FUP e Dieese noticiaram participação, na quarta-feira, (16), em um painel da COP 27, a Conferência do Clima, enfatizando que somente através dos trabalhadores será possível uma transição justa e inclusiva no setor energético. O debate foi realizado no Brazil Climate Action Hub, no Egito, que está sediando a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Esta notícia não foi sequer minimamente divulgada pela imprensa burguesa, porém foi amplamente divulgada pela imprensa dos trabalhadores. Vamos publicar parcialmente o que foi divulgado na página da internet da FUP para conhecimento da classe trabalhadora e para que se entenda o que realmente representa a Petrobras ser uma empresa estatal.
É a primeira vez que a FUP e o Dieese participam da Conferência do Clima. As duas entidades ressaltaram que a transição energética precisa ser liderada pela Petrobras, que deve voltar a atuar como uma empresa integrada de energia. O Dieese vem desenvolvendo estudos sobre os efeitos que a transição nas unidades petrolíferas terá para os trabalhadores.
Rodrigo Esteves, do Sindipetro RJ, falou que, por ser uma estatal, ela tem função social e, portanto, deve utilizar a renda do petróleo para fazer a transição para a energia limpa. Destacou que o foco dado na geração de dividendos para acionistas foi um erro e que “a Petrobrás foi a empresa que mais investiu em energias renováveis”, afirmou.
O diretor da FUP, Gerson Castellano, destacou que a Federação já contactou o novo governo petista sobre a transição energética e a importância da estatal investir na geração de energia eólica offshore e reativar o setor de biocombustíveis. “A retomada dos investimentos da Petrobras é fundamental, pois ela é o elemento principal para fazer a transição energética no Brasil. Não tem empresa mais capacitada para isso”, alertou o diretor da FUP.
Também explicou que a Petrobras já visava a diminuição da extração exclusiva para venda e produção de combustíveis de motores, pois o uso do petróleo inclui produção de fertilizantes e insumos para fabricação de remédios. “O povo tem que ter acesso à energia”, afirmou Castellano.
O senador Jean Paul Prates afirmou que a Petrobras talvez seja a única empresa capaz de conduzir essa transição de forma justa, de forma gradual o suficiente para proteger a população. Destacou a importância das instituições implementarem a transição, “é preciso que haja participação de vários setores da sociedade nesse debate”, destacou.
Esta participação dos trabalhadores em uma reunião para discussão sobre clima, energia e meio-ambiente é quase um dossiê sobre a incompetência da burguesia na administração de uma empresa para vislumbrar o progresso e o futuro de um estado. Revela também que o PT valoriza a sua base representada pela classe trabalhadora. É um bom indício de que há uma abertura dos trabalhadores da Petrobras em lutar e em participar do controle da empresa, e ainda em fomentar na classe trabalhadora mundial a conscientização da necessidade de assumirem o controle das principais empresas de energia dos seus países. Se a Petrobras for reestatizada já será um grande passo na derrota do imperialismo.
Analisamos que o que foi divulgado pela FUP demonstra que a representação dos trabalhadores da Petrobras não segue a pauta ambiental usada pelo imperialismo, mas com a efetiva participação dos trabalhadores tomando em suas mãos o rumo do desenvolvimento industrial, tecnológico e energético do país. O que foi colocado pelo Jean Paul sobre participação das instituições seria um enfraquecimento do poder na mão do trabalhador e resultaria na tentativa da burguesia de se contrapor à iniciativa do trabalhador.. Destacamos que a única maneira de se alcançar o desenvolvimento com uso responsável e num grau menor de degradação do planeta só se conseguiria se a classe trabalhadora estivesse no controle das principais empresas que envolvem utilização de energia e recursos naturais, o que só seria cabível com a mudança do regime Capitalista para o Socialismo.