O 8 de março, o dia internacional da mulher trabalhadora, é tradicionalmente comemorado pelos proletários engajados na luta política, sua importância é gritante e faz parte da luta revolucionária. Porém é necessário fazer à distinção do “feminismo” burguês da luta legítima das trabalhadoras, até porque, à ideologia feminista é, atualmente, a principal política do imperialismo, etapa atual do capitalismo mundial, através de sua roupagem “democrática”, essa pseudo-luta atende aos interesses dos piores inimigos da própria mulher.
Para comemorar à luta das proletárias de todo o mundo, é interessante relembrar sobre capítulos da revolução russa, responsável por emancipar as mulheres russas, às mesmas que tiveram participação direta, fundamental, para o desenvolvimento da luta contra à burguesia:
“As mulheres trabalhadoras desempenham um importante papel na relação entre trabalhadores e soldados. Elas sobem até os cordões com mais coragem do que os homens, agarram os rifles, suplicam, praticamente ordenam: “Abaixem suas baionetas – juntem-se a nós”. Os soldados estão empolgados, envergonhados, trocam olhares ansiosos, vacilam; alguém se decide primeiro e as baionetas se levantam com ares de culpa por cima dos ombros da multidão que avança”. – Trótski
Trabalhadoras russas iniciam revolução de 1917
Foram as mulheres mal remuneradas, sem qualificação, oprimidas pelo capital e trabalhando em condições insalubres durante 12/13 horas por dia, que iniciaram à revolução de 1917, varrendo os czaristas da Rússia, pegando em armas, montando barricadas e se colocando na linha de frente contra os soldados.
Insatisfeitas com a guerra, fome e a autocracia dos czares, as mulheres entraram em greve, invadiram fábricas em Petrogrado convidando os operários e operárias para a greve, entrando em confronto violento com à polícia e forças burocráticas de estado (soldados). Esse capítulo, uma verdadeira epopeia, deu resultados concretos, foi crucial para a abdicação do czar Nicolau II, importante etapa da luta política. O partido Bolchevique, com algumas de suas lideranças femininas, tais como: Alexandra Kollontai, Krupskaia, Vera Slutskaia e Konkordiia Samoilova, argumentavam sobre a importância da organização das trabalhadoras e sua formação política, tinham um jornal chamado Rabotnitsa (A mulher trabalhadora), para esclarecer sua política nos meios industriais. Essa iniciativa, foi fundamental para à ação das grevistas, como fica claro no texto da bolchevique Alexandra Kollontai, em crítica ao movimento burguês do feminismo:
“Apesar das demandas aparentemente radicais, não se deve perder de vista que as feministas não podem, devido a sua posição de classe, lutar pela transformação fundamental da estrutura econômica e social contemporânea da sociedade, sem a qual não pode haver libertação plena das mulheres”.