Durante a análise política deste sábado com o companheiro Rui Costa Pimenta, o mesmo levantou o mais novo ataque de Guilherme Boulos que em entrevista dada essa semana, disse que quando Lula assumir a presidência da República não haverá trégua.
Se referindo a esta questão o companheiro traçou toda uma análise histórica e política da luta contra o golpe e da luta pelo Fora Bolsonaro, para mostrar mais uma vez que esta esquerda caminha no sentido do apoio à terceira via e a burguesia contra Lula.
Como resultado do golpe de Estado Jair Bolsonaro foi eleito em outubro de 2018, sob a base da maior fraude eleitoral da história brasileira, fraude esta forjada desde o impeachment ilegal de Dilma Rousseff, onde esta mesma esquerda trabalhou pela derrubada de Dilma, com os famosos atos do “Não vai ter Copa!”. Em seguida para a manutenção do golpe de Estado, a burguesia não poderia permitir que Luiz Inácio Lula da Silva fosse candidato às eleições, pois as pesquisas de abril de 2018, já davam Lula como virtual eleito. Para isso forjaram crimes, inventaram, mentiram, manipularam com apoio interno no país e com apoio do governo norte americano, onde através da CIA e de ratos vendidos para o imperialismo como Sérgio Moro e Dallagnol organizaram as acusações e a prisão de Lula. Diga-se de passagem, com a burguesia nacional e internacional com interesses no país jogando pesado com o apoio das forças de direita do país, da imprensa capitalista, do judiciário e do parlamento golpista. Durante todo este período os inimigos do país tiveram o apoio desta esquerda, quer pelo silêncio, quer pela inoperância, trabalharam no sentido de não levantar as massas contra o golpe de Estado.
Frente a este tamanho golpe contra o povo brasileiro, o PCO chamou o povo brasileiro a gritar e exigir desde a posse do golpista, no dia 1º de janeiro de 2019, o “Fora Bolsonaro!”. E mobilizou desde o princípio suas forças nesse sentido, no entanto, inúmeras forças de esquerda diziam que não era momento de levantar o Fora Bolsonaro.
Nesse ínterim veio a pandemia e quase toda a esquerda seguindo as orientações tucanas, em especial de João Dória, defendeu desde o princípio a política do “Fique em casa!”. No entanto, a classe trabalhadora, a classe operária nunca pode ficar em casa, desde o primeiro dia da pandemia por todo o país, os ônibus continuavam a circular lotados, não havia nenhuma política sanitária para os trabalhadores. Trabalhadores das mais diversas áreas fizeram parte dos mais de 650 mil mortos no país, como os trabalhadores dos frigoríficos, os rodoviários, os ecetistas, os petroleiros, os trabalhadores da saúde. Mas todos os dias as 4 da manhã já lotavam pontos e terminais de ônibus por todo o país. Enquanto isso, a esquerda, do qual Guilherme Boulos era um dos principais porta vozes dizia para quem não podia ficar em casa: “Fique em casa!”, como se fosse um problema individual das pessoas e não uma questão coletiva, que teria que se definir pela Luta política. Mas a orientação da esquerda pequeno burguesa para a classe trabalhadora, quanto à luta contra os golpistas, também era “Fique em casa!”.
Contra isso, em dado momento o PCO vendo a necessidade e que amplos setores queriam sair as ruas contra o governo Bolsonaro, chamou o único 1º de Maio presencial no país em 2021 na Praça da República, reunindo 2 mil pessoas e várias organizações políticas através de suas bases.
A partir do impulso desta mobilização, várias torcidas organizadas saíram às ruas, e em São Paulo e na Avenida Paulista colocaram pra correr as hordas bolsonaristas no dia 31 de maio de 2020.
A partir daí esta esquerda eleitoreira, pensando que não poderiam deixar o PCO aparecer sozinho como mobilizador das massas contra o governo Bolsonaro, saíram de sua hibernação e trataram de entrar no movimento para por dentro dele enterrá-lo. Um dos primeiros exemplos da política de acabar com as mobilizações se deu justamente para acabar com as mobilizações das torcidas organizadas que tinham tudo para impulsionar uma ampla mobilização por todo o país para a derrubada de Jair Bolsonaro, mas por dentro Boulos e seus cupinchas desarticularam o movimento.
Com a continuidade das mobilizações de rua do PCO pelo Fora Bolsonaro, a esquerda foi às ruas, mas a política de estrangular o movimento por parte de suas direções como o próprio PSOL de Boulos, juntamente com outras forças como o PC do B, impulsionaram a entrada em cena da direita nos atos contra Bolsonaro. Que teve como ponto alto a participação do PSDB, como abre-alas do ato Fora Bolsonaro, com pessoas pagas, faixas e bandeiras tucanas e da direita no ato de junho de 2021, que militantes do PCO e do PT trataram de dar o destino certo a estes, expulsando-os do ato dos trabalhadores.
Após todo esse trabalho de sapa que só beneficiou a direita e a manutenção de Bolsonaro no poder por todos estes quatro terríveis anos, sem que nenhum ato efetivo contra o governo de Bolsonaro ou demais governos da direita fosse levado a frente pela esquerda pequeno burguesa e por Guilherme Boulos, agora novamente é ele a tomar a frente e anunciar que não haverá trégua a um novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Para nós, deste diário e para o PCO, é óbvio, não é nenhuma novidade tal canalhice política, vinda de um elemento que se associa, trabalha e recebe salários de uma organização, o IREE(Instituto para as relações Estado-Empresa), vinculada à direita golpista brasileira e ao imperialismo norte americano.
