Nesta terça-feira, o Santos Futebol Clube, anunciou que irá adicionar oficialmente e de maneira definitiva uma coroa em seu escudo, em homenagem ao Rei do Futebol, Pelé. O clube que revelou e também onde Pelé atuou praticamente em toda sua carreira futebolística, irá adicionar a honraria acima do distintivo, entre as duas estrelas referentes aos títulos mundiais de 1962 e 1963, a partir de 2023.
A primeira exibição do novo escudo será na Copa São Paulo de Futebol Junior, no próximo dia 4. Contudo, em meio a todas as homenagens santistas à figura de Pelé, que hoje vive uma intensa luta contra o câncer, pouco se fala sobre a história do maior jogador de futebol de todos os tempos, ainda mais sobre sua importância no esporte e na consolidação do que é hoje um dos clubes mais tradicionais e vitoriosos da história brasileira.
O Santos Futebol Clube já era um clube de destaque quando Pelé, ao seus apenas 15 anos de idade fez sua estreia na equipe profissional. Pelé, entrou em um time que havia acabado de conquistas seu bi-campeonato paulista, e com jogadores de destaque, como o atacante Emmanuele Del Vecchio. Pelé realizou sua estreia em 7 de setembro de 1956, fez um dos gols da partida e no ano seguinte, mesmo sendo boa parte do campeonato um reserva foi o artilheiro da equipe junto com o craque Dorval.
Os anos que se seguiram foram um marco não apenas para o jogador, mas também para a história do Santos. Com o time deslanchando e sendo a base da seleção que fora campeã do mundo em 1958 e 1962, já com o grande destaque de Pelé, o clube paulista competiu na Europa ganhando dos principais clubes do imperialismo na época. Pelé, deu show, e em toda sua carreira no santos, marcou 361 gols no estrangeiro, uma média superior a um gol por partida. Sendo nestes anos seguintes, tanto a nível nacional, quanto internacional, o maior artilheiro do clube em todos os campeonatos disputados.
Em 1959, Pelé já havia alcançado a marca de 200 gols pela camisa santista. No campeonato paulista daquele mesmo ano, sob a liderança de Pelé, o ataque do Santos criou um recorde até hoje não alcançado, marcando 155 gols, sendo 46 apenas do Rei do Futebol.
Durante os torneios de 1961, onde Pelé fez 110 gols, uma marca histórica, Santos se eternizou na história do futebol. A história das conquistas do clube sob a liderança de Pelé não se tornaram apenas um marco na história brasileira, mas também do futebol mundial. No Brasil, expressões como “gol de placa”, após inaugurarem uma placa em homenagem ao que foi considerado o gol mais bonito da história do Maracanã – um gol feito por Pelé -, passaram a se popularizar. No exterior, Pelé e Santos tornaram-se até mesmo parte de hino de clube de futebol. Após o clube grego, Olympiacos, vencer por 2 a 1 o time santista em uma excursão, o feito do clube acabou sendo imortalizado em seu hino, que fala do dia em que o time venceu o “Santos de Pelé”.
Nos anos seguintes o Santos de Pelé foi bicampeão da Libertadores e do Mundial de Clubes, derrotando na segunda ocasião o então badalado Milan da Itália, o principal clube europeu no período. Pelé, se manteve nos Santos até praticamente o fim de sua carreira. Com o clube, foi campeão de tudo que disputou, e garantiu feitos até hoje não acalçados, mesmo após 60 anos depois. Pelé colocou o Santos em outro patamar, um clube que no período não era considerado de “cidade grande” como Rio de Janeiro ou São Paulo. Mas que por meio de times que se tornaram verdeiras seleções, e com o maior jogador de futebol de todos os tempos, ganhou a atenção de milhões de brasileiros e de diversos estrangeiros amantes do futebol.
Mesmo após décadas, nunca houve um time que se igualasse ao auge do Santos na era Pelé. Mesmo os grandes clubes europeus, financiados pelo imperialismo dos dias atuais, não chegam perto de alcançar as façanhas deste elenco, nem mesmo o grande Botafogo de Garrincha e companhia foram capazes. A coroa que a partir de agora fará parte do emblema santista é uma homenagem necessária, da relação de um jogador e clube que se complementam como um só na história do esporte.
