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Juliano Lopes

Coordenador do Coletivo de Negros João Cândido do PCO, milita no partido desde 2006 e faz parte do Comitê Central Nacional da agremiação. Advogado, apresenta os programas Na Zona do Agrião e Tição – Programa de Preto, ambos da Causa Operária TV.

Hexa

Os golpistas não gostam de futebol

O futebol sempre foi um esporte popular, feito e organizado pelo povo: a direita odeia isso

Historicamente, o futebol é um patrimônio do povo negro e trabalhador brasileiro. Também por isso, é um esporte que a burguesia racista brasileira se esforçou ao máximo para controlar, através dos empresários do esporte e todas as medidas restritivas contra a participação popular: ingressos caros, perseguição contra as torcidas organizadas, fim das gerais nos estádios, etc.

Nos últimos anos, especialmente depois do golpe de Estado, é possível observar uma série de medidas da direita e dos golpistas contra o futebol brasileiro, tendo se intensificado, por exemplo, a privatização dos clubes, o futebol S/A.

Muito embora esse pessoal tenha saído às ruas de verde e amarelo, em defesa do impeachment, em defesa do golpe de Estado, em defesa de Bolsonaro e de outros golpistas, por debaixo da camisa da seleção certamente tem, na verdade, uma camisa dos Estados Unidos. Usam a camisa da Seleção Brasileira para fazer demagogia e esconder seus objetivos abertamente entreguistas.

Dentre as medidas mais conhecidas e odiadas foram o fim das gerais, o fim do chamado “geraldino”. A geral era local do torcedor pobre dentro dos estádios. O fim deste setor foi resultado da venda e da entrega de diversos estádios para os especuladores da iniciativa privada.

A festa era comandada pela geral, os jogadores iam se consultar na geral, saber o que fazer em campo, quem, do time oposto, estava desmarcado e apresentando perigo. E, claro, as maiores ofensas ao juiz e aos jogadores do time adversário.

Aos poucos os estádios foram ganhando arquitetura e preços europeus, o que, por outro lado, foi tirando o direito do negro, do pobre e do trabalhador de acompanhar de perto seu time do coração. Daí, também, que surgiram as chamadas “arenas”, para torcedores da classe média, média-alta.

Outro ataque dos golpistas foi a perseguição às torcidas organizadas, perseguição realizada sob a bandeira da “luta contra a violência”. Um pretexto semelhante à “luta contra a corrupção”, que acabou dando resultado no golpe de Estado.

A “luta contra a violência” nos campos de futebol resultou, nos mais variados estados, no fim da festa do povo ao acompanhar seu time, impedindo os fogos de artifício, bandeirões, sinalizadores, charangas, apitos, bandeirolas, fantasias, etc. Algumas tradicionais torcidas organizadas estão proibidas (até banidas) pela justiça burguesa de irem aos estádios, torcer para seu time. O torcedor, agora, foi transformado pela direita em praticamente um criminoso.

Por outro lado, pode-se ver hoje, com certa facilidade, a campanha internacional contra a seleção brasileira, contra os jogadores brasileiros. Neymar, por exemplo, é alvo de algum ataque da imprensa burguesa praticamente todos os dias, isso quando não é a esquerda pequeno-burguesa que ataca a ele e ao futebol brasileiro. 

A direita e os golpistas não gostam de futebol por alguns motivos que vale a pena falar aqui nesta coluna.

Em primeiro lugar, o futebol é uma forma de organização do trabalhador, do negro, sempre foi. Através dele, negros e operários se organizaram, vários times e jogadores têm sua origem no povo trabalhador. E, como se sabe, o negro organizado é o pior pesadelo para a direita racista, que ataca, não só o futebol, como outras diversões do povo, como o carnaval de rua, os bailes funk, etc.

Por outro lado, o futebol brasileiro, apesar de toda a campanha imperialista contrária, é, de longe, o melhor futebol do mundo. Ganhamos, nós, brasileiros, jogos e campeonatos em todos os lugares do planeta. É um patrimônio do povo que, de tão espetacular, é alvo de exportação.

Imaginem vocês o perigo que é a união de dezenas de milhares de trabalhadores em um jogo de futebol. É realmente um evento politicamente perigoso para a burguesia. Também é perigoso que as receitas daí advindas fiquem no Brasil. É preciso espoliar, como todo patrimônio nacional, e entregar aos tradicionais donos do mundo. Todo ataque ao futebol brasileiro tem essa justificativa como a principal.

O futebol é um patrimônio do povo e por ele deve ser controlado. Os times, os estádios, devem estar sob controle dos maiores interessados, ou seja, do povo e de suas torcidas, e não na mão de um punhado de empresários interessados na destruição do esporte mais popular do mundo, e que será responsável por mais uma alegria do povo (além de Lula presidente) o Brasil Hexacampeão. 

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