Nessa sexta-feira (18), Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), participou de programa ao vivo na TV 247 em conjunto com Leonardo Attuch, fundador e editor do Brasil 247, jornal da esquerda brasileira. O programa, previsto para ocorrer todas as sextas-feiras, às 15h, já alcançou dezenas de milhares de pessoas, uma oportunidade ímpar para a divulgação da política revolucionária do Partido.
O Brasil pode levar o Hexa!
Primeiramente, Attuch perguntou a Rui a sua opinião acerca da Copa do Mundo do Catar deste ano. Teria, o Brasil, chances reais de levar a taça para casa? A isso, Rui afirmou que, apesar de que “faz tempo que não vemos uma vitória do Brasil na Copa do Mundo, agora, essa possibilidade está muito concreta”. Então, Rui aproveitou para divulgar que a Loja do PCO está confeccionando uma camiseta vermelha da Seleção, uma maneira de torcer para o Brasil sem ser identificado com o movimento bolsonarista, que utiliza as cores nacionais de maneira demagógica.
Além disso, o entrevistador perguntou a Pimenta se ele enxerga a atual temporada de Copa como uma forma de reconciliação popular, fazendo referência à enorme polarização pela qual passa o Brasil.
“Nesse momento, uma vitória do Brasil na Copa poderia estimular o povo brasileiro nas suas expectativas, na sua confiança. Criar um clima positivo que eu acho que vai ser necessário para defender as suas reivindicações diante do fato de que temos um governo de esquerda, que abre grandes possibilidades para os trabalhadores […] Minha expectativa é que isso levantaria a moral da classe trabalhadora, que já obteve uma vitória com a eleição do Lula, e que se criasse um movimento ascendente”, afirmou o presidente do PCO.
As eleições nos EUA
Na última semana, ocorreram, nos Estados Unidos, as eleições de meio de mandato (midterm elections), responsáveis por eleger parte dos senadores e governadores e todo o Congresso do país. Tema de extrema importância para a política em todo o mundo, Attuch reservou parte de seu programa para tratar do assunto, perguntando, em primeiro lugar, qual a avaliação de Rui acerca desse problema tanto para os EUA, quanto para os países oprimidos.
“Se intensifica a crise do regime político norte-americano, o que é uma maneira de ver as coisas que contrasta com a opinião mais majoritária na esquerda brasileira, que vê que o crescimento do Trump só tem o aspecto de que é um movimento direitista. É um movimento direitista, mas eu vejo a coisa do ponto de vista de que é uma crise interna da classe dominante americana, algo muito positivo para todos”, afirmou o líder revolucionário, dizendo que a guerra na Ucrânia será, agora, questionada de dentro do Congresso americano, por exemplo.
O Brasil voltou? Sobre a viagem de Lula ao exterior
Nos últimos dias, um dos grandes destaques da política internacional foi a ida de Lula à COP 27, conferência da ONU. Comentado nos jornais de todo o mundo, o discurso do presidente eleito do Brasil também foi alvo de discussão no programa da 247.
“O discurso dele [Lula] foi muito marcante. Quem estava esperando que o Lula iria lá para ser o homem do “globalismo” ficou frustrado com isso. Ele colocou uma crítica – nos marcos da institucionalidade – muito dura aos países imperialistas […] Sempre considerando que estamos tratando do Lula e da política dele, eu achei muito bem colocada a coisa, achei muito interessante. Mostra que ele não veio para abaixar a cabeça para o imperialismo não”, disse Rui Pimenta após indagação de Attuch.
Mais adiante, em relação à política que Lula indica tomar no que diz respeito à Amazônia, Rui disse que, apesar de que Lula concordou, em partes, com a política “ambientalista” do imperialismo, não parece que seu governo se dará nesses moldes. Finalmente, durante toda a sua campanha eleitoral, Lula sinalizou à direita, mas, no momento decisivo, mostrou defender uma política progressista. O mesmo se daria, portanto, em relação à questão do meio ambiente. “Sinalizar para a direita e entrar para a esquerda”, pontuou o companheiro.
Lula e o “mercado”
Desde que foi eleito, Lula tem defendido uma política econômica de esquerda, algo que está entrando em contradição direta com o chamado “mercado” (apelido para a burguesia mais atrelada ao capital financeiro) que, por sua vez, vem reagindo de maneira extremamente negativa. Em relação ao tema, a impressão de Attuch é a de que Lula não está demonstrando grande preocupação em relação ao “mercado”, enquanto que Rui afirmou que “ele não está demonstrando preocupação nenhuma, o que é muito bom”.
“Ele [Lula], inclusive, mandou um recado: se o dólar subir e a bolsa cair, são os especuladores sabotando a economia nacional […] Temos que lembrar que os representantes políticos desses especuladores foram varridos do mapa político, não têm força nenhuma. O PSDB seria o partido mais característico desse mercado, e o PSDB é um partido falido”, afirmou o dirigente revolucionário.
Qual será o papel da equipe de transição de Lula em seu governo?
Um dos temas mais polêmicos das últimas semanas é a composição da equipe responsável por articular a transição do governo Lula em conjunto com o atual governo de Bolsonaro. Por uma questão de pressão política, diversas figuras direitistas, como é o caso de Pérsio Arida e Simone Tebet, participam do grupo, algo que levantou preocupações acerca de qual orientação Lula vai seguir em seu próximo mandato.
“Essa transição é um caldeirão das bruxas. Eu acho que isso não vale nada, não são eles que vão determinar o futuro do governo. Não sei se a burguesia que está participando [do grupo] acha que vai dominar o governo a partir da transição, acho que isso é uma fantasia […] O que eu gostaria de ver são os ministérios, mas, mesmo assim, devemos tomar cuidado porque quem vai governar é o Lula, e não o ministério”, disse Rui.
O programa em questão contou com mais uma dezena de assuntos, todos importantíssimos para a verdadeira compreensão da situação política nacional. Por isso, acesse agora mesmo o link abaixo e assista à discussão entre Rui Costa Pimenta e Leonardo Attuch na TV 247.
