O dono do Chelsea, o russo Roman Abramovich, confirmou nessa quarta feira (04/03/2022) que deve vender o seu time (que lhe pertence desde 2003). Segundo a grande imprensa, a decisão teria sido feita devido ao aumento da tensão internacional em decorrência da guerra da Rússia com a Ucrânia. Além disso, segundo as mesmas reportagens, o próprio empresário russo havia virado alvo do Parlamento britânico, após o inicio dos conflitos no Leste Europeu, em uma campanha que visa enfraquecer a Rússia nesse conflito e a sua ligação com empresários de diversos ramos.
O empresário espera receber até 4 milhões de libras esterlinas (R$ 26,7 bilhões) e já teria negociações com empresários, em particular um empresário suíço com ligações nos EUA a franquias de basquete . Vemos aqui como funciona atualmente a mentalidade e politica praticado pelos famosos “clube-empresas”, que cada vez mais deixam de ser “clubes” e se tornam empresas, em que CEO’s mudam e a administração das finanças se dá exclusivamente para com o Mercado. O técnico da equipe, o alemão Thomas Tuchel, foi pego de surpresa com tais noticias.
Ele também ressaltou que a equipe tem uma sólida estrutura, e que os jogadores não se abalariam com essa troca administrativa. Mesmo que seja o caso (que a equipe não seja prejudicada a curto prazo, devido a sua base e finanças), toda a situação causada e a mudança em si são um fator de desestabilização de uma equipe, ainda mais levando em conta o calendário europeu (ou seja, estamos, segundo as datas deles, no meio de uma temporada). Além disso, com a mudança de direção, por mais que a princípio o fluxo de dinheiro até aumente, nunca se sabe se tal receita permanecerá e a tendência é a de que ela diminua, dependendo de quem for o novo comprador, fazendo com que o clube decaia em decorrência disso. E o caso só revela que, no final, os empresários irão na primeira oportunidade, se desfazer do time (que eles não têm nenhuma ligação, diga-se de passagem). Esses empresários não têm nada a ver mesmo com as equipes que administram, mesmo que isso tenha sido reivindicado pelo próprio empresário russo Abramovich, que segundo as noticias citadas “sempre teve uma boa relação com os torcedores”. Balela, no mínimo. Tal afirmação, aliás, mostra como essa classe parasitária do Futebol não passa de oportunista e mesquinha, pois, se há tanta identificação com o clube que é dono, e a sua torcida, tais fatores em si já deveriam pesar, e muito, antes de colocar o próprio clube a venda ou leilão.
Soma-se a isso, a completa mercantilização do Esporte, que devido a isso, está sendo sucateado, através de suas principais equipes. O Chelsea, antes do empresário, não era considerado grande, mas sim um time de pequeno pra médio porte, para muitos londrinos, um “time simpático”, e mesmo pequeno, por ser de uma Capital mundial, Londres, podia ter tido outras oportunidades, senão de crescer como time, de revelar jogadores e ter sua devida importância dentro do futebol inglês. Foi comprado e a partir das seguintes temporadas foi alçado como grande time, e disputou conquistas com equipes que antes não sonharia disputar. Porém, isso está agora prestes a acabar. Será só mais uma equipe abandonada e “sem alma”. Enquanto o empresário terá seu Capital a ser investido em diversas outras áreas.