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Centrão não é base de apoio

Os acordos com Lira valem mesmo a pena?

Os partidos da direita estariam dispostos a aceitar o programa de um governo Lula compromissado com os trabalhadores? Seus deputados resistiriam à pressão do imperialismo?

No primeiro momento após sua eleição, o presidente eleito Lula esteve empenhado na formação de um grupo de transição governamental e, de imediato, se deparou com o problema do Teto de Gastos, medida do governo golpista de Michel Temer. Para conseguir realizar um mínimo de gastos sociais, o futuro governo precisa aprovar uma PEC antes mesmo de ser empossado, que permita passar por cima do orçamento de 2023, realizado ainda sob o governo de Jair Bolsonaro (PL).

De modo a conseguir aprovar o orçamento, frente inclusive a uma pressão crescente por parte da burguesia, através do arsenal da imprensa golpista, a equipe de transição e mesmo Lula vêm conversando com o atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Lira busca uma chapa à reeleição para a presidência da Câmara que conte com um forte bloco de apoio, incluindo o PT e o PL, de Jair Bolsonaro, além de outros partidos da direita, como o União Brasil, PSD e Republicanos. Assim, o comando de algumas das comissões mais importantes da casa, como a de Constituição e Justiça e a de Orçamento, seriam rotacionados entre os maiores partidos da chapa.

Aqui se torna fundamental questionar: os partidos da direita estariam dispostos a aceitar o programa de um governo Lula compromissado com os trabalhadores? Estariam os deputados desses partidos, face à pressão da burguesia, minimamente interessados ou mesmo seriam eles capazes de resistir à pressão do imperialismo caso quisessem? A resposta é óbvia, claro que não.

Os bancos, grandes controladores do país, que impuseram o golpe de Estado de 2016, a fraude  eleitoral de 2018, com a prisão ilegal de Lula, e que controlam e lucram com o pagamento dos juros da dívida, não pressionam apenas o presidente. A Reforma Trabalhista, que destruiu os direitos dos trabalhadores, foi aprovada no Congresso, da mesma forma a Reforma da Previdência, que acabou com o direito de aposentadoria.  Essas medidas não renderam aos parlamentares apoio popular, pelo contrário, foram medidas profundamente anti populares, mas que foram aprovadas justamente com uma enorme pressão do capital financeiro e do imperialismo.

Organizar contra o golpe do imperialismo

Apesar de que, para um governo nacionalista conseguir um trânsito institucional mínimo, a chamada governabilidade, seja preciso realizar alguns acordos, a fim de assegurar o mínimo cumprimento de sua política diante de uma forte oposição, as alianças irão acabar por tornar o governo refém do centrão. Essa ala mercenária do Congresso não irá defender os projetos do governo e, como vimos, conforme a campanha golpista que já toma corpo se desenvolva, com o acirramento da polarização, é um setor que tende a se assanhar para o golpismo contra Lula. Assusta a possibilidade de um cenário como em 2016, em que o PT cometeu o erro de achar que o Congresso barraria o golpe.

A desmoralização oriunda desses acordos é outro fator importante. O governo Lula, para enfrentar o imperialismo, o que se demonstra mesmo na mínima medida da aprovação de R$200 bilhões para cumprir promessas de campanha e tirar o povo da fome, precisará de uma base social forte e organizada. Uma base capaz de dar o enfrentamento necessário, sem recuar, que garanta a estabilidade do governo contra a imprensa golpista e o imperialismo de conjunto, assim como contra as instituições golpistas, que permanecem inalteradas: o judiciário, com destaque para o STF, as forças armadas, e em boa medida o Congresso.

Caso os acordos se desenvolvam no sentido de tornar o governo refém do parlamento, ele poderá cair. Se os parlamentares começarem a impor suas exigências ao governo, a sustentação dele frente a suas bases estará comprometida. E a pressão do imperialismo se dará por todos os meios possíveis, inclusive os parlamentares que realizarem acordos, que poderão descumpri-los, como visto no processo fraudulento do impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

A base do governo Lula só pode, naturalmente, ser composta por aqueles que têm seus interesses representados por Lula, ou seja, a classe trabalhadora brasileira. De modo que um movimento de massas defenda o governo, a desmoralização frente às massas populares é uma das piores coisas que ele pode sofrer. Para aprovar seu orçamento e as demais medidas, Lula pode e deve recorrer a quem o elegeu, os trabalhadores mobilizados. Impulsionar a organização da classe operária, com a CUT, dos camponeses, com o MST, é o que irá garantir o governo, desde a posse até o fim do mandato.

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