Na véspera das eleições as denúncias de “assédio” eleitoral estouraram. O termo usado é assédio, mas na realidade se trata de uma coação dos patrões para que os trabalhadores votem em Bolsonaro.
Segundo balanço divulgado no sábado pelo Ministério Público do Trabalho já somam 2360 denúncias em todo o Brasil. Sendo 934 casos no sudeste, 690 no sul, 413 no nordeste, 198 no centro-oeste e 125 no norte.
O estado de Minas Gerais é o maior estado com denúncias, justamente por ser um estado chave para a campanha eleitoral de Bolsonaro.
Os relatos e vídeos que surgiram mostraram patrões coagindo trabalhadores a votar em Bolsonaro com promessas de bônus em dinheiro, 14º, 15ºˢ salários e, por fim, ameaçando a maioria com a demissão.
No setor público não foi diferente. Há centenas de denúncias que tratam da pressão aplicada por prefeitos que apoiam Bolsonaro para que os servidores votem no candidato da extrema-direita.
Ação de hoje foi planejada
Primeiro, circula nos órgãos de imprensa de que toda essa ação foi planejada diretamente do palácio do governo. A articulação dessa ação começou na semna passada, quando o núcleo da campanha de Bolsonaro se reuniu no Palácio da Alvorada. Os chefes das Forças Armadas, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e outras foram instruídos a deixar seus comandados atentos ao transporte irregular, sobretudo no Nordeste procurando diminuir a votação de Lula.
A ação começou pela madrugada e obviamente não está procurando apenas transporte ilegal, mas parando todos os veículos possíveis com material de Lula.
Essa situação demonstra que o governo Bolsonaro está colocando todo o aparato governamental para trabalhar em sua reeleição, jogando sujo contra Lula.
Hoje, no dia da eleição, as denúncias de medidas ilegais e coação não param de surgir. Seguem algumas:
O senador Otto Alencar (PSD-BA) divulgou um vídeo nesse domingo afirmando que a Polícia Rodoviária Federal está parando veículos com material de campanha de Lula enquanto deixa os que tem de Bolsonaro. O parlamentar mesmo foi vítima dessa situação. Segundo o mesmo, seu veículo foi parado quando voltava de sua cidade natal, Ruy Barbosa, onde foi votar. Seu automóvel possui um adesivo com o número 13. Ele diz: “Eu sou de Ruy Barbosa, todos os anos vou votar na minha cidade, venho de carro. Vou de automóvel e volto. Uma prática que gosto de fazer, passo pelas cidades, vou correndo todas elas, observando como estão as eleições de forma muito respeitosa”, afirmou.
“Quando fui entrando no município de Feira de Santana, fui parado pela Rodoviária Federal, pela polícia. E aí, observei que todos os carros parados tinham o adesivo do 13 na frente, como tem o meu. A polícia parou, pediu o documento, meu e do motorista. Depois de algum tempo, fomos liberados. Ao lado, passavam os carros com adesivos do Bolsonaro, que sequer eram incomodados”, completou.
“A Polícia Federal, qualquer órgão que é pago pelo contribuinte, e eu sou contribuinte, eles existem para ter imparcialidade. Não pode um órgão como a Polícia Federal, senhor diretor da Polícia Federal, se colocar a favor de um candidato, como está fazendo abertamente a Jair Bolsonaro”, disse.
Essa situação não ocorreu por acaso, pois depois de organizar operações ilegais em todo o Brasil para impedir as pessoas de votar, o diretor-geral da PRF posta pedido de voto em Bolsonaro.
Silvinei Vasques postou em suas redes sociais um pedidos para que seus seguidores “votem 22”. O post, no entanto, foi apagado na tarde desse domingo para não levantar mais suspeitas sobre as operações da PRF neste domingo.
Em Garanhuns, terra natal de Lula, agentes da PRF também estão proibindo as pessoas de votar.
Um cidadão que não se identificou filmou os ônibus que foram parados pela PRF, informando que todos ali estavam a caminho da votação.
Em Garanhuns, terra natal de Lula, agentes da PRF também estão proibindo as pessoas de votar. pic.twitter.com/Ad0LkNvzFd
— Humberto Costa (@senadorhumberto) October 30, 2022