua obra ainda está viva e movimenta as artes e a política, sendo arma e inspiração para as revoluções que ainda estão por vir.

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