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Henrique Simonard

Membro do Comitê Central do Partido da Causa Operária (PCO) e militante da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR). Redator do Dossiê Causa Operária e colunista do Diário Causa Operária.

Mais um pouco!

Quase lá! Campanha do PT precisa virar mais à esquerda

As mudanças na campanha do PT são visíveis, mas ainda não suficientes

Depois de um primeiro turno catastrófico, Lula e o Partido dos Trabalhadores mudaram a estratégia eleitoral. O primeiro turno foi repleto de atos cercados, com detectores de metais, presença de figuras golpistas e praticamente nenhum corpo-a-corpo da militância petista. Enquanto isso, Bolsonaro distribuiu dinheiro público aos bilhões e realizou atos gigantescos no bicentenário da independência — data que a esquerda não apenas ignorou como atacou. O resultado foi o atropelamento da esquerda e da direita tradicional no parlamento e nas disputas governamentais. O PT, que depositou boa dose de fé nas pesquisas eleitorais, entrou em choque após ver os resultados.

Aparentemente uma parcela da esquerda finalmente acordou. Lula começou sua campanha para o segundo turno nas ruas do ABC paulista, onde nasceu o PT e sua carreira política. Ombro a ombro com os operários, Lula mudou completamente sua relação com o público, adotando uma postura mais condizente com o tipo de campanha que deve fazer: uma campanha popular e de massas. Depois do ABC foi a vez de Belo Horizonte. A capital mineira teve suas ruas pintadas de vermelho por uma militância visivelmente radicalizada. Em seguida, dois atos impressionantes no Rio de Janeiro, o primeiro em Belford Roxo, na baixada fluminense, região metropolitana do Rio de Janeiro, o segundo na favela do Complexo do Alemão. A região da baixada é onde vive boa parte da classe operário fluminense, a presença de Lula ali foi muito importante, porque o petista só conseguiu vencer na Zona Sul do Rio e no começo da Zona Norte, a Zona Oeste e a Baixada votaram em Bolsonaro.

No Complexo do Alemão, uma das maiores favelas do Rio de Janeiro, Lula esteve junto ao povo, perto o suficiente para abraçá-lo e dar significado à palavra corpo-a-corpo. O petista ainda continua pelo Brasil, depois do sudeste fez atos gigantescos na Bahia (esteve em Salvador no mesmo dia em que esteve no Complexo do Alemão, demonstrando em qual intensidade está disposto a fazer a campanha) e em seguida em Sergipe, Alagoas e Recife.

É patente a mudança de chave na campanha petista, os companheiros estão virando à esquerda, mas ainda é preciso ir mais além. Lula precisa se livrar dos pesos mortos na campanha. Simone Tebet em nada ajuda quando diz que veio para “por bom senso” na campanha do PT, ou quando aconselhou todos a irem de branco ao invés de vermelho nos atos. E mais, o Partido dos Trabalhadores erra gravemente em não colocar seus militantes na mesma intensidade de campanha que o ex-presidente. Isso não é culpa dos militantes e sim das direções, a base quer fazer a campanha, mas não tem material para fazê-la. Se para o PCO é preciso arrecadar dinheiro para conseguir imprimir mais que 500 mil panfletos chamando a população a votar em Lula, para o PT tirar centenas de milhões de panfletos é uma verdadeira brincadeira de criança. É isso que precisaria ser feito para a campanha finalmente ter a força necessária para derrotar a extrema-direita. Cada militante de esquerda deveria se dedicar inteiramente à população nas próximas semanas. Com um pacote de panfletos em mãos, bater de porta em porta nos bairros operários para conversar com os trabalhadores.

As mudanças na campanha do PT são visíveis, mas ainda não suficientes.

Nós do PCO, apoiamos esta mudança. Creio, inclusive, que temos uma boa dose de mérito nessa virada à esquerda, que sempre defendemos; o que faz da nossa atuação é tão essencial. Se o PT não está imprimindo panfletos, nós estamos, e junto com setores da militância petista vamos fazer esse trabalho essencial de conversar com as bases. Nossos esforços estão dando frutos, mas ainda estamos na metade do caminho.

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