A terceira via fracassou nessas eleições. O bloco, formado pelos partidos tradicionais da direita do regime político brasileira, teve apenas 4,2% dos votos, perdeu parlamentares e governos importantes (como o estado de São Paulo). Isso, no entanto, não significa que a manobra deste setor tenha acabado. Pelo contrário, diante do arrastão bolsonarista que destruiu o “centro” político do regime brasileiro, será necessário para a direita tradicional dobrar os esforços no sentido de retomar alguma popularidade.
A senadora Simone Tebet (MDB), candidata da terceira via no primeiro turno, aparece como a principal figura do bloco. E, desta forma, já busca conquistar alguns recursos políticos. Enquanto o grosso da burguesia apoia Bolsonaro contra Lula, inclusive os aliados de Tebet, a senadora emedebista sobe em palanques com o candidato do PT para aparecer com um figura “democrática”. A ideia é travestir a latifundiária inimiga do povo com uma roupagem “civilizatória”.
Lula e o PT, desta forma, estão ajudando a ressuscitar um bloco político falido. Mas o que a campanha petista ganha com isso? Como geralmente é em alianças com mortos-vivos, nada. Para piorar: perde muito ao se associar com os piores inimigos da população brasileira.
Assim como Geraldo Alckmin, Tebet não traz votos para Lula e não contribui em nada para a campanha. O ex-governador de São Paulo deveria garantir votos para Fernando Haddad (PT), candidato ao governo paulista, no interior do estado, mas não contribuiu em nada. O principal estado do País agora pode ser assumido pelo bolsonarismo, que lançou um carioca, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para candidato.
Tebet, por sua vez, alegam os “especialistas” da esquerda, deveria garantir votos para Lula no Centro-Oeste, sendo dona de um verdadeiro curral eleitoral no Mato Grosso do Sul. Ela é senadora pelo estado, seus aliados controlam o governo, foi eleita diversas vezes para variados cargos na região.
Se, de fato, apoiasse Lula, estaria no seu estado, buscando votos para o ex-presidente. Virando votos dos seus apoiadores, latifundiários bolsonaristas, convencendo-os de apoiar o ex-presidente Lula (PT). No estado, Bolsonaro obteve mais de 52% dos votos no primeiro turno.
Seria fundamental garantir mais votos para Lula no Mato Grosso do Sul. No entanto, Tebet mal pisa no estado durante a campanha. Aparece nas peças publicitárias da campanha de Lula na televisão, sendo amplamente divulgada, sobe em palanques com o ex-presidente em Minas Gerais, realiza atos em Copacabana, mas nada de Centro-Oeste. Está sendo divulgada pelo PT a troco de nada.
Tebet está apoiando a si mesma, usando a popularidade de Lula como trampolim político. É o método que toda a massa falida da direita golpista está usando para reciclar. A direita tradicional está pensando no futuro. Ganhar popularidade, posar de “democrata” e “civilizatória” para, em seguida, tentar recuperar o terreno perdido para Bolsonaro, que ela ajudou a criar na campanha golpista contra o PT.