Muitos podem estar se perguntando do porquê de o PCO estar sob ataque do Supremo Tribunal Federal (STF). No imaginário de alguns, o Partido não teria relevância pelo fato de não ter parlamentares, ou por não contar com centenas de milhares de filiados, como o PT.
Erra quem aborda a questão por esse ângulo. Para começar, o PCO tem a imprensa mais antiga e mais ativa da esquerda nacional. Os conteúdos que produz sempre geram debates dentro do meio político e isso acaba sendo determinante na vida política do País. É por esse motivo que querem silenciá-lo.
Se observamos os últimos acontecimentos, foi o PCO principalmente, contando a presença de militantes mais radicais da base petista, atraída por essa linha política, que enterrou a possibilidade de os movimentos de rua pelo Fora, Bolsonaro terem sido transformados em palanque da Terceira via, a principal aposta da burguesia para as próximas eleições presidenciais.
Em 27 de agosto de 2020, durante uma live transmitida por Fórum, DCM e Brasil 247, com presidentes de partidos de esquerda (PCdoB, PSOL, PT e PCO) foi Rui Costa Pimenta, presidente do PCO, quem lançou a proposta de Lula como candidato para unificar a esquerda e única maneira de mudar a correlação de forças com direita que, desde aquela época, o Partido já vinha alertando de seu crescimento, não apenas no Brasil, mas no mundo. Quem acompanhou, por exemplo, as atuais eleições legislativas da França, viu que, além de Macron perder a maioria, o partido de Marine Le Pen, de extrema-direita, decuplicou seu número de parlamentares.
É claro que naquele momento o PSOL e o PCdoB não quiseram se unificar nessa proposta apresentada por Rui Costa Pimenta, mas o fato político já estava criado, mais de 25 mil pessoas assistiram ao programa e a proposta foi amplamente aceita pela audiência.
Lançar a candidatura de Lula foi, além de um acerto, uma dura denúncia do golpe que contou com a participação essencial do STF. Justamente o órgão que prendeu o ex-presidente e cassou seus direitos políticos, quando ainda lhe cabiam recursos, e que possibilitou a eleição de Jair Bolsonaro. Aquela famosa frase de Romero Jucá de que havia um grande acordo dos golpistas, incluindo Forças Armadas, “com Supremo, com tudo…” passou a fazer todo o sentido. A luta por restabelecer os direitos políticos de Lula revelou o cadáver que o STF escondia no armário. Fica claro um dos motivos pelo qual o STF quer calar o PCO.
Terceira via inviabilizada
Apesar de Jair Bolsonaro ter sido eleito como presidente, todos sabemos que essa foi uma jogada improvisada. O objetivo da burguesia era o de eleger um nome do PSDB, partido visceralmente ligado ao imperialismo, para a presidência da República. Ocorre que essa candidatura não decolou, ficou perto de 5% dos votos e a burguesia jogou todo seu peso em Bolsonaro e o elegeu fraudando as eleições ao prender o principal candidato da esquerda e com maior intenção de votos: Luiz Inácio Lula da Silva. O PCO denunciou incansavelmente a manobra golpista.
Para estas eleições presidenciais não é diferente, a burguesia ainda quer/queria um candidato do PSDB, um candidato fácil de manipular, diferente de Bolsonaro, que tem uma base eleitoral que o pressiona por exemplo, contra os aumentos dos preços dos combustíveis, favoráveis ao grande capital especulativo.
Dentro da esquerda avessa a Lula para presidente começou toda uma operação para se formar uma frente ampla, amplíssima, para ‘derrotar o fascismo’. Olhando assim, a intenção parece muito boa. Porém, não se pode derrotar o fascismo se juntando com os fascistas. Inventaram que havia na direita um certo ‘campo democrático’, uma espécie grupo de golpistas arrependidos.
A direção das manifestações de rua pelo Fora, Bolsonaro, que ficaram a encargo de PSOL e PCdoB, não do PT ou da CUT, como deveria, tentou trazer para dentro do movimento figuras como Ciro Gomes e até mesmo João Doria, o prefeito tucano que fazia uma campanha enorme para se viabilizar como candidato da ‘terceira via’. No entanto, esses planos foram por água abaixo pela ação do PCO e do Bloco Vermelho que enfrentaram e expulsaram o PSDB e Ciro Gomes dos atos da esquerda.
Toda aquela lenga-lenga de Guilherme Boulos de relembrar o movimento pelas Diretas, Já!; todo o desgaste assumido pela esquerda pequeno-burguesa de fazer dos atos da esquerda um palanque da Terceira via foram em vão. O verde-amarelismo não pegou, prevaleceu o vermelho nas ruas e isso dificultou ainda mais a principal manobra da burguesia para estas eleições: emplacar um candidato golpista com apoio da esquerda. Ao cortar as asas do candidato tucano, não espanta que justamente o membro tucano do STF, Alexandre de Moraes, aja ilegalmente contra o PCO.
Imprensa marrom
Uma das táticas da direita foi tentar desgastar o PCO com uma campanha de notícias falsas e sórdidas, capitaneadas pela Fórum e pelo Diário do Centro do Mundo (DCM) acusando o Partido de roubar celulares durante manifestações, espancar mulheres e de fazer mau uso de verbas públicas. Coincidentemente, para quem acredita em coincidências, Alexandre de Moraes alega que ‘há fortes indícios de mau uso de verbas públicas pelo Partido’…
O ataque da imprensa marrom tem o mesmo objetivo da imprensa a soldo da burguesia: desgastar para jogar a opinião pública contra. Assim como a imprensa golpista pede a prisão de Lula, a imprensa canalha chama a polícia burguesa contra um partido de esquerda. Nunca apresentaram uma única prova contra o PCO. Será que estão sendo pagos para fazerem esse trabalho sujo? Nunca saberemos.
Dominar pelo medo
O STF vai para cima do PCO porque este é justamente o grupo mais aguerrido, mais barulhento e mais crítico da esquerda.
A tática utilizada é a do terror. O Estado não precisa gastar muita energia perseguindo toda a esquerda e imprensa independente do País, basta pegar aquele que mais se destaca para aterrorizar e calar o restante.
Quando Alexandre de Moraes de maneira totalmente ilegal decidiu bloquear as contas das redes sociais do PCO, imediatamente vários programas cancelaram entrevistas com Rui Costa Pimenta. O próprio Brasil 247 cancelou as participações de Rui às terças-feiras com receio de que o STF pudesse ir para cima deles também. É assim que os fascistas agem, aterrorizam.
“Não vão nos calar”
O PCO já deixou bem claro: Não vão nos calar! Embora muitos juristas silenciem diante das atrocidades jurídicas que o STF e o Judiciário brasileiro de um modo geral vêm cometendo, o Partido fará justamente o contrário.
É certo que muitos profissionais da área do Direito tenham medo de se expor prevendo as consequências que poderão sofrer. Mas, como se costumam dizer, o medo é péssimo conselheiro. Ao se calar diante das injustiças, esses profissionais estão colaborando para a desagregação político-social que impera no País. Não há mais garantia de nada e se caminha rapidamente para o caos.
O PCO, ao contrário, está colocando nas ruas uma campanha pelas liberdades democráticas, cumprindo seu papel de verdadeiro partido revolucionário.