O ex-presidente Lula, acertadamente, realizou uma publicação em sua conta no Twitter, na última sexta-feira (21), estimulando a militância a ir de porta em porta nas regiões onde se concentra um número maior de trabalhadores tanto de fábricas, quanto de empresas que empregam um número grande de pessoas. É uma postura certíssima, pois o trabalho de convencimento é a principal coisa que deve ser feita neste momento, dias antes do segundo turno das eleições de 2022.
Primeiro Tweet de Lula
A característica principal de Lula é a facilidade de interatividade com as massas trabalhadoras e, de certa forma, a verbalização dessa prática no tweet pelo companheiro fortalece o trabalho de convencimento dos trabalhadores que não votaram no primeiro turno, nesse período tão conturbado do acirramento da polarização entre a classe trabalhadora e a burguesia nessas eleições.
Teve um efeito positivo para a luta de classes o que disse o companheiro Lula, que é importante procurar os trabalhadores onde eles estão. Isso muda consideravelmente a característica da sua campanha que, até então, não tinha como alvo a grande massa que é a classe trabalhadora. A campanha estava muito focada na pequena-burguesia, que não é a maior parte da sociedade e também não é a principal força política da base de Lula. Se a postagem resultar num aumento do trabalho corpo a corpo, de convencimento da população pela militância petista, lideranças dos sindicatos e dos comitês de luta, a esquerda logrará um aumento da polarização para o lulismo e, por conseguinte, enfraquecimento da polarização no lado do bolsonarismo.
Segundo Tweet de Lula
Agora, neste segundo tweet, o companheiro Lula fala que é preciso ligar para os eleitores, algo, também, muito acertado. Nas últimas eleições internas para a presidência nos EUA, a campanha de Bernie Sanders fez justamente isso: mutirões de ligação para os eleitores votarem nele. E a campanha de Sanders era militante, composta por jovens ativistas dos movimentos sociais e foi uma campanha correta nesse sentido. O PT tem plenas condições de fazer o mesmo e Lula sabe disso, por isso está chamando a essa mobilização. É preciso seguir o que ele disse e mobilizar imediatamente. Quando a polarização aumenta é hora de colocar mais força na campanha para aumentar a quantidade visível de pessoas com Lula, isso fortalece a mobilização e é isso que faz virar votos de indecisos.
O companheiro Lula, acertadamente, reconhece que o objetivo real de uma campanha eleitoral política não é aumentar o percentual de telespectadores num canal de TV A ou B, pois isso quem faz é a burguesia. Antes, concentrar a força da sua campanha na expressão das massas populares nas ruas e intensificar o contato da militância com a classe trabalhadora de todas as maneiras possíveis.
Intensificação da campanha
O Partido da Causa Operária (PCO), para este pouco tempo que resta para convencer os eleitores que não foram votar, imprimiu milhões de panfletos e já está distribuindo nas ruas, batendo de porta em porta, conversando com as pessoas sobre a importância de votar no candidato Lula, que representa uma derrota da retirada de direitos e diminuição da renda do trabalhador que foi feita através do golpe de 2016.
Não é hora de esperar que as instituições burguesas combatam o bolsonarismo em prol da “democracia” regulando as eleições. O voto é uma expressão da luta de classes, a burguesia não age a favor do voto da classe trabalhadora, mas sim luta contra ele. O trabalhador tem que ir às ruas e mostrar que a força da polarização é maior do seu lado, na figura do companheiro Lula. É preciso dar um fim à pregação do moralismo e do individualismo sugeridos como uma coisa importante pela burguesia. O que importa ao trabalhador é a concentração da força política nos movimentos sociais das massas trabalhadoras e, por isso, é essencial que a esquerda tome as ruas e só saia quando Lula for eleito.