O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na sexta-feira (02) uma análise conclusiva sobre a pobreza e a extrema pobreza no Brasil. Desde 2012, dados foram levantados e, segundo a pesquisa, em 2020, atingimos o percentual mais alto de pobreza no País. Quase 30% dos 212 milhões de brasileiros foram considerados pobres, ou seja, 62,5 milhões. Destas, 8,4%,17,9 milhões de pessoas, vivem em extrema pobreza.
Em 2020, 51 milhões de pessoas estavam abaixo da linha da pobreza, representando um aumento de 22,7% em relação a 2021. Já em relação à extrema pobreza, 17,9 milhões estavam abaixo da linha em 2021, contra 12 milhões de pessoas em 2020, um aumento de 48,2%. Os dados foram retirados da publicação SIS (Sistema de Indicadores Sociais) do IBGE.
Os níveis de pobreza e extrema pobreza são tirados do PCC (Poder de Paridade de Compra) do Banco Mundial, onde a linha de pobreza é representada por pessoas que vivem com menos de U$5,50 por dia e a extrema pobreza por pessoas que vivem com menos de U$1,90 por dia.
A análise do IBGE para as regiões brasileiras avalia que o Nordeste e o Sudeste apresentavam as taxas mais altas. O Nordeste, que possui 27% da população brasileira, possuía mais 53,2% de pessoas em extrema pobreza e 44,8% dos pobres do País. O Sudeste, com 42,1% da população brasileira, possuía 25,5% do total de extremamente pobres e 29,5% do total de pobres. O percentual de crianças abaixo de 14 anos que atingiu a linha de pobreza foi de 46,2% no Brasil
Entre as crianças, a taxa de pobreza infantil detectada foi ainda maior, superando os 38,6% que foi a taxa detectada em 2020. Ou seja, a população de até 14 anos na pobreza pulou de 17 para 20,3 milhões de crianças, um aumento de 19,3% em relação a 2020 (acréscimo de 3,3 milhões de crianças).
A quantidade de crianças abaixo da linha da extrema pobreza foi menor, porém, o aumento em relação a 2020 foi maior em 2021. O aumento em relação a 2020 foi de 2 milhões a mais de crianças, saltando de 3,9 para 5,9 milhões em 2021.
Entre os pretos e pardos, em 2021, 11% dos pretos pardos estavam no grupo dos extremamente pobres e os brancos 5%. Já no grupo dos pobres, os pretos e pardos respondiam por 37,7% em situação de pobreza, e os brancos, 18,6%.
O governo Bolsonaro com sua política neoliberal conseguiu levar o País a quase metade da população vivendo com menos de um salário mínimo por dia. Destes, a maioria é preto ou pardo. Se considerarmos o salário mínimo do DIEESE, em torno de 7 mil reais, que seria o padrão mais correto de análise, os valores percentuais subiriam ao céu.
O governo Bolsonaro acentuou os gastos com bancos, elevando de maneira ímpar o valor do orçamento da União dispensado a eles. Acentuou o projeto do golpe que começou com a Ponte Para o futuro, de Michel Temer, e o congelamento dos investimentos em educação e saúde.
Lula deveria começar imediatamente a implementação de auxílio financeiro à população. Os números de pessoas abaixo da linha da miséria está bem mais alto que os destacados pelo IBGE, pois há uma quantidade grande de pessoas que logo após pagar as contas e impostos, têm ficado sem dinheiro para comer adequadamente as refeições diárias.