A atual situação política está marcada por um enorme aprofundamento da crise econômica, e pela incapacidade do governo ilegítimo, Bolsonaro, e da classe que ele representa, a burguesia, em enfrentar a total bancarrota do Estado e da economia.
As medidas econômicas adotadas pelo governo e, todas elas aprovadas no reacionário Congresso Nacional (fim da CLT, lei da terceirização, teto de gastos, privatizações, expropriação salarial etc.), se mostraram completamente inócuos para conter a inflação galopante. Enquanto os banqueiros e capitalistas enchem seus cofres às custas da miséria geral, a população, super explorada, se vê diante de novo aumento dos preços dos produtos essenciais, do gás de cozinha, gasolina, aluguéis, desmantelamento da Previdência Social, da liquidação e privatização das empresas estatais e dos bancos públicos.
O capitalismo, para manter seus lucros, tem que enfiar a faca na população, cujas condições de vida jamais foram tão baixas, comparável, apenas, à famigerada era do governo de FHC (PSDB).
Os trabalhadores têm respondido a esta insustentável situação com luta: condutores, professores, garis, metalúrgicos, servidores públicos e várias outras categorias. A causa dos poucos resultados obtidos é a falta de unificação destas lutas isoladas, ou seja, uma plataforma comum de reivindicações, um plano de lutas e medidas efetivas para unificação das greves.
No próximo período, estarão em campanha salarial diversas categorias importantes no cenário nacional. Bancários, Petroleiros, Metalúrgicos, Correios, são as categorias que estarão em luta já a partir de julho, para conquistar as suas pautas de reivindicações.
A unificação dessas lutas isoladas é de extrema importância com o objetivo dos explorados intervirem com fisionomia própria e com suas próprias reivindicações. E, nesse sentido, é necessário, de imediato, um plano para unificar essas lutas e mobilizações, dando-lhes uma perspectiva comum para que sigam vitoriosas. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) deve convocar imediatamente uma plenária nacional dessas categorias, a partir de uma ampla mobilização das bases, para elaborar um plano de lutas comum contra as privatizações, escala móvel de salários (reajustes automáticos para enfrentar a inflação), escala móvel de horas de trabalho (distribuição das horas de trabalho existentes entre todos os trabalhadores de uma empresa, em caso de redução da produção), estabilidade no emprego, reajuste salarial etc.
A proposta de unificação dessas categorias só tem sentido se está acompanhada de medidas que visem o avanço da luta em direção à conquistas das reivindicações. É preciso que se tenha como perspectiva a preparação da greve geral por tempo indeterminado dessas categorias (inclusive pode ser a ponta de lança de uma mobilização geral da classe trabalhadora), que centralize o movimento dos explorados em luta unitária contra o governo e o regime, em defesa de um programa que ataque os aspectos fundamentais da crise capitalista.
É necessário um plano de mobilização, com assembleias conjuntas em todos os sindicatos, com agitação nos bancos, fábricas e empresas, a partir de comandos de greve, plenárias regionais e estaduais da CUT que culminem em uma plenária nacional com delegados eleitos nas assembleias de base nos sindicatos.