A polarização política em meio às eleições brasileiras não para de crescer. Com toda a manipulação e as manobras que a direita tem feito, a população precisa se defender. O único meio para mostrar para burguesia que o povo não está para brincadeira é a mobilização popular: organizar, nas ruas, uma gigantesca onda vermelha. Não adianta ficar a reboque da imprensa e das redes sociais, o caminho é enfrentar, disputar voto a voto, nos bairros nas fábricas, nas escolas, de casa em casa, enfim o corpo a corpo com a população.
Diante da situação de destruição do País, a esquerda não tem como ficar com um comportamento passivo. Bolsonaro tem atacado diariamente e principalmente o povo trabalhador. Todos os dias estamos defronte de um corte de gastos aqui ou ali. Estão sendo destinados milhões de reais para compra de votos pela direita e a extrema-direita no Brasil. Dinheiro esse que é literalmente o suor dos trabalhadores. Somente nos últimos dois meses, vimos o governo produto de uma fraude eleitoral em 2018, abrir os cofres públicos e engordar ainda mais acionistas e especuladores internacionais, na perspectiva de amortizar a economia e diminuir o preço dos combustíveis, numa clara tentativa de induzir os eleitores a votar em Bolsonaro.
Estamos a menos de duas semanas para as eleições presidenciais. E a burguesia é extremamente ágil para manobrar as eleições a seu favor, até mesmo nos últimos segundos. A história é cheia desses casos, inclusive uma com o mesmo Lula em 1989, quando Fernando Collor, junto com a emissora que proporcionou o debate entre os presidenciáveis, armou toda um situação e colocou a opinião publica, as vésperas da eleição, contra o candidato do Partido do Trabalhadores. Essa é só uma forma, existem inúmeros outros meios de fraudar o pleito eleitoral em diversas regiões do Brasil. Na última por exemplo, a questão do eleitor ter que fazer a biometria, a mudança de zona eleitoral em cima da hora, fez com que milhares de pessoas não foram votar ou foram impedidas.
Outro ponto muito negativo para a campanha Lula presidente é como ela vem se desenvolvendo no interior da esquerda. A esquerda esta fazendo nas redes sociais ataques morais e reacionários típicos de direitistas contra Bolsonaro. A última é a acusação boba é de que ele seria pedófilo. A pergunta que fica é: quem em sã consciência acredita que essa conversa fiada, mudaria o voto de algum eleitor dele? O que Bolsonaro diz ou deixa de dizer não tem a mínima importância para o trabalhador brasileiro. Não adianta acreditar que ficar falando bobagens na internet vai mudar a opinião de alguém. É relevante apontar para as pessoas, as privatizações, as retiradas de direitos como o da CLT e da aposentadoria, enfim uma politica concreta.
Há setores da esquerda que, apesar do quase infarto no primeiro turno das eleições, em que, com 50% das urnas apuradas, o candidato da extrema-direita se mantinha na frente, se dão ao luxo de ainda confiar nas pesquisas. Passam do mundo da fantasia do “ganha no primeiro turno” para “vamos ganhar essa, continuamos na frente”. Esclarecendo: torcedor não ganha jogo. No entanto, essa esquerda é bem pior que o torcedor de arquibancada. No estádio, o fiel torcedor grita, agita, xinga, enfim se esforça efetivamente para empurrar seu clube de coração. No caso dessa esquerda estamos diante um torcedor de varanda, que não sai do sofá, só assiste e se gritar ainda pode arrumar confusão com o vizinho.
Sendo assim, visto que se trata de uma decisão fundamental e da mais profunda necessidade do povo brasileiro, é preciso tirar o esqueleto da frente da televisão, do celular, do computador e partir para o ataque, abordar pessoas na rua, distribuir panfletos, etc. Efetivamente entrar em campo, jogar o jogo. Deixar Lula na cara do gol até os segundos finais da disputa. A partida a ser jogada pela militância é peça chave. Mudar votos, garantir um governo dos trabalhadores, dos sindicatos, dos movimentos sociais só será alcançado nas ruas, conversando com a população, explicando claramente o que representa Bolsonaro para o povo brasileiro.
Esta é uma das eleições mais difíceis para a esquerda nacional. Se Bolsonaro ganhar vai aprofundar a catástrofe que já vive os oprimidos no país. Há de acentuar significativamente a desigualdade social. Por outro lado, o povo tem a chance eleger Lula, o que seria uma importante vitória parcial contra o golpe e permitiria a restituição de direitos do povo, a reestatização de empresas privatizadas pelos golpistas, enfim um verdadeiro governo dos trabalhadores.