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Análise Política da Semana

Rússia, luta contra o imperialismo e política nacional

Rui Costa Pimenta analisou os principais acontecimentos e as polêmicas da semana

Na Análise Política da Semana, Rui Costa Pimenta analisou os principais acontecimentos ligados à operação da burguesia contra a candidatura de Lula e a guerra na Ucrânia, em conjunto com a campanha do imperialismo para estrangular o País.

1 – A crise econômica mundial e brasileira

Brasil teve um aumento de 18% nos combustíveis. Se a crise inflacionária não for contida, haverá uma profunda crise e uma mudança radical da situação brasileira, podendo, graças à rápida desvalorização da moeda, levar até mesmo para uma hiperinflação. 

A crise brasileira da ditadura militar em diante esteve diretamente associada à inflação, que foi contida apenas no plano real, após 20 anos de crise onde se destacava principalmente a classe operária brasileira. A partir de 1978, inicia-se as greves que tomam conta do ABC e do Brasil, passando a mudar radicalmente a situação política no país e levando abaixo a ditadura.

A partir de 95, com o controle da inflação a classe operária entra em refluxo. Contudo, agora a partir da retomada da inflação a tendência grevista se mostra rapidamente, como a greve de professores e funcionários públicos, afetando até mesmo setores da repressão do Estado golpista, mostrando uma tendência à radicalização cada vez maior, iniciando pelo funcionalismo público, que graças à falência dos estados, passam a se confrontar com o governo.

A inflação brasileira é contida a duras penas, seja com o câmbio com a tentativa de conter a crescente da moeda do dólar, com o gasto de reservas do país, como uma forma de conter a crise. No atual momento, a situação da economia mundial é incerta, a inflação está subindo rapidamente em vários países, há uma tendência à recessão, podendo inclusive levar uma crise ainda mais profunda do que a vista em 2008. A gravidade da situação se vê também na falta de disponibilidade dos bancos em todo o mundo, obrigando aos estados a imprimirem dinheiro para salvar os capitalistas, o que implica na geração de uma situação ainda mais explosiva.

Está colocada na ordem do dia a necessidade de se colocar a negociação coletiva ao menos duas vezes ao ano, podendo ter uma reposição semestral, ou até mesmo uma medida de escala móvel de salários para garantir os direitos dos trabalhadores. Para a classe operária a situação é “simples”, ou lutar ou morrer de fome.

2- PSB irá mesmo apoiar o PT?

Como foi previsto, nenhum setor da burguesia irá de fato apoiar o PT. A federação entre PT e PSB naufragou, e agora, se coloca de maneira ainda mais comprovado que, mesmo que o PSB declare que irá apoiar Lula, a burguesia não se juntará a ele. Além disso, as próprias declarações do PSB de nada significam, mesmo apoiando Lula, não há qualquer apoio prático em sua defesa, não há militantes, apenas uma burocracia.

A burguesia tenta isolar a todo custo, até o momento, faltando poucos meses para as eleições, nenhum partido declarou apoio à candidatura de Lula, nem mesmo os “aliados” da esquerda pequeno-burguesa.

No mesmo sentido, Tabata Amaral afirmou que é preciso “estressar” o programa do PT, se referindo à aliança com o PSB. Dessa forma, a burguesia quer aproveitar-se da crise interna do PT, que não que ir nem muito para esquerda, sendo abandonado pela burguesia, como também nem muito à direita, para não ser abandonado por sua base. A ideia é que o PT estabeleça claramente seu programa à direita, estabelecendo compromissos com a burguesia. 

Tabata e seu grupo ainda declararam que não querem Lula, mas querem Alckmin, o Cavalo de Tróia, na chapa com Lula, como uma forma de desestabilizar a candidatura do ex-presidente. Esta aliança se coloca como uma forma do PT abrir espaço para o apoio de seu grupo politico na eleição de Haddad, e abrir espaço para o grupo político de Alckmin, algo que está longe de ser positivo para Lula e o PT.

Contra Lula, está a burguesia, a esquerda pequeno-burguesa, e até mesmo setores de parlamentares dentro do próprio PT, que seguindo a posição da burguesia, não vem Lula como um candidato viável, deixando o mesmo completamente isolado.

3 – A guerra na Ucrânia revela a crise do imperialismo

Se for basear-se na imprensa imperialista e na imprensa golpista brasileira vai aparentar que a Rússia, uma potência militar, está perdendo a guerra para a Ucrânia. A realidade se da no fato que as forças armadas ucranianas estão completamente destruídas, e que as forças armadas russas apenas esperando o melhor momento para fazer o ataque decisivo em Kiev.

Os casos das cidades ao sul e leste da Ucrânia, mostram o amplo domínio da Rússia na Ucrânia. A política de um dos setores do imperialismo é internacionalizar a guerra, outro fator mostra que, segundo as denuncias russas, os EUA estabeleceram na Ucrânia vários laboratórios de Armas Químicas. O governo russo deu o mapa de diversos laboratórios estabelecidos pelo imperialismo, e ainda declarou “ter medo de perde-los para os russos”.

Fica claro que a Ucrânia foi usada pelo imperialismo como uma base de ação e pesquisa contra todo o mundo. A questão dos laboratórios deixa claro que a guerra da Rússia é uma ação de defesa, e não uma guerra por território como coloca o imperialismo. Estas armas químicas e biológicas, criadas pelo imperialismo, são uma ameaça, ainda mais com o controle dos nazistas em toda a região.

Além disso, a ação inicial do governo russo em estatizar as empresas que estavam saindo da Rússia por pressão do imperialismo, mostra que ação está muito longe de ser uma luta entre dois imperialismos distintos.

Outro fator importante é a debilidade do imperialismo. Na tentativa de promover um grande boicote à Rússia, os Estados Unidos foi obrigado a recorrer a um outro inimigo menor, a Venezuela, para garantir o Petróleo no país.

4 – A censura da imprensa contra os interesses do imperialismo e campanha anti-Rússia

De maneira ainda mais brutal do que feita nas guerras anteriores, promovidas pelo imperialismo, as plataformas de internet, como Youtube, Facebook, Google entre outras, veem promovendo uma censura em massa contra a imprensa russa e independente, ao mesmo tempo que permitem a campanha nazista nas redes sociais contra os russos.

Como não bastasse, nem mesmo os artistas russos estão sendo poupados. A maior soprano da atualidade, nascida na Rússia, foi intimidada a se opor à Vladmir Putin ou sofreria consequências do governo dos Estados Unidos. A mesma foi suspensa dois anos de cantar no Metropolitan, assim como um de seus maestros.

Em outros lugares, iniciou-se uma onda de cancelamentos de atividades culturais ligadas à Russia, de escritos, músicos clássicos etc. muito deles, como Tchaikovsky, que morreram há mais de 100 anos.

No futebol, a Rússia foi banida pela FIFA na Copa do Mundo, demonstrando uma campanha gigantesca contra a Rússia, de perseguição e censura, contra um dos mais importantes países do mundo. Russos estão sendo ameaçadas em vários locais do mundo, inclusive de morte para os mesmos e suas famílias, uma campanha da extrema-direita, impulsionada pelo imperialismo, em uma operação de estrangulamento total do país.

No Brasil, quem leva a frente está campanha é a chamada terceira-via, que está totalmente ligada aos interesses do imperialismo, desbancando a ilusão de que a terceira-via não seria fascista igual aos bolsonaristas, quando na realidade eles são até mais.

Confira muito mais na Análise completa exibida neste sábado:

Ucrânia e eleições no Brasil - Análise Política da Semana, com Rui Costa Pimenta - 12/03/2022

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